Setembro Amarelo: saiba como ESG nos seus investimentos salva vidas

Uma empresa que cuida do ESG consegue obter retornos, tanto no âmbito financeiro como em saúde integral A morte é o fim. A interrupção definitiva da vida. O medo existencial da morte talvez seja o maior disparador de comportamentos irracionais frutos do viés de aversão à perda. Não queremos perder, não queremos morrer, não queremos que acabe. O suicídio choca por ser o ato de causar a própria morte de forma intencional. Uma decisão extremamente emotiva, oriunda de adoecimento psíquico, que extingue a capacidade de enxergar alternativas. Na verdade, o suicida não quer morrer, ele quer estancar a dor. Dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, e o mês foi escolhido para a campanha brasileira de prevenção chamada Setembro Amarelo. O assunto é importante e precisa ser foco da atenção de todos. Segundo o Ministério da Saúde, o suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam como uma das principais causas de morte no mundo por ano, mais do que HIV, malária, guerras ou homicídios. Entre os fatores de risco do comportamento suicida estão distúrbios mentais como esquizofrenia, bipolaridade, abuso de substâncias químicas como álcool, medicamentos e drogas, transtornos de ansiedade, esgotamento, burnout e depressão. Estudo americano feito pela Universidade da Califórnia perante a classe médica aponta seis principais causas de suicídio relacionadas ao trabalho médico: conflitos de relacionamento que afetam o trabalho, uso de substâncias químicas, deterioração da saúde física como impedimento de trabalhar, problemas legais, burnout e aumento do estresse financeiro. A ocorrência de mortes por suicídio entre bancários também é alta. Infelizmente houve crescimento da quantidade de casos em grandes instituições financeiras nos últimos anos por condições desumanas de trabalho. Um caso emblemático ocorreu em julho deste ano, com a morte suspeita de suicídio do diretor de Controles Internos e de Integridade da Caixa Econômica Federal, o responsável por apurar denúncias de assédios moral e sexual feitas por funcionários através dos canais internos da instituição.  Em 2020, o cantor Justin Bieber, que enfrenta atualmente questões sérias com sua saúde, revelou ter passado, durante sua adolescência, por depressão e pensamentos suicidas devido à fama e ao bullying. Seres humanos temos a necessidade básica de sermos respeitados e incluídos. De sermos verdadeiramente ouvidos, entendidos, acolhidos e não julgados. De estabelecermos relações recíprocas de confiança. Queremos ser notados, reconhecidos, amados. Queremos pertencer. Por trás de retornos financeiros dos investimentos, e de likes e curtidas das redes sociais, existem humanos em busca de conexão, reconhecimento, segurança, significância e amor. Raciocinando sobre investimentos, o que questões de saúde mental têm a ver com liquidez, risco e retorno? Nas primeiras aulas de educação financeira para iniciantes ensina-se o tripé de análise de investimentos. Ensina-se que para escolher um investimento é preciso olhar três parâmetros: liquidez, risco e retorno. No entanto, uma mesa de três pés pode se equilibrar perfeitamente em um único plano horizontal, mas é estática. Quando há deslocamento em um equipamento, quando há movimento ou se há uma carga maior no centro de gravidade, para não ocorrer tombamento, serão necessários quatro apoios. A proposta aqui é incluir mais uma perna ao tripé de critérios de análises: incluir o critério ESG.  Assédio moral, bullying, estresse financeiro, burnout podem matar, e a gestão de riscos de direitos humanos nas empresas precisa ser olhada por quem investe. O tripé tradicional dos investimentos pode até ser visto como uma análise suficiente para o investidor no plano individual (ainda que o investidor nunca tenha o melhor dos três elementos, liquidez, risco e retorno, juntos, e sempre terá que escolher por dois dos pés). Entretanto, investimentos não são estáticos. A garantia da sustentabilidade no longo prazo e o deslocamento do centro de gravidade do individual para o coletivo, exige adicionar um novo critério: liquidez, risco, retorno e ESG.  Mais planos estão em questão além da análise individual: o cuidado com o meio ambiente e com a sobrevivência da espécie, o cuidado com o social que garante a coexistência das relações humanas e a garantia de existirem normas, condutas, transparência e regras que conferem segurança para trilhar passos mais longos e contínuos por meio de uma boa governança. Uma empresa que cuida do ESG está zelando pela garantia dos direitos humanos, pela saúde mental de seus funcionários, de seus clientes, da comunidade em seu entorno. Um investidor que prioriza investimentos ESG está incentivando uma conduta empresarial e ampliando sua visão, não somente por liquidez, risco e retorno, no âmbito individual, mas por um plano maior, coletivo, da sustentabilidade da saúde integral própria e do todo. Uma pessoa que vive as práticas do ESG, consegue deslocar seu olhar de si mesmo para enxergar o próximo. Consegue viver de forma mais inclusiva, respeitando a diversidade, aumentando seu nível de acolhimento e compaixão. Cuida do meio ambiente físico e subjetivo em que vive, com mais respeito e ética. Seguindo essa atitude perante a vida e os investimentos, consegue também obter retornos maiores, com menos riscos, com maior sustentabilidade para si e para os outros, tanto no âmbito financeiro como em saúde integral e felicidade. O mês do Setembro Amarelo pode servir de reflexão para pensarmos uma forma de se colocar perante a vida, os outros e os investimentos.

