Responda a essas perguntas e veja se é hora de pedir demissão

Manter-se no emprego apenas pelo salário não é uma boa opção para a saúde e muito menos para o bolso Demitir-se ou não se demitir, eis a questão! Um fenômeno recente, que viralizou nas redes sociais, principalmente entre os mais jovens, foi o “quiet quitting”, a famosa demissão silenciosa. É o comportamento no qual o funcionário faz apenas o necessário, nem mais nem menos, para manter seu emprego. Uma das justificativas para a adoção dessa atitude, por quem a pratica, é tida como uma forma de estabelecer limites às horas extras de trabalho, em busca de mais qualidade de vida. No entanto, o resultado pode ser inverso, uma vez que a desconexão afetiva do sentido de propósito no trabalho pode levar ao burnout. A percepção de trabalho produtivo é um pilar importante da saúde mental, pois o significado de trabalhar tem um vínculo intrínseco ao sentido de existência e identidade dos seres humanos. Quando avaliar o pedido de demissão? Entre as motivações mais frequentes para a mudança de emprego estão: a desconexão entre a cultura e os valores da empresa e os seus próprios, ambiente tóxico, desalinhamento de metas e de objetivos, falta de oportunidade de crescimento, de autonomia ou aprendizado, insatisfação com aquilo que faz ou com a liderança, perda do sentido de contribuição, de reconhecimento ou prejuízos à qualidade de vida e saúde mental. Se este é p seu caso, é hora de avaliar um pedido real de demissão. Manter-se no emprego apenas pelo salário não é uma boa opção para a saúde, nem para a felicidade e muito menos para o bolso, pois a situação não é sustentável no longo prazo e, portanto, não trará bons resultados. Como se preparar para a mudança? Para evitar agir por impulso e ter arrependimentos futuros é importante avaliar se realmente a percepção dos fatos não está enviesada. Você pode começar fazendo-se perguntas como: O que realmente desejo? Os pontos pelos quais estou insatisfeito podem melhorar de alguma forma? É possível ressignificá-los? No médio prazo, as coisas poderiam melhorar? Quais são os pontos fortes e desvantagens de onde trabalho? O que pesa mais entre vantagens ou pontos fracos? As questões que me incomodam dizem mais ao meu respeito ou ao ambiente externo? Há opções melhores? Consigo enxergar meu valor e minha contribuição independentemente de onde trabalho? Você pode fazer essa avaliação sozinho ou pedir a ajuda de um profissional. Caso a conclusão seja pela mudança, é importante planejar a transição. Não é recomendável pedir demissão sem outra opção de ocupação. De qualquer forma, é imprescindível uma reserva financeira de pelo menos 6 meses equivalentes aos seus gastos orçamentários mensais. Monte um plano, organize-se, desenhe as alternativas antes de se desligar. Qual é melhor forma de fazer? Trabalhar mal para forçar a demissão não faz bem a você mesmo. Seu senso de autoeficácia, o valor de seu próprio trabalho e a sua imagem valem muito mais que qualquer compensação financeira imediata das verbas rescisórias de ser demitido. Se a decisão de sair do emprego partiu de você, honre essa escolha. A boa notícia é que, por meio da reforma trabalhista que passou a vigorar em 2017, está prevista nova modalidade de demissão por acordo trabalhista. Ela permite que ocorra negociação para consenso entre o empregador e o empregado, chamada de demissão consensual. Nesse modelo de rescisão do contrato de trabalho, é permitido uma saída na qual ambas as partes aceitam o fim do vínculo empregatício. Nessa modalidade, o profissional recebe o saldo de salário; aviso prévio pela metade; 13º proporcional; férias proporcionais + ⅓; férias vencidas + ⅓; 20% de multa sobre o saldo do FGTS; também adquire o direito de movimentar 80% do valor disponível do seu FGTS. Só não tem direito ao seguro-desemprego. A melhor forma de saída é sempre a mais colaborativa, pacífica e acordada. Com isso você construirá não somente seu caminho escolhido imediato, mas também fortalecerá sua autoestima e manterá portas abertas para oportunidades futuras.

