Mamãe Falei: por que sexo e dinheiro muitas vezes andam juntos

Declarações sexistas enfatizam exacerbação disfuncional sobre o uso do poder relativo ao dinheiro e ao sexo Na visão de Freud, “as questões de dinheiro são tratadas da mesma maneira que as questões sexuais: com a mesma incoerência, pudor e hipocrisia”. Freud, fundador da psicanálise, em sua última longa entrevista, declarou: “Quando alguém percebe o egoísmo por trás de toda conduta humana, não sente o menor desejo de renascer”. Acredito que a maioria de nós sentiu o mesmo dissabor de Freud frente ao comportamento desumano revelado pelas declarações do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), conhecido como Mamãe Falei. Em áudio compartilhado com um grupo de amigos, ele disse que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres” e que, então, “cidades mais pobres são as melhores”. Na visão de Freud, “as questões de dinheiro são tratadas da mesma maneira que as questões sexuais: com a mesma incoerência, pudor e hipocrisia”. Por que sexo e dinheiro muitas vezes andam juntos? Em um estudo sobre a escala de atitudes frente ao dinheiro, Yamauchi e Templer encontraram três pilares simbólicos na relação humana com o dinheiro: poder, prazer e segurança. Repare que as mesmas simbologias também podem ser  atribuídas às pulsões sexuais. Poder, prazer e segurança são atributos humanos positivos quando usados para o empoderamento, felicidade, preservação e proteção da espécie. São positivos quando envolvem olhar empático com outros indivíduos >perante  seus sentimentos, com respeito à dignidade da condição humana. Declarações sexistas, como as do deputado, fundamentadas na discriminação de gênero de uma pessoa, lançam ao extremo da exacerbação disfuncional sobre o uso do poder relativo ao dinheiro e ao sexo. Toda vulnerabilidade de condição de pobreza, ampliada pelo trágico cenário de guerra, foi retratada de maneira exploratória e humilhante ao se referir de forma indigna às mulheres ucranianas. Não é à toa que no mês de março comemora-se o Dia Internacional da  Mulher, data significativa para a reparação histórica da dominação masculina predominante na maioria das culturas. Manifestações hostis de sexismo como as de Arthur do Val foram usadas de forma ideológica e agressiva para estabelecer dominação e subjugação feminina. Mas é preciso ter atenção também às manifestações benevolentes e disfarçadas de sexismo e controle coercitivo. Um exemplo disso é a fala sequencial do deputado, justificando seu ato pelo contexto no qual foi gravado o áudio. Muitas vezes atitudes aparentemente gentis, educadas e revestidas de pseudorromantismo podem alimentar a dependência econômica e psicológica, característica de controle coercitivos de relacionamentos abusivos. Mamãe Falei acredita ser socialmente aceito referir-se às mulheres de forma depreciativa e desumana em um grupo privado de amigos e ter outro comportamento distinto em sua fala pública. Em sua crença, é percebida a ausência da sensibilidade ao sofrimento de seus semelhantes, em situação tão trágica como a guerra que estamos vendo, e ausência da percepção de que sua fala alimenta a desigualdade de gênero, algo que a sociedade atual clama pelo fim. O erro de Mamãe Falei – aliás, o próprio pseudônimo de Arthur do Val já pode estar passando a mensagem equivocada – pode servir de exemplo para cada um de nós. Mais uma oportunidade para analisar as nossas próprias crenças e comportamentos e para fazer uma autoavaliação de quais as atitudes frente ao dinheiro e ao próximo podemos mudar.