A educação financeira pode te ajudar a parar de fumar; veja como

Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Veja como você poderia economizar ao deixar de fumar Você sabia que a educação financeira contribui para parar de fumar? Uma pesquisa feita no Japão com mais de 3.700 pessoas mostrou que o conhecimento de investimentos e a educação financeira têm relação direta na redução do hábito. O estudo mostrou que pessoas alfabetizadas e educadas financeiramente são menos propensas a fumar porque aumentam sua capacidade de tomar decisões mais racionais, desenvolvem melhor avaliação de riscos e de visão de longo prazo. É claro que não podemos simplificar ou generalizar a conclusão da pesquisa, pois levantaria uma falsa premissa. Seria o mesmo que dizer que não há fumantes entre investidores ou profissionais do mercado financeiro. No entanto, o estudo traz evidências de que o aumento da capacidade de tomar decisões racionais, o desenvolvimento do autocontrole, o desenvolvimento de visão de futuro e de capacidade de planejamento são redutores de ansiedade, e por consequência redutores de vícios. No dia de hoje, 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, trago alguns números para ampliar a informação e a sensibilização sobre o impacto do mau hábito nas finanças. Quanto você gasta com cigarro? Imagine uma pessoa com o hábito de fumar meio maço de cigarros por dia, a um custo de R$ 10,75 o maço. Em uma conta simples, o gasto aproximado seria de R$ 1.960,00 em um ano. Mas, se estamos em um artigo para investidores, o cálculo correto deve ser feito a juros compostos. Portando, considerando a taxa de juros de 15% ao ano (factível de ser conseguida em renda fixa no dia de hoje), pro rata (proporcional) ao dia, calcula-se que a pessoa conseguiria guardar quase R$ 2.100,00 ao longo de um ano se deixasse de ser fumante e investisse o equivalente a meio maço de cigarros, todos os dias. Veja na tabela abaixo mais simulações quanto à economia no orçamento e aumento nas reservas, apenas deixando de fumar: Quantidade de maços por dia sem fumar Valor equivalente aos maços economizados investido por dia Patrimônio acumulado investindo o equivalente todos os dias, após um ano Patrimônio acumulado investindo o equivalente todos os dias, por 5 anos 0,5 maço /dia R$ 5,38/dia R$ 2.080,00 R$ 14.000,00 1 maço/dia R$ 10,75/dia R$ 4.150,00 R$ 28.000,00 2 maços / dia R$ 21,50/dia R$ 8.300,00 R$ 56. 000,00 *Os números acima foram calculados a taxa de 15 % a.a. pro rata ao dia e valor do maço assumido de R$ 10,75. Números foram arredondados para fins didáticos. A conta ainda ficaria mais impressionante, em potencial de economia, se calculássemos equivalências com gastos maiores em outras fontes de nicotina, como cigarros eletrônicos e charutos. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 20 milhões de brasileiros fazem uso de produtos derivados do tabaco. Outro estudo do IBGE, em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontou taxas crescentes de experimentação de narguilé, cigarro eletrônico e outros produtos do tabaco entre adolescentes de 13 a 17 anos. O contato precoce com a nicotina é capaz de mudar o funcionamento cerebral, tornando adultos mais propensos a desenvolver transtornos de ansiedade, depressão e pensamentos suicidas. O tabagismo não somente afeta à saúde física, mental e financeira das pessoas, com também atinge os cofres públicos. Dados do Ministério da Saúde apontam gastos superiores a R$ 120 bilhões por ano na prevenção, controle e tratamento de doenças decorrentes do tabaco pelo sistema de saúde brasileiro. Parar de fumar traz muito ganhos quando o assunto é dinheiro. Não somente relativos aos cálculos diretos apresentados acima, mas também ganhos indiretos como a melhoria na produtividade, foco, qualidade de vida e na economia com gastos pessoais futuros em saúde. Se é tão benéfico ficar longe do cigarro, por que as pessoas seguem fumando? Humanos nem sempre somos guiados pela racionalidade, e isso pode ser observado também em comportamentos financeiros quanto a compras, investimentos e até mesmo na prática de doações. Mudar hábitos tóxicos envolve decisão e escolhas, estabelecimento de metas fatiadas em ações diárias, apoio familiar e psicoterapêutico. O treinamento de comportamentos saudáveis autocontrolados passa pelo desenvolvimento de aptidões como a sensibilidade à visão de longo prazo, apuração do olhar na avaliação de riscos, senso de propósito e a ressignificação da sensação de felicidade que impacta na resiliência para enfrentar os obstáculos diários. A soma desses fatores é que realmente pode reduzir a necessidade da compensação por vícios.