Carta aberta do investidor ao próximo Presidente

Os pedidos e as recomendações que um investidor faria para o novo governo presidencial em uma carta aberta Domingo, dia 30 de outubro, será conhecido o nome do presidente eleito para o próximo mandato. Quatro anos são suficientes para uma criança completar o fundamental 1 ou 2, para um adolescente completar o ensino médio, para um jovem cursar a faculdade, para um adulto completar mestrado ou doutorado. Podem ser suficientes para um casal se apaixonar, namorar, casar e sonhar uma vida melhor. Para um jovem adulto ser promovido. Para um empreendedor ver sua empresa lucrar e retornar seus investimentos. Não são suficientes para crescer uma árvore adulta, mas sim para engordar um boi. Cabem também em vencimentos de títulos do governo no tesouro direto pré ou pós-fixados. Nos meus atendimentos a jovens, quando pergunto sobre seus sonhos para uma vida feliz, as respostas que recebo, via de regra, são: concluir curso superior, construir uma família, viajar, ser bem-sucedido profissionalmente, construir um patrimônio, deixar um legado. Acredito que a maioria de nós, brasileiros, temos sonhos em comum. Investidores também. Por isso, imagino uma carta de um investidor sendo entregue ao nosso futuro presidente dizendo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Parabéns por sua eleição! Por ter conquistado a confiança da maioria dos brasileiros através do processo democrático. Meu primeiro desejo como investidor e brasileiro é que o senhor seja iluminado para ser digno da confiança depositada em seu mandato. Sabe-se, no mercado financeiro, a importância do ativo confiança. Investimentos se tornam escassos na ausência dela. Sem ela, o consumo fica abalado, os custos das transações sobem, empresas são prejudicadas, aumenta-se o desemprego, o dinheiro some e a taxa de juros sobe. Uma vez que não existe relacionamento saudável sem ela, a mesma lógica funciona para relacionar-se com investidores. Inclusive os mais distantes e estrangeiros. Que suas palavras e ações, então, inspirem sempre confiança. Como investidor preciso me esforçar todos os dias para gastar dentro do meu orçamento e formar reservas para o futuro. Então, assim como faço minha lição de casa, desejo que o senhor também faça a sua e mantenha as despesas do governo dentro do teto de gastos. Que seu governo não aumente a dívida e cuide bem das reservas. Assim também ajudará no meu próprio empenho de cuidar da minha aposentadoria. Por falar em futuro, estudos mostram que investidores que pensam no longo prazo conseguem resultados melhores para sua carteira. Desejo então, presidente, que sua visão seja de longo alcance, bem estratégica, muito além dos quatro anos, pensando no melhor para o país. Que seu compromisso de longo prazo sirva de modelo para cada brasileiro estabelecer o mesmo padrão de ação. Que gere possibilidades para um jovem comum se organizar, planejar, realizar sonhos; que gere oportunidades para um empreendedor investir e seguir um plano de negócios, sem oscilações, sem crises, sem inflação alta; que inspire a todos a investir com confiança e visão de futuro. Por falar em estudos, desejo, senhor presidente, que o seu governo acredite e invista na ciência. E inclusive invista na educação, para que crianças também possam ser investidoras futuras como eu sou. Que saibam o que são números decimais, calcular frações, percentuais e entendam o que são juros compostos. Assim, quem sabe, pode-se reduzir a desigualdade que tão mal faz para nossa sociedade. Estudos mostram (mais uma vez vem a importância dos estudos, das pesquisas, da ciência e da educação) que a desigualdade social tem impacto direto na instabilidade social, no ingresso de atividades ilegais, na violação da propriedade privada, no aumento da violência, no desrespeito a contratos. A baixa estabilidade aumenta custos de oportunidades privados e públicos, eleva gastos com saúde e segurança, abala a credibilidade das instituições e do sistema legal. E esse cenário não é nada bom para investimentos, que dirá para as pessoas. Ah! Por favor, inclua no pacote de redução de desigualdades o acesso mais igualitário ao crédito para todos também! Quando falo de créditos, penso nos créditos de carbono. E aí me faz voltar ao assunto do crescimento e preservação das árvores, e pensar no cuidado com o meio ambiente. Claro! Precisamos de uma atmosfera boa para investir e para respirar! Mas, falar em crédito, me faz voltar também ao tema credibilidade, confiança e pensar na transparência de um governo. Mas aí acho que já estou sendo repetitivo, o que não é bom. Por isso desejo ao senhor presidente, que também não o seja. Por que repetir, principalmente os erros, não faz bem a ninguém e tampouco ao país. Termino essa carta desejando que todos esses votos se realizem. Desta forma, todos os sonhos que os brasileiros são merecedores para uma vida normal, feliz e terrena poderão também se realizar. Que nossos sonhos brasileiros possam encontrar, nos próximos quatro anos, terreno fértil para florescer. Que seu governo proporcione terreno fértil para sonhos e árvores crescerem em nosso solo, em nossa terra adorada, em nosso pátria amada, Brasil.