Metaverso: decifre-o ou seja devorado por ele

Quais podem ser as implicações psicológicas do Metaverso? Nós, humanos, temos a capacidade extraordinária de interpretar fatos e estímulos do mundo, atribuir significados e registrar experiências vividas na memória. Temos também a incrível habilidade de projetar cenários em nossas mentes, através de simulações. Simulações mentais fazem parte da rotina do nosso dia a dia, quando planejamos atividades, organizamos decisões de curto, médio e longo prazo e visualizamos o futuro. Tudo isso sem sair do lugar. Para haver simulação mental é necessário usar a imaginação e ter foco na autoconsciência, ou seja, usar concentração e atenção nos pensamentos e eventos na mente. Os ensaios mentais são práticas tão valiosas que são considerados divisores de águas para que um atleta atinja a alta performance. Por meio de treino mental, pode-se efetuar mudanças no  comportamento e auxiliar o processo de aprendizagem. Um atleta pode pensar, imaginar eventos e treinar habilidades sem qualquer ação de movimento real. Por outro lado, a simulação mental, que é tão preciosa para tomada de decisões e resolução de  problemas, pode se tornar desadaptativa e prejudicial se for praticada de maneira ansiosa com distorções da realidade. Ficar preso a pensamentos ruminativos e distorcidos pode gerar intenso sofrimento. Em uma linha tênue do uso ruminativo e disfuncional das simulações mentais está a alucinação, que ocorre quando o indivíduo identifica algo que não existe como parte da realidade por meio de distorção de percepção. Durante um episódio de alucinação, a pessoa que sofre desse transtorno psicológico vivência como reais fatos totalmente impossíveis e chega a ouvir vozes, ver objetos, sentir  gostos, cheiros inexistentes e ter sensações táteis. E como fica o Metaverso nisso tudo? Se, atualmente, as redes sociais funcionam como veículos para o ambiente virtual, no Metaverso haverá muito mais imersão. Ao colocar os óculos de realidade virtual, equipados com fones de ouvido e sensores, indivíduos mergulharão em um mundo fictício, de realidade aumentada, onde os órgãos dos sentidos serão intensamente estimulados por meios audiovisuais, sensoriais, por imagens, objetos e avatares holográficos tridimensionais. Em termos psicológicos, o Metaverso representará profundas experiências de simulações mentais, que poderão impactar no registro afetivo de memórias, no desenvolvimento de comportamentos, nas interações sociais e na construção de percepções da realidade. Ao mesmo tempo em que o Metaverso poderá ajudar nos processos de aprendizagem e de mudança  comportamental positiva, poderá conduzir a situações de distorções do contato humano com a realidade. Os pontos de atenção da nova tecnologia estão na captura da mente, do foco atencional para uma simulação manipulada e não escolhida, além da intensidade em que tudo isso poderá acontecer. Imaginar e fantasiar são fundamentais desde a infância, para ampliar a visão de mundo e ter contato com sentimentos e emoções. Mas, para que isso ocorra de forma saudável, é necessário a liberdade de fazê-lo junto com a troca social das interações humanas que mediam e estabelecem uma negociação e limites entre a visão interna e a existência do outro. Skinner, importante psicólogo norte-americano, dizia que é impossível libertar-se do controle que o ambiente externo exerce sobre você, mas que o autoconhecimento pode permitir que você faça escolhas pelos melhores ambientes e situações nas quais você se coloca e, assim, conseguir atingir a liberdade de controlar aquilo que te controla e obter melhor qualidade de vida. Sendo assim, através do Metaverso, abre-se à nossa frente mais uma tecnologia disruptiva que irá exigir de nós humanos uma capacidade ampliada de autoconhecimento e autocontrole. “Decifra-me ou te devoro” já fazia parte do desafio da Esfinge de Tebas, na mitologia grega.