Dívida de R$ 1,00 pode virar R$ 1 milhão no Brasil

Oferta de crédito consignado do Auxílio Brasil pode acelerar ainda mais a desigualdade social A desigualdade social no Brasil, acelerada pelo avanço da pobreza, é impactada por um elemento importante do sistema financeiro: a cessão de crédito. Levantamento do Serasa, em julho de 2021, aponta acesso desigual ao crédito entre classes sociais. A pesquisa mostra também que são oferecidos limites de crédito menores a mulheres do que a homens. Além do acesso desigual, o problema se agrava brutalmente quando se olha para os patamares das taxas abusivas de juros cobradas em empréstimos bancários e por financeiras. Em julho de 2022, a Crefisa, empresa de crédito pessoal patrocinadora de time de futebol, esteve em meio a um litígio judicial, no Rio Grande do Sul, devido aos patamares de suas taxas de empréstimo superiores a 800% ao ano. O desequilíbrio na oferta e nos custos de crédito levanta a questão da desigualdade social, não somente em território nacional, mas coloca o povo brasileiro em desigualdade perante a população mundial. O Brasil tem o segundo maior spread bancário do mundo, ficando atrás apenas de Madagascar, de acordo com levantamento feito por economistas da LCA Consultores e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em 2019. O Spread bancário é a diferença percentual entre a taxa de juros cobrada pelos bancos em empréstimos e a taxa de juros paga pelas instituições financeiras nos investimentos. Resumidamente, é a margem bruta dos bancos. Os altos juros cobrados em empréstimos no Brasil são justificados pelos índices de inadimplência e pela dificuldade em recuperação judicial de dívidas no País. No entanto, através dos anos de experiência que tenho, ajudando pessoas por meio da educação financeira, posso afirmar que dificilmente um indivíduo, por mais bem intencionado e esforçado que seja, será capaz de honrar e quitar dívidas superiores a 2% ao mês, equivalentes a 27% ao ano. Ora, caro leitor brasileiro, se você já contraiu dívidas na pessoa física ou jurídica em algum momento de sua vida produtiva, deve estar pensando que 30% ao ano de taxa de empréstimo seria uma oferta bem atrativa, dado que as taxas no cheque especial e no atraso do pagamento da fatura do cartão de crédito, estão em média, entre 150% e 500%, nas maiores instituições brasileiras. Portanto, se a taxa factível para ser paga por um esforçado trabalhador precisa ser inferior a 30% ao ano, como seria possível alguém honrar taxas ao redor de 150% ao ano? E ao redor de 400% ao ano? E de 800% ao ano? Para os não tão familiarizados com o potencial dos juros compostos, tanto para o bem, se você é investidor, quanto para o mal, se está na ponta devedora, trago o seguinte exemplo: uma pessoa que pega 1 real emprestado durante 20 anos, a uma taxa de 100% ao ano, será devedora, ao final do período, de valor superior a 1 milhão de reais. Isso mesmo! Uma dívida de R$ 1,00 virará mais de R$ 1 milhão em 20 anos, de acordo com as taxas bancárias praticadas no País. Recentemente o presidente da República sancionou uma lei que permite aos bancos dar empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda destinado às famílias em situação de extrema pobreza. Além disso, não foi estabelecido pelo governo um limite na cobrança da taxa mensal. Os juros cobrados no mês passado, pelo empréstimo consignado para essa população vulnerável, giravam em torno dos 100% ao ano. O Brasil, por sua enfermidade econômica, figura no ranking das maiores desigualdades em seu sistema financeiro. Está entre os 15 países que mais subiram suas taxas básicas de juros em 2022. Muito embora a inflação seja um fenômeno mundial, e países desenvolvidos, como os Estados Unidos, também tiveram que aumentar juros, nada se compara aos níveis das taxas cobradas em empréstimos no território brasileiro. A população americana tem a cultura da dívida arraigada ao comportamento, e grande parte dos americanos tem suas casas hipotecadas, mas a realidade do compromisso orçamentário com custos financeiros é completamente outra. As taxas de empréstimos hipotecários estão girando ao redor de 6% ao ano em um momento de alta dos juros americanos. No Brasil, mesmo no melhor momento histórico da Selic a 2% ao ano, as taxas de empréstimos não cederam significativamente. Felizmente, vemos algum movimento de mudança no mercado financeiro. O Bradesco decidiu não oferecer empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil. O presidente do banco declarou que a operação, por envolver juros elevados, seria um benefício ilusório a pessoas vulneráveis. Redução das desigualdades está entre os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da agenda 2030 das Nações Unidas. O primeiro objetivo é a erradicação da pobreza. Se queremos ser um país sério quanto às metas de desenvolvimento sustentável, quanto às práticas ESG e comprometidos com a proteção da população, precisamos olhar para o desequilíbrio na oferta de crédito. Há, no Brasil, bastante espaço ainda para melhorias nas políticas públicas econômicas e no mercado financeiro quanto ao ESG, principalmente na letra S de Social.