5 dicas de como levar seu filho de potencial à potência

Neste Dia das Crianças, veja como você pode ajudar um filho a ter a luz própria no mundo A primeira grande e boa notícia que quero dar a você, pai ou mãe, que iniciou a leitura deste artigo é: seu filho já é uma potência! Passei anos da minha vida como líder em corporações. Em uma delas, responsável pela área de RH como Diretora Administrativo-Financeira de uma empresa com mais de 1,5 mil funcionários, observando de perto os jovens de alto potencial. Hoje, como psicóloga, orientando jovens, líderes e pais, vejo como ponto de atenção o lugar de ansiedade que essa busca ocupa. A palavra potencial é sempre uma referência ao futuro, algo que ainda não aconteceu e no qual se deposita alto nível de expectativa. Mas esse é uma fórmula repleta de ansiedade, pronta para o fracasso! Diz-se que a satisfação é igual à qualidade, dividida por expectativa. Ou seja, quanto maior for a expectativa do potencial, menor será a percepção da qualidade da entrega. Inclusive a satisfação pode tender a zero, se a expectativa for altíssima! Talvez seja esse conjunto de ansiedade, expectativa e pressão da sociedade atual, uma das causas disparadoras nos jovens de transtornos mentais, como síndrome do pânico, depressão, tiques nervosos, automutilação ou até mesmo tentativas de suicídio. Cada um de nós já nasceu com luz própria para brilhar. Seu filho ou filha também! Como sugestão para o Dia das Crianças, aqui vão 5 dicas que você pode presentear filhos: 1. Conheça a luz do seu filho, aceite e admire como ela é. Em vez de depositar expectativas, desenhar caminhos ou consertar defeitos, evite projetar em seu filho algo que não pertença a ele. Ao contrário, conheça-o profundamente e apaixone-se pelo que essa pessoa que está ao seu lado no mundo verdadeiramente é! 2. Fracassos e frustrações são parte da vida e o brilho está em saber lidar com estresses cotidianos. Mas, se todos nós sabemos disso, por que muitos pais buscam proteger filhos das adversidades em vez de ensiná-los a lidar com elas? E por que alguns pais ficam tão decepcionados com dificuldades dos seus filhos, como por exemplo o dito “fracasso escolar”, em vez de ter calma, paciência na trajetória celebrando as pequenas vitórias? Para haver brilho é preciso saber destacar mais as qualidades do que os defeitos e ter leveza perante adversidades. 3. Luz para propagar precisa de superfície refletora! Ou seja, qualquer potencial precisa de um ambiente favorável, positivo e incentivador para brilhar. Ambientes críticos, coercitivos, punitivos vão ofuscar e podem apagar uma luz. Elogie, incentive, mostre, ajude seu filho ou filha a descobrir seus talentos e motivações. Foque nos elogios, jogue luz nas habilidades interpessoais e incentive iniciativas sem se preocupar tanto com o resultado. Todo comportamento existe em função de algo. Se há um “mau” comportamento, possivelmente há oportunidade de ajuste no meio e nas relações. 4. A fórmula da Potência, segundo a definição da física, é igual à quantidade de trabalho em um intervalo de tempo (aqui vem meu lado engenheira): então dê tempo ao tempo e ensine seu filho a persistir. É muito comum, e bastante prejudicial, pais interromperem ou permitirem desistência rápida de atividades extracurriculares de seus filhos, sem completarem ciclos. Para exercer a potência, filhos precisam desenvolver a visão do trabalho no tempo. Desenvolver autocontrole, que nada mais é que o compromisso com as conquistas maiores do longo prazo. 5. Ajude seu filho(a) a ter autonomia e não precisar mais de você. Tanto a palavra potencial como potência vêm do latim “Potens”, que significa poder. Ajude seu filho(a) a empoderar-se. O melhor presente que você pode dar a seu filho, não só no Dia das Crianças, mas para a vida inteira, é a ajudá-lo a conhecer as próprias habilidades, ensiná-lo a lidar com os estresses da vida cotidiana, a estimulá-lo a usar suas habilidades de forma produtiva para colaborar com a sociedade. Se você achou esse presente maravilhoso, saiba que esta última frase não é minha! Trata-se da definição de saúde mental dada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso significa, então, ajudar seu filho a brilhar em sua potência, com saúde mental e integral. Desejo, no Dia das Crianças, hoje e sempre, muito sucesso, felicidade e vida longa aos nossos filhos!

Educação financeira vai além do dinheiro e mostra pessoas na intimidade

Quem procura ajuda com as fnanças busca organização interna e externa para se tornar uma pessoa melhor Trabalhar com educação financeira não significa apenas mostrar gráficos, cálculos, ensinar conceitos. É preciso respeito, escuta, abertura, compreensão. Saber a hora de falar e de ouvir. Às vezes, até o silêncio se faz necessário. Quando alguém procura atendimento está na verdade buscando esperança para um futuro melhor. Nunca é apenas sobre o dinheiro! Um indivíduo que pede ajuda com seus investimentos não está exatamente querendo saber sobre a diferença entre uma Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e um Certificado de Depósito Bancário (CDB). Faz parte também ensinar isso, mas é só um vocabulário temporário. A pessoa está pedindo, na verdade, ajuda para ter uma vida melhor. Ela deseja realizar sonhos, galgar um espaço social, quer ser aceita, inserida, reconhecida. Deseja pertencimento, realização e conexão. Quer sentir liberdade, segurança, autonomia, ter a sensação de poder realizar e de ser singular. Fica incoerente pedir ajuda para investimentos e estar endividado? Não! Inclusive acontece muito. Aqui está a verdadeira solicitação por traz do pedido: “Preciso de ajuda para me organizar interna e externamente. Quero ser uma pessoa melhor.” Cuidado e acolhimento são essenciais ao trabalhar com educação financeira. Alguém que abre o orçamento para você está abrindo sua alma. Está mostrando sua intimidade, suas fraquezas, suas prioridades e, talvez, suas compulsões. Um pai ou uma mãe que pede educação financeira para seu filho ou filha está em busca de apoio em sua jornada para formar um indivíduo equilibrado, responsável e feliz. Tem um desejo genuíno de ver seu filho ou filha com valores morais sólidos, com um senso de produtividade e contribuição. Deseja deixar um legado não apenas financeiro, mas um legado de valorização da vida. Quer ter a certeza da sustentabilidade e da felicidade de sua prole, quando não estiver mais por perto. Deseja que na sua ausência, seus filhos sejam capazes de enfrentar situações de estresse e adversidades que a vida apresenta. Portanto, um puro ato de proteção e amor. Uma pessoa que busca ajuda para montar sua aposentadoria ou para fazer a gestão de carreira está expondo seus medos e incertezas frente a obstáculos do mercado de trabalho, ao envelhecimento e à finitude da vida. Está em busca de apoio e segurança, de crescimento, paz e tranquilidade. Em busca de um porto seguro. Um jovem que busca, por conta própria, educação financeira ou orientação profissional está comunicando a si mesmo e ao mundo que deseja sua autonomia plena. Deseja conquistar seu espaço na sociedade. Deseja crescer! Alguém que doa sua empresa de US$ 3 bilhões, como fez o dono da Patagônia, está doando o trabalho de toda sua vida. Quer deixar ao mundo uma mensagem, a sua marca, um legado. Nunca é somente sobre o dinheiro. Assim como ativos financeiros são ferramentas para conseguir muitas coisas, uma planilha pode ser uma ferramenta para tocar almas. É um privilégio e uma responsabilidade trabalhar com educação financeira, com gente de verdade. Sinto uma incrível satisfação em poder partilhar todo afeto, potência e vulnerabilidade que esse trabalho envolve. Uma pessoa que busca ajuda para montar sua aposentadoria ou para fazer a gestão de carreira está expondo seus medos e incertezas frente a obstáculos do mercado de trabalho, ao envelhecimento e à finitude da vida. Está em busca de apoio e segurança, de crescimento, paz e tranquilidade. Em busca de um porto seguro. Um jovem que busca, por conta própria, educação financeira ou orientação profissional está comunicando a si mesmo e ao mundo que deseja sua autonomia plena. Deseja conquistar seu espaço na sociedade. Deseja crescer! Alguém que doa sua empresa de US$ 3 bilhões, como fez o dono da Patagônia, está doando o trabalho de toda sua vida. Quer deixar ao mundo uma mensagem, a sua marca, um legado. Nunca é somente sobre o dinheiro. Assim como ativos financeiros são ferramentas para conseguir muitas coisas, uma planilha pode ser uma ferramenta para tocar almas. É um privilégio e uma responsabilidade trabalhar com educação financeira, com gente de verdade. Sinto uma incrível satisfação em poder partilhar todo afeto, potência e vulnerabilidade que esse trabalho envolve.