Amor e dinheiro podem viver em harmonia

O que é preciso para construir uma aliança financeira no seu relacionamento O dia 14 de fevereiro é conhecido como o dia mais romântico do mundo, como a data internacional do amor. O Valentine’s Day, ou Dia de São Valentim, em português, foi instituído em homenagem ao padre Valentim, preso por fazer casamentos escondidos para evitar a determinação do imperador de que soldados deveriam ficar solteiros. No Brasil é equivalente ao Dia dos Namorados, instituído em 12 de junho para fins comerciais, a partir do sucesso de uma campanha publicitária que dizia “Não é só de beijos que se prova o amor” e “Não se esqueçam: amor com amor se paga”. O saudoso cantor e compositor Tim Maia, ao dizer que “gritaria ao mundo inteiro, não quero dinheiro, eu só quero amar” trouxe, com muita arte, a temática dos conflitos financeiros em relações amorosas. A dupla amor e dinheiro é polêmica, e muitas são as questões filosóficas que envolvem esse par. Entre elas estão autonomia, poder, segurança e prazer, traduzidas em situações práticas como ter ou não ter conta conjunta, fazer ou não pacto nupcial, dividir  despesas do dia a dia, compartilhar ou ocultar compras, investimentos ou projetos. Se relacionamentos começam por atração física, sexual e intelectual, muitas vezes acabam por assuntos financeiros. O assunto é complexo. Sem a pretensão de dar fórmula pronta, trago aqui cinco reflexões para colaborar com hábitos mais saudáveis em uma relação: 1) Relacionamentos humanos são bens preciosos e precisam ser cuidados Uma pesquisa feita pela London School of Economics apontou que estar em um relacionamento amoroso eleva o nível de felicidade três vezes mais do que aumentar o salário. Humanos são seres relacionais e precisam estar conectados uns aos outros. 2) Relacionamentos são investimentos que precisam de dedicação e conhecimento A melhor prática para conhecer o par amoroso é a empatia e a escuta atenta. Aquilo que é importante para um nem sempre é para outro, e muitas vezes as brigas por dinheiro acontecem por divergência de opiniões e valores pessoais. Saber o que o outro sente ou pensa, entender as motivações sem julgamento e colocar-se no lugar do outro são ótimos passos para soluções conciliadoras de conflitos; 3) Confiança é fundamental para a saúde de relacionamentos Confiança é a base para relações de longo prazo, para alinhamento de sonhos. É ela que vai garantir a segurança para vencer obstáculos juntos. Não há confiança sem transparência. Por isso, pense duas vezes se vale a pena esconder assuntos financeiros. O melhor caminho para solucionar divergências é o diálogo positivo; 4) Liberdade, Igualdade e Fraternidade É quase impossível garantir que entre duas pessoas diferentes exista situações financeiras 100% igualitárias ao longo de uma vida a dois. O desequilíbrio financeiro pode ter início na riqueza das famílias de origem e por várias situações como enfermidade, desemprego, escolhas ou mudanças de carreira. O importante é o respeito mútuo e o equilíbrio emocional de poderes. É muito prejudicial  quando o dinheiro é usado como controle coercitivo. Um casal saudável respeita a  autonomia, a individualidade de cada um e estabelece apoio recíproco como um time; 5) Hábitos financeiros disfuncionais podem ser tratados Se há comportamentos que atrapalham a vida financeira do casal, é possível trabalhá-los. O importante é reconhecê-los e buscar ajuda. Tapar o sol com a peneira só aumenta o problema e alimenta uma relação doentia. Então, meu caro e minha cara, aproveite a fase de namoro para conhecer seu parceiro(a) e principalmente construir uma relação saudável com o dinheiro em casal. Mas, se você já está em um relacionamento e tem problemas com o tema ou se você se depara com insucessos amorosos frequentes por conta do assunto dinheiro, é importante buscar ajuda psicológica especializada para trabalhar crenças, valores e comportamentos financeiros mais equilibrados e construtivos, que colaborem para uma vida amorosa feliz.