Segundo semestre difícil? Veja a solução para cenários instáveis

A importância da esperança para a sua saúde física e financeira Como você se sente quando enfrenta tormentas como o aumento da desigualdade com números recordes de pessoas em condição de extrema pobreza, o avanço do endividamento das famílias brasileiras, a escalada da violência e os impactos desastrosos da inflação e das instabilidades econômica, política, jurídica e fiscal no Brasil? E ao se deparar com panoramas otimistas que ressaltam, por exemplo, vantagens atuais dos investimentos de baixo risco em renda fixa, da desaceleração no número de mortes decorrentes do coronavírus, da recuperação econômica vista em alguns setores e da revolução do trabalho remoto com a flexibilidade de horários? Ou você prefere ver os dois lados de cada questão? Sendo assim, eu poderia escrever sobre a redução do índice de desemprego no primeiro semestre, mas apontar o aumento alarmante da taxa de jovens desocupados. Até mesmo fazer o contraponto sobre o triste cenário de uma eleição polarizada regida por voto útil e não por candidatos que de fato expressem preferências dos eleitores, mas sem grandes surpresas pela frente, o que dá concretude ao investidor. No entanto, caro leitor e investidor, o que desejo trazer aqui é um olhar para seu equilíbrio emocional, colocar luz sobre a importância de ter ferramentas de enfrentamento em situações de estresses e adversidades, com foco em sua saúde financeira, mental e integral, apesar de qualquer circunstância. Cenários econômicos e políticos instáveis intensificam sentimentos como ansiedade, medo e insegurança. O medo contínuo pode impactar negativamente a vida profissional e levar a doenças e distúrbios mentais. Segundo estudos do psicólogo e professor americano Charles Snyder, indivíduos regidos pela insegurança adotam, em suas vidas, objetivos ambíguos e só conseguem trabalhá-los um por vez. Já pessoas com alto nível de esperança comumente são capazes de executar cinco ou seis metas simultâneas, traçam planos de ação para o sucesso e adotam estratégias de flexibilidade, resiliência e inovação frente a obstáculos e adversidades. Os esperançosos têm maior autoestima, motivação, mais longevidade e são mais propensos a experimentar a alegria. O nível de esperança pode ser desenvolvido e incrementado por meio de um caminho de autoconhecimento e ressignificação, a despeito das frustrações que a vida apresenta. As intempéries do cenário mundial, brasileiro e da volatilidade do mercado financeiro podem ser enfrentados com o fortalecimento de seu ambiente interno esperançoso e de sua conexão entre mente, corpo e comportamentos. Se há sabedoria científica no ditado popular que diz que a esperança é a última que morre, a mesma sabedoria se aplica à produtividade profissional e à construção e perenidade do patrimônio. Obter tal sucesso irá exigir de você mais do que conhecimentos sobre finanças ou projeções econômicas. Exigirá uma boa dose de virtudes como a paciência, a gratidão, a generosidade e a fé.