Setembro Amarelo: saiba como ESG nos seus investimentos salva vidas

Uma empresa que cuida do ESG consegue obter retornos, tanto no âmbito financeiro como em saúde integral A morte é o fim. A interrupção definitiva da vida. O medo existencial da morte talvez seja o maior disparador de comportamentos irracionais frutos do viés de aversão à perda. Não queremos perder, não queremos morrer, não queremos que acabe. O suicídio choca por ser o ato de causar a própria morte de forma intencional. Uma decisão extremamente emotiva, oriunda de adoecimento psíquico, que extingue a capacidade de enxergar alternativas. Na verdade, o suicida não quer morrer, ele quer estancar a dor. Dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, e o mês foi escolhido para a campanha brasileira de prevenção chamada Setembro Amarelo. O assunto é importante e precisa ser foco da atenção de todos. Segundo o Ministério da Saúde, o suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam como uma das principais causas de morte no mundo por ano, mais do que HIV, malária, guerras ou homicídios. Entre os fatores de risco do comportamento suicida estão distúrbios mentais como esquizofrenia, bipolaridade, abuso de substâncias químicas como álcool, medicamentos e drogas, transtornos de ansiedade, esgotamento, burnout e depressão. Estudo americano feito pela Universidade da Califórnia perante a classe médica aponta seis principais causas de suicídio relacionadas ao trabalho médico: conflitos de relacionamento que afetam o trabalho, uso de substâncias químicas, deterioração da saúde física como impedimento de trabalhar, problemas legais, burnout e aumento do estresse financeiro. A ocorrência de mortes por suicídio entre bancários também é alta. Infelizmente houve crescimento da quantidade de casos em grandes instituições financeiras nos últimos anos por condições desumanas de trabalho. Um caso emblemático ocorreu em julho deste ano, com a morte suspeita de suicídio do diretor de Controles Internos e de Integridade da Caixa Econômica Federal, o responsável por apurar denúncias de assédios moral e sexual feitas por funcionários através dos canais internos da instituição.  Em 2020, o cantor Justin Bieber, que enfrenta atualmente questões sérias com sua saúde, revelou ter passado, durante sua adolescência, por depressão e pensamentos suicidas devido à fama e ao bullying. Seres humanos temos a necessidade básica de sermos respeitados e incluídos. De sermos verdadeiramente ouvidos, entendidos, acolhidos e não julgados. De estabelecermos relações recíprocas de confiança. Queremos ser notados, reconhecidos, amados. Queremos pertencer. Por trás de retornos financeiros dos investimentos, e de likes e curtidas das redes sociais, existem humanos em busca de conexão, reconhecimento, segurança, significância e amor. Raciocinando sobre investimentos, o que questões de saúde mental têm a ver com liquidez, risco e retorno? Nas primeiras aulas de educação financeira para iniciantes ensina-se o tripé de análise de investimentos. Ensina-se que para escolher um investimento é preciso olhar três parâmetros: liquidez, risco e retorno. No entanto, uma mesa de três pés pode se equilibrar perfeitamente em um único plano horizontal, mas é estática. Quando há deslocamento em um equipamento, quando há movimento ou se há uma carga maior no centro de gravidade, para não ocorrer tombamento, serão necessários quatro apoios. A proposta aqui é incluir mais uma perna ao tripé de critérios de análises: incluir o critério ESG.  Assédio moral, bullying, estresse financeiro, burnout podem matar, e a gestão de riscos de direitos humanos nas empresas precisa ser olhada por quem investe. O tripé tradicional dos investimentos pode até ser visto como uma análise suficiente para o investidor no plano individual (ainda que o investidor nunca tenha o melhor dos três elementos, liquidez, risco e retorno, juntos, e sempre terá que escolher por dois dos pés). Entretanto, investimentos não são estáticos. A garantia da sustentabilidade no longo prazo e o deslocamento do centro de gravidade do individual para o coletivo, exige adicionar um novo critério: liquidez, risco, retorno e ESG.  Mais planos estão em questão além da análise individual: o cuidado com o meio ambiente e com a sobrevivência da espécie, o cuidado com o social que garante a coexistência das relações humanas e a garantia de existirem normas, condutas, transparência e regras que conferem segurança para trilhar passos mais longos e contínuos por meio de uma boa governança. Uma empresa que cuida do ESG está zelando pela garantia dos direitos humanos, pela saúde mental de seus funcionários, de seus clientes, da comunidade em seu entorno. Um investidor que prioriza investimentos ESG está incentivando uma conduta empresarial e ampliando sua visão, não somente por liquidez, risco e retorno, no âmbito individual, mas por um plano maior, coletivo, da sustentabilidade da saúde integral própria e do todo. Uma pessoa que vive as práticas do ESG, consegue deslocar seu olhar de si mesmo para enxergar o próximo. Consegue viver de forma mais inclusiva, respeitando a diversidade, aumentando seu nível de acolhimento e compaixão. Cuida do meio ambiente físico e subjetivo em que vive, com mais respeito e ética. Seguindo essa atitude perante a vida e os investimentos, consegue também obter retornos maiores, com menos riscos, com maior sustentabilidade para si e para os outros, tanto no âmbito financeiro como em saúde integral e felicidade. O mês do Setembro Amarelo pode servir de reflexão para pensarmos uma forma de se colocar perante a vida, os outros e os investimentos.