Sete passos para conciliar a vida profissional e a pessoal

Estabelecer limites entre o trabalho e outras áreas da vida é complexo, mas necessário Estabelecer limites entre o trabalho e outras áreas da vida está cada vez mais complexo. A pandemia, as mudanças no mercado, novas relações laborais e o crescimento na taxa de desemprego aumentam a pressão sobre o trabalhador. O impacto desse desequilíbrio na saúde mental é tamanho que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recentemente adicionou a Síndrome de Burnoutao CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) como doença ocupacional, definida como um estresse crônico no ambiente de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. Dado que o conceito de sucesso profissional, para muitos, está intimamente ligado ao equilíbrio entre carreira e vida pessoal, quando deveria começar uma e terminar outra?  Qual deveria ser a linha de corte entre pessoal e profissional? Se você vive o desafio de equilibrar esses dois lados de sua vida, seguem algumas reflexões que podem facilitar seu caminho: Repense o significado do trabalho: Por ser um papel social, o trabalho está intimamente ligado à identidade dos indivíduos. Não é à toa que pessoas descrevem-se contando o que fazem e onde trabalham. Normalmente é visto como o lugar onde se obtém a remuneração. A psicologia amplia o conceito de trabalho, incluindo outros papéis sociais como ser progenitor, filho, irmão, amigo, membro de clube ou de igreja etc. como atividades em que o homem também desempenha funções. Já o lazer, por definição de dicionário, refere-se a um tempo livre e prazeroso. Dessa forma, se o trabalho que faço ou o papel social que desempenho, independentemente de qual seja, remunerado ou não, for prazeroso e estiver alinhado às minha motivações, prioridades, talentos, valores pessoais, e a uma contribuição claramente percebida, a linha tênue entre pessoal e profissional passa a não ter tanta relevância. “Conheça-te a ti mesmo” A lacuna de autoconhecimento, a desconexão de si próprio e a fusão com as influências do meio por comparação, pressão e culpa alimentam a projeção de insatisfações na dimensão profissional. Quando tentamos viver da forma da qual nos falam que devemos ou de acordo com algum ideal irreal que construímos, nos desconectamos de nós mesmos. Por isso, conhecer as próprias habilidades, ter clareza de prioridades e propósitos são fundamentais para a autorrealização. Desenvolva a flexibilidade psicológica Aceitar aquilo que é possível, em vez de agarrar-se ao idealizado, elimina a culpa, aumenta o nível de satisfação e gratidão. Avalie se a régua de equilíbrio estabelecida não está muito exigente. Avalie seu grau de confiança nas pessoas Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicado este mês diz que apenas 4,7% dos brasileiros acreditam uns nos outros, índice abaixo da média mundial, de 25%, e dos países ricos da OCDE (41%). O mesmo estudo mostra que, quanto menor a confiança, menores serão a produtividade, inovação e formalização do mercado de trabalho. Buscar maior conexão e a empatia com as pessoas, estar inteiro onde estiver, seja em família, com amigos ou no trabalho, trará aumento da confiança, da generosidade e do equilíbrio na percepção de felicidade. Viva o aqui e agora Respirar, focar no momento presente, buscar conexão com a natureza são formas de alcançar relaxamento e ajudam a reduzir as interferências dos pensamentos acelerados, dos vícios, do tempo excessivo dispendido nas redes sociais e de tudo aquilo que captura nosso cérebro e rouba a qualidade do nosso tempo. Estabeleça rotinas Embora a flexibilidade de agenda seja a solução mais desejada para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ela é uma das explicações para o aumento do estresse relativo ao trabalho. Equipes virtuais, com agendas flexíveis e assíncronas, a flexibilização dos contratos de trabalho, com maior número de autônomos e menos CLTs e o crescimento do trabalho em sistema de “home office” (de casa) diminuem as concretudes físicas e temporais, reduzem o contato humano. A rotina é reguladora emocional e colabora para reduzir os níveis de incerteza, instabilidade, medo e consequentemente de estresse. Exercite gestão do tempo com visão de longo prazo O equilíbrio pode ser visto como uma média ao longo da vida e não como uma exigência diária.  Organizar a agenda, assumindo compromisso com seus objetivos prioritários, reduz o grau de procrastinação e aumenta a percepção de um trabalho bem-feito. A harmonia entre vida pessoal e profissional envolve gestão de tempo e dinheiro, mas principalmente gestão emocional. Ainda que a a modernidade líquida, descrita pelo polonês Zygmunt Bauman, agrava-se pouco a pouco para uma modernidade gasosa, de um mundo volátil nas relações, nas informações, no tempo e no trabalho, a resposta para seu equilíbrio pode estar no aprendizado da melhor forma de interagir com o meio e principalmente na mudança de percepção dentro de si.