Como sair do discurso para a prática em ESG

Uma pesquisa feita pela CVM mostrou que apenas 64% consideram critérios ESG para investir Alguém tem dúvidas de que cuidar do planeta, controlar as mudanças climáticas, evitar condições meteorológicas extremas, erradicar a fome e a pobreza e trabalhar a inclusão e a diversidade trará benefícios e retornos maiores para todos – investidores, empresas, pessoas – no longo prazo? Se parece tão obvio, por que há dificuldades na implementação das ações ligadas ao ESG (sigla para ações ambientais, sociais e de governança)? Uma pesquisa feita pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) com investidores, em 2021, mostrou que apesar de 94% dos entrevistados conhecerem o conceito, 64% consideram os critérios ESG na escolha dos investimentos. Quando a pergunta incluiu a frequência com que isso é feito, o volume investido caiu para menos de 30%. Entre os principais fatores levantados pelos participantes para não considerar os critérios ESG em seus investimentos estão: dificuldades em obter informações, falta de confiança nas informações, falta de entendimento do impacto financeiro sobre o mercado. O descasamento entre o discurso e a ação mostra que a intenção é necessária, mas não é suficiente para a implementação das práticas ESG. Do ponto de vista psicológico, são três os elementos necessários para ocorrer mudança comportamental em qualquer indivíduo: 1) atitude – definida como alinhamento aos valores pessoais, como pré-disposição do indivíduo à ação; 2) percepção de controle, proximidade e domínio do tema; 3) mudança nos estímulos do entorno, da cultura e dos reforçadores sociais envolvidos. A proximidade e sensação de domínio do assunto são conquistadas por meio de aprendizagem e conhecimento, o que abre um espaço importante para educação financeira em ESG de investidores e do público em geral. É necessário aumentar a didática, a transparência, o acesso às informações relevantes sobre o impacto das práticas ESG nos investimentos, nas empresas, na sociedade e na vida das pessoas. No entanto, o principal desafio está no terceiro elemento de mudança comportamental: a transformação cultural, das crenças e dos reforçadores sociais. ESG, muito além dos cuidados ambientais, sociais e de governança, implica em duas grandes transformações comportamentais: a mudança do olhar de curto para longo prazo e do olhar individual para o coletivo. A natureza humana carrega em si, como resultado da história da evolução da espécie, o instinto de sobrevivência e de autopreservação, o que remete a comportamentos de curto prazo e de satisfação dos próprios interesses. E, para agravar, cenários de instabilidade e de incertezas apimentam e potencializam as escolhas impulsivas, imediatas e individualistas. Para que as pessoas usufruam e adotem comportamentos de longo prazo é necessário aumentar a sensibilidade aos efeitos da maior magnitude dos resultados no tempo, assim como estimular a cooperação. Empresas com ambientes muito competitivos em sua cultura e/ou com estímulo às metas de curto prazo terão dificuldade em desenvolver nos colaboradores repertórios comportamentais ESG. Há espaço, também no mercado financeiro, para estimular investimentos colaborativos, para dar mais acesso a informações de impacto em plataformas de investimentos e a dar estímulos reforçadores de longo prazo nas telas operacionais. Há um apelo muito forte hoje a práticas de “day trading” e à competição entre “ursos” e “touros”, quando o melhor espírito investidor ESG é ser fonte de financiamento para o crescimento da economia real. O ser humano tem uma tendência primária às escolhas imediatistas, mas diferencia-se de outros animais, pela capacidade em desenvolver repertório para escolhas melhores e de compromisso com resultados de maior valor e sustentabilidade. Muito além do retorno nos investimentos, da gestão de risco e do zelo por boas práticas, falar em ESG é falar do cuidado com pessoas. Zelar pelas práticas ambientais e sociais é no fundo cuidar de gente. Ter boas práticas de governança é montar estrutura que favoreça o cuidado de forma sustentável e permanente. Sendo assim, para obter sucesso, é fundamental a ação de todos pelo coletivo, empresas, instituições financeiras e o governo. Faz-se necessário o trabalho conjunto pelas mudanças culturais, no mercado e na sociedade, para estabelecer comportamentos ESG de colaboração e visão de longo prazo com retornos maiores no tempo.

Você sofre de “Fomo” financeira? Conheça os sintomas

Transtorno pode causar falta de concentração em geral, no trabalho ou dirigindo, insônia e pesadelos O fenômeno Fomo – abreviatura de “fear of missing out”, expressão em inglês traduzida como “medo de ficar de fora” – surgiu como uma patologia psicológica do mundo contemporâneo tecnológico. O comportamento caracterizado por forte ansiedade e pela necessidade intensa de saber o que outras pessoas estão fazendo, impacta negativamente as atividades diárias, o contexto familiar e a produtividade no trabalho. E quando o medo de ficar de fora refere-se aos investimentos? Ao medo de perder a bola da vez, as melhores oportunidades em ações, criptos ou nos derivados? A Fomo financeira é notada naqueles que não desgrudam da tela da Bolsa, em busca de bater (fechar negócio com a melhor oferta de compra disponível) ou tomar (com a melhor oferta de venda disponível). E ainda, naquelas pessoas consumidoras contumazes de todos os cursos de investimentos disponíveis, seguidoras de qualquer blogueiro ou vizinho que fale sobre as melhores dicas para investir. O comportamento também é observado em pessoas que constantemente buscam praticar e/ou publicar em roda de amigos e nas redes sociais seus feitos com swing trade (operações de curto prazo na bolsa, para aproveitar o sobe e desce do mercado durante alguns dias), ou naqueles que precisam seguir sem parar os blogueiros financeiros que as publicam. Alguns sintomas característicos da Fomo financeira são: * Dedicar muito tempo às telas operacionais; * Consumir excessivamente cursos ou dicas de blogueiros; * Ter dificuldade em viver o momento e preocupar-se constantemente com a situação do mercado; * Prejudicar-se nas relações sociais ou profissionais por preocupação com as finanças; * Falta de concentração em geral, no trabalho ou dirigindo, insônia, pesadelos ou prejuízo nas refeições; * Sofrer crises de ansiedade, pânico, forte angústia ou depressão; * Abuso de álcool ou drogas em busca de alívio; * Assumir riscos excessivos; * Já ter caído em algum golpe financeiro; * Perder o sentido de existência ou propósito. Algumas sugestões para minimizar os sintomas e até mesmo para prevenir a síndrome são: * Montar estratégia de longo prazo e de reservas com distinta liquidez para reduzir o acompanhamento diário do mercado; * Ter em mente que as publicações geralmente refletem estímulos e gatilhos de impulsividade e funcionam para capturar seu cérebro; * Lembrar que não existe dinheiro rápido e fácil e um bom investimento é aquele que cumpre seus objetivos ao longo do tempo com consistência e fundamentos; * Evitar comparar-se com os demais (que provavelmente também estão na mesma que você), focar sua energia em buscar remuneração por meio de atividades profissionais que usem seus talentos de forma produtiva e contributiva; * Praticar meditação e inserir na rotina atividades esportivas e ao ar livre. Se você está com alguns desses sintomas ou conhece alguém com características de Fomo financeira, note que apenas um profissional psicólogo qualificado pode diagnosticar transtornos mentais e prescrever o tratamento adequado.