A educação financeira pode te ajudar a parar de fumar; veja como

Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Veja como você poderia economizar ao deixar de fumar Você sabia que a educação financeira contribui para parar de fumar? Uma pesquisa feita no Japão com mais de 3.700 pessoas mostrou que o conhecimento de investimentos e a educação financeira têm relação direta na redução do hábito. O estudo mostrou que pessoas alfabetizadas e educadas financeiramente são menos propensas a fumar porque aumentam sua capacidade de tomar decisões mais racionais, desenvolvem melhor avaliação de riscos e de visão de longo prazo. É claro que não podemos simplificar ou generalizar a conclusão da pesquisa, pois levantaria uma falsa premissa. Seria o mesmo que dizer que não há fumantes entre investidores ou profissionais do mercado financeiro. No entanto, o estudo traz evidências de que o aumento da capacidade de tomar decisões racionais, o desenvolvimento do autocontrole, o desenvolvimento de visão de futuro e de capacidade de planejamento são redutores de ansiedade, e por consequência redutores de vícios. No dia de hoje, 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, trago alguns números para ampliar a informação e a sensibilização sobre o impacto do mau hábito nas finanças. Quanto você gasta com cigarro? Imagine uma pessoa com o hábito de fumar meio maço de cigarros por dia, a um custo de R$ 10,75 o maço. Em uma conta simples, o gasto aproximado seria de R$ 1.960,00 em um ano. Mas, se estamos em um artigo para investidores, o cálculo correto deve ser feito a juros compostos. Portando, considerando a taxa de juros de 15% ao ano (factível de ser conseguida em renda fixa no dia de hoje), pro rata (proporcional) ao dia, calcula-se que a pessoa conseguiria guardar quase R$ 2.100,00 ao longo de um ano se deixasse de ser fumante e investisse o equivalente a meio maço de cigarros, todos os dias. Veja na tabela abaixo mais simulações quanto à economia no orçamento e aumento nas reservas, apenas deixando de fumar: Quantidade de maços por dia sem fumar Valor equivalente aos maços economizados investido por dia Patrimônio acumulado investindo o equivalente todos os dias, após um ano Patrimônio acumulado investindo o equivalente todos os dias, por 5 anos 0,5 maço /dia R$ 5,38/dia R$ 2.080,00 R$ 14.000,00 1 maço/dia R$ 10,75/dia R$ 4.150,00 R$ 28.000,00 2 maços / dia R$ 21,50/dia R$ 8.300,00 R$ 56. 000,00 *Os números acima foram calculados a taxa de 15 % a.a. pro rata ao dia e valor do maço assumido de R$ 10,75. Números foram arredondados para fins didáticos. A conta ainda ficaria mais impressionante, em potencial de economia, se calculássemos equivalências com gastos maiores em outras fontes de nicotina, como cigarros eletrônicos e charutos. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 20 milhões de brasileiros fazem uso de produtos derivados do tabaco. Outro estudo do IBGE, em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontou taxas crescentes de experimentação de narguilé, cigarro eletrônico e outros produtos do tabaco entre adolescentes de 13 a 17 anos. O contato precoce com a nicotina é capaz de mudar o funcionamento cerebral, tornando adultos mais propensos a desenvolver transtornos de ansiedade, depressão e pensamentos suicidas. O tabagismo não somente afeta à saúde física, mental e financeira das pessoas, com também atinge os cofres públicos. Dados do Ministério da Saúde apontam gastos superiores a R$ 120 bilhões por ano na prevenção, controle e tratamento de doenças decorrentes do tabaco pelo sistema de saúde brasileiro. Parar de fumar traz muito ganhos quando o assunto é dinheiro. Não somente relativos aos cálculos diretos apresentados acima, mas também ganhos indiretos como a melhoria na produtividade, foco, qualidade de vida e na economia com gastos pessoais futuros em saúde. Se é tão benéfico ficar longe do cigarro, por que as pessoas seguem fumando? Humanos nem sempre somos guiados pela racionalidade, e isso pode ser observado também em comportamentos financeiros quanto a compras, investimentos e até mesmo na prática de doações. Mudar hábitos tóxicos envolve decisão e escolhas, estabelecimento de metas fatiadas em ações diárias, apoio familiar e psicoterapêutico. O treinamento de comportamentos saudáveis autocontrolados passa pelo desenvolvimento de aptidões como a sensibilidade à visão de longo prazo, apuração do olhar na avaliação de riscos, senso de propósito e a ressignificação da sensação de felicidade que impacta na resiliência para enfrentar os obstáculos diários. A soma desses fatores é que realmente pode reduzir a necessidade da compensação por vícios.