Cinco atitudes que mudarão sua carreira frente à crise neste ano

Em 2022, você pode desenvolver sua vida financeira e profissional com alguns passos Há previsões consistentes que apontam 2022 como um ano difícil do ponto de vista econômico no Brasil. Mas, se você deseja “fazer do limão uma limonada” e mudar a realidade da sua vida profissional, pessoal e financeira, aqui vão algumas dicas. A natureza é sábia e nos ensina a viver. Repare que no alto da montanha não há desenvolvimento de árvores. Todo crescimento e fertilidade está no vale! Escutamos muitas histórias de superação por meio de escaladas de montanhas e de carreiras, vários ensinamentos de como chegar ao topo. No entanto, resiliência e fortalecimento são obtidos no enfrentamento das situações difíceis, enquanto percorremos os momentos de baixa. Define-se crise pela combinação de perigo com oportunidade. Sendo assim, o desenvolvimento acontece quando se aprende a superar o medo, a fazer gestão de riscos e a enxergar as chances que as circunstâncias apresentam. E, então, inicia-se um processo de mudança! No entanto, ficamos presos a velhos paradigmas, a crenças arraigadas, a comportamentos disfuncionais estabelecidos ao longo da vida, a análises superficiais, aos dissabores das frustrações, dores, culpas, mágoas e bloqueamos o acesso ao novo e à transformação. Há previsões consistentes que apontam 2022 como um ano difícil do ponto de vista econômico no Brasil. Mas, se você deseja “fazer do limão uma limonada” e mudar a realidade da sua vida profissional, pessoal e financeira, aqui vão algumas dicas: 1. Observe seus pensamentos e comportamentos Somos guiados pelo que sentimos e pensamos e todo comportamento tem uma função. Observar o que se sente e pensar bem como analisar a razão daquilo que se faz em cada contexto é um grande passo  para a mudança. Normalmente temos comportamentos próprios já estabelecidos e repetitivos em cenários difíceis. Vale se perguntar: isso que penso, decido e faço com frequência, mediante frustração, está me ajudando? 2. Expanda sua compreensão A realidade tem diversas facetas, mas só conseguimos enxergá-la a partir da nossa percepção pessoal. Portanto, conviver com a diversidade, dar abertura a ouvir visões múltiplas, buscar informar-se com profundidade em diferentes fontes com credibilidade ajudam a ampliar o entendimento e enxergar as melhores oportunidades na vida. 3. Saia da zona de conforto Comportamentos novos só podem ser estabelecidos se experimentados. Claro que é difícil vencer o medo e crenças sedimentadas. Mas não é necessário assumir grandes riscos para inovar. Pelo contrário, o sucesso da mudança está nos pequenos passos e nos riscos calculados. Comece por um piloto, por algo simples. 4. Trabalhe a autoconfiança e o autoconhecimento Suas habilidades pessoais, assim como a espiritualidade, são a chave para o enfrentamento de qualquer situação. Para isso, você precisa trabalhar no conhecimento de si mesmo. Você sabe quais são seus talentos? Está seguro deles? Tem um propósito e visão transcendental no que faz? Tem objetivos claros para si? Traçou uma direção para essas metas? Quais são seus valores pessoais? Suas ações estão alinhadas a esses valores? 5. Dê espaço ao erro e liberte-se do que não está bom Permitir-se falhar abre muitas possibilidades. A tentativa de controlar o incontrolável e buscar o perfeccionismo só aumenta a ansiedade, medo e causa paralisação e pessimismo. Muitas vezes, por  aversão a perdas, não se tenta algo novo e melhor. Novas formas de pensar e agir, alinhadas a suas habilidades e a um propósito podem ser o caminho de sucesso para a carreira, negócios e investimentos criativos e inovadores. Se 2022 será difícil para todos, não precisa ser ruim para você.