Aprenda a proteger sua carteira contra a bipolaridade do mercado

Se foi iludido pela promessa de surfar na maior onda dos investimentos, você deve estar se sentindo afogado Com a inflação galopante deprimindo o mundo, bancos centrais de diversos países precisaram aumentar os juros, enxugar o dinheiro circulante do mercado e, assim, controlar a alta dos preços. Os aumentos conjuntos nos juros dos Estados Unidos e do Brasil, vistos nesta última ‘superquarta’, são prova disso. O ritmo de alta nos juros americanos é o maior em quatro décadas, e a taxa de juros brasileira, a Selic, no intervalo de apenas um ano e meio, oscilou de 2% para 13,25%. Com esse cenário de aperto monetário, os ativos de risco ficam pressionados e passam tempos difíceis. Ações americanas e brasileiras acumulam quedas depois do rali de altas vistas no ano passado, e criptomoedas astros como o Bitcoin, estrelas e planetas, como Terra (Luna) ou Solana (Sol), derretem, contaminando todo o mercado de ativos digitais. E você, investidor, como fica diante de tamanha magnitude e catástrofes do mundo financeiro? Você que investe seu suado dinheirinho, em busca de desfrutar de mais alegrias da vida, de poder relaxar, de ter melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, entre presente e futuro, através da aposentadoria; se vê levando ‘caldos’ no meio de tanta turbulência. E as perdas que esse conjuntura traz não se restringem às monetárias. Danos maiores estão ligados aos impactos que isso pode causar à saúde emocional. São muitos os prejuízos que a bipolaridade do mercado financeiro, com picos de euforia e depressão, pode provocar na saúde mental. E qual é o remédio? Como estancar sangue, suor e lágrimas nos investimentos? Em termos práticos, pode-se atenuar os altos e baixos dos ciclos econômicos e do mercado, com algumas dicas simples matemáticas: procure adaptar seu padrão de vida sempre a 70% de sua renda líquida, poupe 20% e exercite doar 10% para retribuir ao próximo o que ganhou. Dos 20% poupados, guarde sempre 10% para sua aposentadoria, e, com os outros 10%, componha suas reservas de emergência, de sonhos e projetos. Independentemente de qual seja seu perfil, nunca ultrapasse a faixa de 30% em investimentos de risco. E, em ativos de alto risco e pouco histórico, como as criptomoedas, limite a 1% o montante investido (essa última prática ouvi como depoimento de alguém do mercado de ativos digitais, em relação a seus próprios investimentos). E não se alavanque mais que 30% em dívidas ou em parcelamentos no cartão. Em termos emocionais, é preciso ressignificar a dimensão que os investimentos ocupam em sua vida. Se você está depositando no mercado financeiro toda sua felicidade, esperança e sucesso, certamente irá se decepcionar. Juros servem para proteger e remunerar reservas já construídas, mas não substituem, de forma alguma, o valor do trabalho e o sentido de contribuição à sociedade que o uso de seus talentos pode trazer. Pensar que o dinheiro pode trabalhar por você é colocar em risco sua própria identidade, sua autenticidade no uso de seus potenciais, colocar em risco sua própria condição de existência de ser. Do ponto de vista econômico, dinheiro investido serve para ajudar a economia real a crescer como fonte de financiamento. No seu caso, você sempre precisará do dinheiro novo, fruto direto de seu trabalho, para alimentar o patrimônio. Os juros não farão isso por você. Mesmo que sua carteira, seu orçamento ou atitude atuais estejam distantes dessas recomendações, é possível se reorganizar olhando para a frente. Vale sempre lembrar que saúde, paz, sucesso e felicidade não moram em gráficos ou em números. Sua busca precisa passar pelo caminho do autoconhecimento, da identificação de objetivos claros, da adaptação e aceitação das situações difíceis, do olhar de cooperação e amor, e do equilibro entre valores monetários, sentimentais, humanos, morais e espirituais.