Dívida de R$ 1,00 pode virar R$ 1 milhão no Brasil

Oferta de crédito consignado do Auxílio Brasil pode acelerar ainda mais a desigualdade social A desigualdade social no Brasil, acelerada pelo avanço da pobreza, é impactada por um elemento importante do sistema financeiro: a cessão de crédito. Levantamento do Serasa, em julho de 2021, aponta acesso desigual ao crédito entre classes sociais. A pesquisa mostra também que são oferecidos limites de crédito menores a mulheres do que a homens. Além do acesso desigual, o problema se agrava brutalmente quando se olha para os patamares das taxas abusivas de juros cobradas em empréstimos bancários e por financeiras. Em julho de 2022, a Crefisa, empresa de crédito pessoal patrocinadora de time de futebol, esteve em meio a um litígio judicial, no Rio Grande do Sul, devido aos patamares de suas taxas de empréstimo superiores a 800% ao ano. O desequilíbrio na oferta e nos custos de crédito levanta a questão da desigualdade social, não somente em território nacional, mas coloca o povo brasileiro em desigualdade perante a população mundial. O Brasil tem o segundo maior spread bancário do mundo, ficando atrás apenas de Madagascar, de acordo com levantamento feito por economistas da LCA Consultores e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em 2019. O Spread bancário é a diferença percentual entre a taxa de juros cobrada pelos bancos em empréstimos e a taxa de juros paga pelas instituições financeiras nos investimentos. Resumidamente, é a margem bruta dos bancos. Os altos juros cobrados em empréstimos no Brasil são justificados pelos índices de inadimplência e pela dificuldade em recuperação judicial de dívidas no País. No entanto, através dos anos de experiência que tenho, ajudando pessoas por meio da educação financeira, posso afirmar que dificilmente um indivíduo, por mais bem intencionado e esforçado que seja, será capaz de honrar e quitar dívidas superiores a 2% ao mês, equivalentes a 27% ao ano. Ora, caro leitor brasileiro, se você já contraiu dívidas na pessoa física ou jurídica em algum momento de sua vida produtiva, deve estar pensando que 30% ao ano de taxa de empréstimo seria uma oferta bem atrativa, dado que as taxas no cheque especial e no atraso do pagamento da fatura do cartão de crédito, estão em média, entre 150% e 500%, nas maiores instituições brasileiras. Portanto, se a taxa factível para ser paga por um esforçado trabalhador precisa ser inferior a 30% ao ano, como seria possível alguém honrar taxas ao redor de 150% ao ano? E ao redor de 400% ao ano? E de 800% ao ano? Para os não tão familiarizados com o potencial dos juros compostos, tanto para o bem, se você é investidor, quanto para o mal, se está na ponta devedora, trago o seguinte exemplo: uma pessoa que pega 1 real emprestado durante 20 anos, a uma taxa de 100% ao ano, será devedora, ao final do período, de valor superior a 1 milhão de reais. Isso mesmo! Uma dívida de R$ 1,00 virará mais de R$ 1 milhão em 20 anos, de acordo com as taxas bancárias praticadas no País. Recentemente o presidente da República sancionou uma lei que permite aos bancos dar empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda destinado às famílias em situação de extrema pobreza. Além disso, não foi estabelecido pelo governo um limite na cobrança da taxa mensal. Os juros cobrados no mês passado, pelo empréstimo consignado para essa população vulnerável, giravam em torno dos 100% ao ano. O Brasil, por sua enfermidade econômica, figura no ranking das maiores desigualdades em seu sistema financeiro. Está entre os 15 países que mais subiram suas taxas básicas de juros em 2022. Muito embora a inflação seja um fenômeno mundial, e países desenvolvidos, como os Estados Unidos, também tiveram que aumentar juros, nada se compara aos níveis das taxas cobradas em empréstimos no território brasileiro. A população americana tem a cultura da dívida arraigada ao comportamento, e grande parte dos americanos tem suas casas hipotecadas, mas a realidade do compromisso orçamentário com custos financeiros é completamente outra. As taxas de empréstimos hipotecários estão girando ao redor de 6% ao ano em um momento de alta dos juros americanos. No Brasil, mesmo no melhor momento histórico da Selic a 2% ao ano, as taxas de empréstimos não cederam significativamente. Felizmente, vemos algum movimento de mudança no mercado financeiro. O Bradesco decidiu não oferecer empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil. O presidente do banco declarou que a operação, por envolver juros elevados, seria um benefício ilusório a pessoas vulneráveis. Redução das desigualdades está entre os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da agenda 2030 das Nações Unidas. O primeiro objetivo é a erradicação da pobreza. Se queremos ser um país sério quanto às metas de desenvolvimento sustentável, quanto às práticas ESG e comprometidos com a proteção da população, precisamos olhar para o desequilíbrio na oferta de crédito. Há, no Brasil, bastante espaço ainda para melhorias nas políticas públicas econômicas e no mercado financeiro quanto ao ESG, principalmente na letra S de Social.