5 passos para vencer a preguiça e a procrastinação no novo ano

Chegou o momento para colocar em ação tudo aquilo que você adiou em 2021 Foi dada a largada de 2022. Segunda-feira, primeiro dia útil do ano, data oficial para tudo começar: atividades físicas, dieta, um novo curso e, é claro, a organização financeira! Chegou o momento para colocar em ação tudo aquilo que você adiou e deixou para começar neste ano. Mas ao deparar-se com o momento de iniciar uma meta importante, dar partida em um projeto sonhado e virar o jogo, surgem a preguiça e a concorrência com outras atividades mais prazerosas, mais urgentes ou mais fáceis (ou um pouco de cada uma dessas coisas). Procrastinar – o ato de adiar algo, atrasar, prorrogar, o popular “empurrar com a barriga” – é um comportamento muito comum, que pode ser bastante prejudicial se for frequente. Na vida financeira, pode trazer muitos prejuízos. Sabe aquele dinheiro parado que você está adiando investir? Ou ter a conta sempre no vermelho por nunca fazer a organização da planilha de orçamento e de controle de custos? Dívidas que você vê acumular como bola de neve, mas não se dedica a montar um plano de renegociação e pagamento? A revisão da carteira de investimentos que ficou parada, embora a Selic (taxa básica de juros) já tenha mudado várias vezes? Projetos profissionais que poderiam alavancar sua carreira, trazer mais felicidade, mais propósito e resultados, mas nunca são elaborados e colocados em ação? O nome disso é procrastinação! O comportamento de procrastinar, quando crônico, tem origem em razões psicológicas relacionadas ao medo, insegurança, ansiedade, baixa autoestima, desorganização mental e tendência à impulsividade. Esses fatores nos levam a adiar tarefas, perder prazos, estar sempre devedor e no sufoco, o que retroalimenta e intensifica o ciclo psicológico da frustração e da sensação de incapacidade. Mas é possível interromper o comportamento disfuncional de procrastinar e caminhar na direção da saúde integral. Aqui vão alguns passos: Perceber e reconhecer que possui atitudes procrastinadoras já é meio caminho andado no sentido da mudança. Vale o esforço para começar um ano diferente, com muitas realizações e conquistas, tanto pessoais como profissionais e financeiras. Siga as dicas e busque ajuda, em vez de deixar tudo para o ano que vem!

5 resoluções que podem mudar seus investimentos e sua vida em 2022

O segredo do sucesso perene e da felicidade passa por desfrutar da trajetória em que se está percorrendo Sendo você um iniciante ou um investidor qualificado, já deve ter ouvido falar sobre a busca pela hora certa de realizar os lucros: o momento perfeito para vender ações em alta e colocar o dinheiro no bolso com ganhos. O máximo da felicidade e da consagração de um investidor, quase como um troféu de vitória, seria acertar o ponto ideal da compra das ações na baixa para vendê-las na alta. Mesmo acertando precisamente os valores da menor baixa e da maior alta em seus movimentos de compra e venda, e podendo alardear por aí seu brilhantismo, o investidor sagaz irá sempre se deparar com o momento e as perguntas seguintes: estou com o dinheiro no bolso, e agora? Invisto em quê? Qual seria a próxima bola da vez? Tenho que investir de novo. Tenho que acertar outra vez. E este vazio seguinte, que muitas vezes acompanha o investidor, também pode ser encontrado na vida, em diversos aspectos: o vazio existencial que se segue após atingir um grande objetivo. Ser vitorioso em uma grande conquista traz muita felicidade, mas pode ser acompanhada de um aumento da autocobrança na superação da meta seguinte, e de um aumento da ansiedade pela busca constante dos próximos passos. Conhece pessoas que estão sempre pensando na próxima etapa? Indivíduos que mal terminaram uma conquista e já querem algo mais, mostrando-se eternamente insatisfeitos? O segredo do sucesso perene e da felicidade consistente, tanto nos investimentos como na vida, passa por desfrutar da trajetória em que se está percorrendo, muito mais do que dos resultados pontuais. Elenco aqui 5 dicas para reflexão neste momento que marca o encerramento do velho e o início de um novo ano: Aproveite o fim de ano para um intervalo de celebração e reflexão. Que o próximo ano seja de compromisso com uma jornada contínua de qualidade de vida, saúde mental, autorrealização, mais humanizada. Para você, desejo um feliz 2022 com muito propósito e contribuição com a sociedade através das suas atitudes, do seu trabalho e dos seus investimentos!