Mester afirma que risco de recessão da economia americana aumentou

A chefe do Fed de Cleveland disse que os mercados devem seguir voláteis dependendo das medidas financeiras Por Letícia Simionato – A presidente do Federal Reserve (Fed) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou hoje que o risco de recessão da economia americana aumentou. No entanto, ela ressaltou que, como o impulso da demanda agregada subjacente e a demanda por mão de obra estão fortes, ainda é possível argumentar que, à medida que a demanda e a oferta se equilibram melhor, uma desaceleração acentuada pode ser evitada. Em evento do Philadelphia Council for Business Economics, Mester argumentou que os mercados financeiros podem permanecer muito voláteis à medida que as condições financeiras se apertam ainda mais. Além disso, o crescimento pode desacelerar um pouco mais do que o esperado por alguns trimestres, e a taxa de desemprego pode mover-se temporariamente acima das estimativas de seu nível de longo prazo. “Isso será doloroso, mas a inflação alta também”, destacou.

Frio e mudança climática: perigos à saúde mental e aos investimentos

O momento é favorável para falar sobre o tema, já que os impactos foram sentidos na pele nesta semana Se você está congelado de frio ao ler este artigo sabe bem o que as mídias sociais chamaram de “erupção polar histórica”. Uma conjunção de fatores climáticos provoca onda de frio intensa no País, rara para esta época do ano. Embora os efeitos das mudanças climáticas causem impacto no corpo, no bolso e inclusive na mente, muitas vezes eles são negligenciados. Outro dia, em um bate-papo descontraído de “happy hour” sobre dificuldade em relacionamentos amorosos, um amigo virou para o outro e sugeriu: “Conversa com ela sobre o aquecimento global e como cuidar do planeta”. E a resposta, seguida de uma risada, foi: “Ninguém está falando sobre isso, cara!”. Parece que o mecanismo de cuidar do planeta é semelhante ao de pedidos em restaurante da mesa grande de amigos: “Se o colega não cuida, por que eu vou cuidar?” E a conta acaba saindo cara para todos. É sabido que consequências de longo prazo são mais difíceis de serem percebidas pelas pessoas no dia a dia, e o mesmo acontece com investimentos. O momento então é favorável para falar sobre o tema, já que os impactos imediatos foram sentidos na pele nesta semana mesmo. Afinal, queremos corpo, mente e bolsos sãos, e nenhum investidor quer seu dinheiro congelado ou ver ativos derretendo. No curto prazo, geadas, chuvas congelantes e enchentes impactam diretamente as safras e os preços das commodities, aumentando a inflação e por consequência os juros. Em alguns setores, o risco climático pode ser muito significativo. No Brasil, apesar do aquecimento global ter efeito direto no setor produtivo, ainda há enorme distância dos cuidados e ações necessárias. Dada a grande dependência do PIB pela agricultura, muitos investimentos estão expostos a grandes perdas. A questão é séria e vai além da preocupação com o dinheiro. O impacto das alterações climáticas pode provocar sérios danos psicológicos. Pessoas que passaram por situações de desastres naturais como enchentes, terremotos, secas ou geadas encontram dificuldades no enfrentamento de risco, aumento do uso de álcool e, em alguns casos, transtornos mentais como depressão, ansiedade e estresse pós traumático. Mesmo aqueles que não vivenciaram diretamente tais situações, podem sofrer crises de ansiedade pela antecipação e preocupação com eventos climáticos extremos. A palavra “solastalgia”, criada pelo filósofo Glenn Albrecht em seu trabalho no Departamento de Estudos Ambientais da Universidade de Newcastle, na Austrália, refere-se à sensação de angústia associada a mudanças no entorno natural de um indivíduo. Pesquisa publicada pela The Lancet em 2021, aponta que no mundo três a cada quatro jovens de 16 a 25 anos projetam o futuro como “assustador”, mais de 80% acreditam que o planeta não é bem cuidado e 39% estão em dúvida sobre ter filhos pela incerteza quanto ao futuro. A mesma pesquisa aponta dados mais pessimistas no Brasil: 86% têm medo do futuro, 92% acreditam que a população negligencia o problema e 48% é hesitante sobre gerar descendentes por medo dos impactos da crise do clima. A psicologia tem se debruçado sobre o tema das mudanças climáticas globais por meio do estudo dos comportamentos humanos e sociais negativos, como a emissão de gases de efeito estufa, elevados padrões de consumo e decisões de matrizes energéticas. Ela auxilia também no enfrentamento das pessoas contra as consequências que as mudanças climáticas trazem, assim como na adaptação a elas. Com base na psicologia social e na ciência climática, um novo modelo investiga como a evolução das mudanças comportamentais humanas afeta a mudança de temperatura global e vice-versa. Na modelagem, o estudo aponta boas notícias sobre a relação entre percepção social, mudanças comportamentais e o impacto nos eventos climáticos extremos. Exemplos são a adoção de painéis solares e investimentos em transportes públicos, reduzindo a probabilidade da projeção do aumento da temperatura global em até 1,5°C para 2100. A combinação no modelo de projeções climáticas com processos sociais prevê uma variação de temperatura global de 3,4 a 6,2°C até 2100, comparada com 4,9°C do modelo climático sozinho. Portanto, se você investidor já percebeu que o cobertor está curto, pode fazer a diferença incorporando em suas atitudes rotineiras e decisões de investimentos o cuidado com o meio ambiente e a preservação do planeta, intimamente ligados à sua saúde física, mental e financeira.