Segundo semestre difícil? Veja a solução para cenários instáveis

A importância da esperança para a sua saúde física e financeira Como você se sente quando enfrenta tormentas como o aumento da desigualdade com números recordes de pessoas em condição de extrema pobreza, o avanço do endividamento das famílias brasileiras, a escalada da violência e os impactos desastrosos da inflação e das instabilidades econômica, política, jurídica e fiscal no Brasil? E ao se deparar com panoramas otimistas que ressaltam, por exemplo, vantagens atuais dos investimentos de baixo risco em renda fixa, da desaceleração no número de mortes decorrentes do coronavírus, da recuperação econômica vista em alguns setores e da revolução do trabalho remoto com a flexibilidade de horários? Ou você prefere ver os dois lados de cada questão? Sendo assim, eu poderia escrever sobre a redução do índice de desemprego no primeiro semestre, mas apontar o aumento alarmante da taxa de jovens desocupados. Até mesmo fazer o contraponto sobre o triste cenário de uma eleição polarizada regida por voto útil e não por candidatos que de fato expressem preferências dos eleitores, mas sem grandes surpresas pela frente, o que dá concretude ao investidor. No entanto, caro leitor e investidor, o que desejo trazer aqui é um olhar para seu equilíbrio emocional, colocar luz sobre a importância de ter ferramentas de enfrentamento em situações de estresses e adversidades, com foco em sua saúde financeira, mental e integral, apesar de qualquer circunstância. Cenários econômicos e políticos instáveis intensificam sentimentos como ansiedade, medo e insegurança. O medo contínuo pode impactar negativamente a vida profissional e levar a doenças e distúrbios mentais. Segundo estudos do psicólogo e professor americano Charles Snyder, indivíduos regidos pela insegurança adotam, em suas vidas, objetivos ambíguos e só conseguem trabalhá-los um por vez. Já pessoas com alto nível de esperança comumente são capazes de executar cinco ou seis metas simultâneas, traçam planos de ação para o sucesso e adotam estratégias de flexibilidade, resiliência e inovação frente a obstáculos e adversidades. Os esperançosos têm maior autoestima, motivação, mais longevidade e são mais propensos a experimentar a alegria. O nível de esperança pode ser desenvolvido e incrementado por meio de um caminho de autoconhecimento e ressignificação, a despeito das frustrações que a vida apresenta. As intempéries do cenário mundial, brasileiro e da volatilidade do mercado financeiro podem ser enfrentados com o fortalecimento de seu ambiente interno esperançoso e de sua conexão entre mente, corpo e comportamentos. Se há sabedoria científica no ditado popular que diz que a esperança é a última que morre, a mesma sabedoria se aplica à produtividade profissional e à construção e perenidade do patrimônio. Obter tal sucesso irá exigir de você mais do que conhecimentos sobre finanças ou projeções econômicas. Exigirá uma boa dose de virtudes como a paciência, a gratidão, a generosidade e a fé.