O que a variante Ômicron tem a ensinar para o Touro de Ouro

Seria a polêmica do Touro de Ouro um momento favorável para o mercado financeiro repensar seus modelos? A palavra símbolo, por definição, significa um nome, personagem ou imagem que representa algum comportamento ou atividade. O psiquiatra suíço Carl Jung dizia que um símbolo morre quando seu significado assume uma expressão concreta e, então, se transforma em sinal. Quais sinais a polêmica sobre a estátua do Touro de Ouro, colocada em frente à B3, e retirada pela prefeitura de São Paulo no dia 23 de novembro, pode nos indicar? À parte as questões políticas, na busca de pontos de convergência entre os que apoiam ou condenam o animal de fibra de vidro, ambos os lados desejam retomada econômica e geração de empregos. No entanto, enquanto para uns, o símbolo do Touro de Ouro no centro da capital paulista pode representar virilidade e prosperidade, para outros pode sugerir desigualdade e injustiça. E talvez essa seja a maior simbologia: a polarização em que estamos. Extremos de riqueza e pobreza que mostram filas de espera de meses para compras de carros e barcos de luxo, enquanto há um crescente número de moradores de rua e pessoas em situação de miséria e fome no País. A desigualdade dificulta a cooperação, com prejuízos tanto para quem está em vantagem, como para o lado prejudicado. Marcelo Benvenuti, coordenador do grupo de pesquisas em psicologia sobre comportamento social e cultura na USP, diz que as vantagens da cooperação têm sido gradualmente reconhecidas em áreas como a psicologia e a economia. Até mesmo na evolução, em que a sobrevivência parecia depender da competição, a cooperação mostra-se como um diferencial importante em relação a grupos que cooperam menos. Estamos sentindo isso na pele, globalmente. Uma prova é o surgimento da mais recente variante do coronavírus, a chamada Ômicron, resultado de uma vacinação desigual, entre países pobres e ricos. Ou seja, a diferença entre riqueza e pobreza prejudica a todos. Seria a polêmica do Touro de Ouro um momento favorável para o mercado financeiro repensar seus modelos? Será que ainda cabe o padrão de competição, entre Touros (sinônimo de investidores que estão na ponta do interesse da subida das ações) versus Ursos (referente aos que especulam para que as ações caiam)? Se a economia real é altamente beneficiada pelas fontes de financiamento provenientes da renda variável, da negociação de ações, poderia existir um modelo de bolsa de valores menos especulativa, que favorecesse o longo prazo, o ganha-ganha e a colaboração? Poderiam ser repensadas as normas de “day trade” e estruturas de liquidez na bolsa? E, se há polêmica entre a população em geral, deveria o mercado financeiro se empenhar mais na educação financeira, para que a compreensão sobre a importância do mercado acionário seja ampliada? E, se a comunicação sobre o touro foi mal compreendida, pode haver a hipótese de que o problema da mensagem está no emissor, no próprio mercado financeiro? Talvez o símbolo do touro, de virilidade, que remete exclusivamente à potência somente masculina, já não represente mais as demandas da sociedade atual que deseja inclusão, diversidade, igualdade e necessita urgentemente de colaboração para a própria sobrevivência. Quem sabe a estátua polêmica possa ser substituída por uma escultura cuja arte represente as demandas ambientais, sociais e de governança. Quem sabe podemos ter, ao invés de um touro, uma escultura ESG no centro de São Paulo, mostrando uma renovação dos valores do mercado financeiro. Dia 10 de dezembro celebra-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos, que visa promover os direitos econômicos, sociais e culturais de cada indivíduo. Vale o momento para refletir se iremos perceber a importância da união, do coletivo, da convergência e da colaboração ou se iremos ceder aos velhos modelos da polarização, do individualismo e da competição, onde todos juntos iremos sucumbir.