Quer melhorar o que vê no extrato? Olhe para dentro de você

Um dos fundamentos principais de uma vida financeira equilibrada está na organização e na disciplina Se a casa é o lugar onde você habita, assim como seu próprio corpo, cabe dizer que a organização de sua casa reflete sua organização interior? Em um polêmico post que lancei nas redes sociais com essa pergunta, entre os milhares de comentários recebidos, há diversos depoimentos sobre sentir-se mais organizada(o) nos pensamentos após uma boa arrumação da casa. Há também narrativas sobre a obsessão em deixar a casa arrumada como reflexo da desorganização dos sentimentos. E, para as finanças, vale a mesma afirmação? Sim. Um dos fundamentos principais de uma vida financeira equilibrada está na organização e na disciplina. Não é à toa que pedimos às crianças em aulas de educação financeira no Ensino Infantil que elas organizem o material escolar. Organizamos objetos em gavetas, em prateleiras e em armários, assim como devemos fazer o mesmo com o dinheiro: em categorias, centro de custos, em orçamento, em tipos de reservas e em estratégias de investimentos. A vida financeira reflete a organização interior e vice-versa. Do ponto de vista psicológico, dizemos que os pensamentos estão desorganizados quando perguntas e respostas estão parciais ou completamente não relacionadas, desconectadas com a realidade ou quando as noções de tempo e espaço se perdem. Por isso também trabalhamos com as crianças a compreensão da organização pessoal, através dos hábitos cotidianos e do treinamento do tempo por meio da espera. Organizamos, desde o berço, o tempo de dormir e a espera dos intervalos de mamada como treinamento da paciência. Adultos que sabem esperar estão aptos a serem bons investidores. Conseguem economizar e ter paciência para comprar à vista, em vez da antecipação por meio de dívidas e parcelamentos. Desenvolvem a sensibilidade e o compromisso com o longo prazo, pois sabem que é possível alcançar todos os objetivos, mesmo que pareçam difíceis imediatamente. Dessa forma, são menos impulsivos em suas decisões financeiras. Há uma correlação entre organização do espaço, dos pensamentos, das emoções, do tempo e do dinheiro. Estes dois últimos quesitos, aliás, estão extremamente ligados e matematicamente unidos através do cálculo dos juros. Então, se você quer ter uma vida financeira melhor, comece pela organização! Dê um primeiro passo e olhe com cuidado seu extrato e seus gastos no cartão. Comece a organizá-los por categorias, em uma tabela, para enxergar com mais clareza suas despesas. Se houver dívidas, faça uma lista com prazos, instituições, parcelas, e com os juros embutidos nelas. Em relação aos seus investimentos, organize sua carteira. Liste em uma tabela seus ativos, títulos, ações, fundos em termos dos prazos de vencimento, liquidez, risco e retorno. Organize seus vencimentos em três blocos: curto prazo, formando a reserva de emergência com alta liquidez e risco baixo; médio prazo e média liquidez, para compor a reserva de sonhos e projetos; e longo prazo, que pode ter baixa liquidez, para formar a reserva da aposentadoria. E, principalmente, organize seus sonhos em objetivos atingíveis no tempo. Fazer a lista daquilo que você quer realizar em sua vida, em ordem de prioridade, é um primeiro pequeno passo na direção de grandes realizações. Heidegger, filósofo alemão e inspirador de importante abordagem da psicologia, estabeleceu em sua obra um paralelo entre o Ser, seu Habitar e sua Organização Interior. Somos aquilo que habitamos, e somente conseguimos habitar naquilo que realmente queremos ser e construir. Busque organizar sua habitação com equilíbrio, em todos os sentidos que ela possa ter! Organize seu corpo, sua mente, sua casa, seu tempo, seus projetos, sua vida financeira. Como estão intimamente ligados, não importa por onde você comece. O importante é construir esse caminho. Cora Coralina, querida poeta brasileira, já dizia: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher”.