Como sair do discurso para a prática em ESG

Uma pesquisa feita pela CVM mostrou que apenas 64% consideram critérios ESG para investir Alguém tem dúvidas de que cuidar do planeta, controlar as mudanças climáticas, evitar condições meteorológicas extremas, erradicar a fome e a pobreza e trabalhar a inclusão e a diversidade trará benefícios e retornos maiores para todos – investidores, empresas, pessoas – no longo prazo? Se parece tão obvio, por que há dificuldades na implementação das ações ligadas ao ESG (sigla para ações ambientais, sociais e de governança)? Uma pesquisa feita pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) com investidores, em 2021, mostrou que apesar de 94% dos entrevistados conhecerem o conceito, 64% consideram os critérios ESG na escolha dos investimentos. Quando a pergunta incluiu a frequência com que isso é feito, o volume investido caiu para menos de 30%. Entre os principais fatores levantados pelos participantes para não considerar os critérios ESG em seus investimentos estão: dificuldades em obter informações, falta de confiança nas informações, falta de entendimento do impacto financeiro sobre o mercado. O descasamento entre o discurso e a ação mostra que a intenção é necessária, mas não é suficiente para a implementação das práticas ESG. Do ponto de vista psicológico, são três os elementos necessários para ocorrer mudança comportamental em qualquer indivíduo: 1) atitude – definida como alinhamento aos valores pessoais, como pré-disposição do indivíduo à ação; 2) percepção de controle, proximidade e domínio do tema; 3) mudança nos estímulos do entorno, da cultura e dos reforçadores sociais envolvidos. A proximidade e sensação de domínio do assunto são conquistadas por meio de aprendizagem e conhecimento, o que abre um espaço importante para educação financeira em ESG de investidores e do público em geral. É necessário aumentar a didática, a transparência, o acesso às informações relevantes sobre o impacto das práticas ESG nos investimentos, nas empresas, na sociedade e na vida das pessoas. No entanto, o principal desafio está no terceiro elemento de mudança comportamental: a transformação cultural, das crenças e dos reforçadores sociais. ESG, muito além dos cuidados ambientais, sociais e de governança, implica em duas grandes transformações comportamentais: a mudança do olhar de curto para longo prazo e do olhar individual para o coletivo. A natureza humana carrega em si, como resultado da história da evolução da espécie, o instinto de sobrevivência e de autopreservação, o que remete a comportamentos de curto prazo e de satisfação dos próprios interesses. E, para agravar, cenários de instabilidade e de incertezas apimentam e potencializam as escolhas impulsivas, imediatas e individualistas. Para que as pessoas usufruam e adotem comportamentos de longo prazo é necessário aumentar a sensibilidade aos efeitos da maior magnitude dos resultados no tempo, assim como estimular a cooperação. Empresas com ambientes muito competitivos em sua cultura e/ou com estímulo às metas de curto prazo terão dificuldade em desenvolver nos colaboradores repertórios comportamentais ESG. Há espaço, também no mercado financeiro, para estimular investimentos colaborativos, para dar mais acesso a informações de impacto em plataformas de investimentos e a dar estímulos reforçadores de longo prazo nas telas operacionais. Há um apelo muito forte hoje a práticas de “day trading” e à competição entre “ursos” e “touros”, quando o melhor espírito investidor ESG é ser fonte de financiamento para o crescimento da economia real. O ser humano tem uma tendência primária às escolhas imediatistas, mas diferencia-se de outros animais, pela capacidade em desenvolver repertório para escolhas melhores e de compromisso com resultados de maior valor e sustentabilidade. Muito além do retorno nos investimentos, da gestão de risco e do zelo por boas práticas, falar em ESG é falar do cuidado com pessoas. Zelar pelas práticas ambientais e sociais é no fundo cuidar de gente. Ter boas práticas de governança é montar estrutura que favoreça o cuidado de forma sustentável e permanente. Sendo assim, para obter sucesso, é fundamental a ação de todos pelo coletivo, empresas, instituições financeiras e o governo. Faz-se necessário o trabalho conjunto pelas mudanças culturais, no mercado e na sociedade, para estabelecer comportamentos ESG de colaboração e visão de longo prazo com retornos maiores no tempo.

Você sofre de “Fomo” financeira? Conheça os sintomas

Transtorno pode causar falta de concentração em geral, no trabalho ou dirigindo, insônia e pesadelos O fenômeno Fomo – abreviatura de “fear of missing out”, expressão em inglês traduzida como “medo de ficar de fora” – surgiu como uma patologia psicológica do mundo contemporâneo tecnológico. O comportamento caracterizado por forte ansiedade e pela necessidade intensa de saber o que outras pessoas estão fazendo, impacta negativamente as atividades diárias, o contexto familiar e a produtividade no trabalho. E quando o medo de ficar de fora refere-se aos investimentos? Ao medo de perder a bola da vez, as melhores oportunidades em ações, criptos ou nos derivados? A Fomo financeira é notada naqueles que não desgrudam da tela da Bolsa, em busca de bater (fechar negócio com a melhor oferta de compra disponível) ou tomar (com a melhor oferta de venda disponível). E ainda, naquelas pessoas consumidoras contumazes de todos os cursos de investimentos disponíveis, seguidoras de qualquer blogueiro ou vizinho que fale sobre as melhores dicas para investir. O comportamento também é observado em pessoas que constantemente buscam praticar e/ou publicar em roda de amigos e nas redes sociais seus feitos com swing trade (operações de curto prazo na bolsa, para aproveitar o sobe e desce do mercado durante alguns dias), ou naqueles que precisam seguir sem parar os blogueiros financeiros que as publicam. Alguns sintomas característicos da Fomo financeira são: * Dedicar muito tempo às telas operacionais; * Consumir excessivamente cursos ou dicas de blogueiros; * Ter dificuldade em viver o momento e preocupar-se constantemente com a situação do mercado; * Prejudicar-se nas relações sociais ou profissionais por preocupação com as finanças; * Falta de concentração em geral, no trabalho ou dirigindo, insônia, pesadelos ou prejuízo nas refeições; * Sofrer crises de ansiedade, pânico, forte angústia ou depressão; * Abuso de álcool ou drogas em busca de alívio; * Assumir riscos excessivos; * Já ter caído em algum golpe financeiro; * Perder o sentido de existência ou propósito. Algumas sugestões para minimizar os sintomas e até mesmo para prevenir a síndrome são: * Montar estratégia de longo prazo e de reservas com distinta liquidez para reduzir o acompanhamento diário do mercado; * Ter em mente que as publicações geralmente refletem estímulos e gatilhos de impulsividade e funcionam para capturar seu cérebro; * Lembrar que não existe dinheiro rápido e fácil e um bom investimento é aquele que cumpre seus objetivos ao longo do tempo com consistência e fundamentos; * Evitar comparar-se com os demais (que provavelmente também estão na mesma que você), focar sua energia em buscar remuneração por meio de atividades profissionais que usem seus talentos de forma produtiva e contributiva; * Praticar meditação e inserir na rotina atividades esportivas e ao ar livre. Se você está com alguns desses sintomas ou conhece alguém com características de Fomo financeira, note que apenas um profissional psicólogo qualificado pode diagnosticar transtornos mentais e prescrever o tratamento adequado.