Consumismo financeiro: um vício perigoso para o investidor

Crise econômica e percepção de ações de empresas baratas são cenários favoráveis ao comportamento compulsivo Um perigo alarmante, que vem tomando conta do hábito dos brasileiros, é um crescente vício instalado na sociedade: o consumismo financeiro. Um forte indicador é o aumento significativo do número de blogueiros, influenciadores, cursos oferecidos e ofertas que anunciam, todos os dias, receitas de como tornar-se milionário, através do mercado financeiro. A CVM apontou um crescimento de 75% do número de golpes de pirâmides financeiras em 2020 em comparação ao ano anterior. Foram 325 comunicados enviados pelo órgão ao Ministério Público. Há forte crescimento também em golpes relativos a criptomoedas, como no recente caso da SQUID, moeda digital inspirada na série da Netflix ‘Round 6’. Se em um passado nem tão distante os pais desejavam que seus filhos economizassem moedinhas em cofres de porquinhos, hoje a vontade de alguns é que seus filhos saibam fazer análises e tenham desempenhos extraordinários em simuladores de ações. O grande incentivo a poupar e evitar compras compulsivas da fundamentada educação financeira tem sido substituído por “use suas economias para consumir produtos financeiros”, que pode levar à troca apenas da categoria de produtos de consumo. O consumismo financeiro pode tornar-se uma compulsão se há uma sequência de escolhas emocionais e imediatistas que estimulam a produção dos mesmos hormônios e neurotransmissores como qualquer outro vício. Os casos mais graves de endividamento em pessoa física vistos em atendimentos psicológicos estão relacionado à compulsão de investir, disfunção que pode acometer até mesmo os investidores qualificados. O vício em investimentos carrega o potencial viciante dos mais potentes vícios: o comportamento multiuso. Ele encontra recompensa para múltiplas necessidades: picos de felicidade, o desejo do enriquecimento, a ilusão de vitória, quando se acredita que “acertou na aposta da ação da vez” bem como o sentimento de pertencimento e de inserção social, uma vez que falar sobre investimentos com amigos é cada vez mais inclusivo. Mas há um forte perigo neste comportamento: a grande gangorra emocional, que pede cada vez mais picos de felicidade, principalmente nas baixas, quando há perdas. Crise econômica, juros baixos e percepção de ações de empresas baratas são cenários bem favoráveis ao aumento deste comportamento compulsivo. As emoções despertas no ambiente de juros baixos favorecem o deslocamento da necessidade imediatista de enriquecimento, que antes estavam na renda fixa (passeio “sem emoção”), para a renda variável (passeio “com muita emoção”) Algumas perguntas podem ser feitas a si mesmo, para saber se você é um investidor racional: antes de investir eu estudo o mercado financeiro, escuto recomendações de diversificação de carteira para gerir riscos, faço planejamento, tomo decisões com calma, cautela, consistências e enxergo os investimentos como estratégia de longo prazo? Se suas repostas foram não, ligue o sinal de alerta, pois você está vulnerável ao vício do consumismo financeiro. Investimentos são importantes, mas são ganhos incrementais e servem de suporte e financiamento para que a economia real aconteça. O principal ganho vem do trabalho, do “novo dinheiro” (como é chamado no mercado financeiro), que gera realização profissional consistente. Energia física, mental e o tempo também são recursos limitados; então, recomenda-se equilibrar as horas dedicadas ao acompanhamento do mercado financeiro, se sua profissão estiver desatrelada a ele. Coloque seus esforços profissionais em seus talentos, em seus objetivos, em seu propósito, na carreira que você escolheu. Sua vida profissional é preciosa, assim como seu tempo e sua estabilidade emocional. Encerro este artigo com um conselho de um dos maiores investidores Warren Buffett: “Investir em si mesmo é o investimento mais importante que você fará na vida. Não há investimento financeiro que se compare a isso, porque se você desenvolver mais habilidade, mais aptidão, mais percepção e capacidade, é isso que vai lhe proporcionar liberdade de fato.”

Lewis Hamilton: o que todo investidor pode aprender com o piloto

Piloto deu um show de resiliência, no final de semana no Grande Prêmio Brasil de F1 e serve de inspiração Nem tudo são flores na vida de um dos maiores pilotos e atletas da história do campeão mundial de Fórmula 1, o britânico Lewis Hamilton. Teve uma infância humilde, sofreu bullying, apanhou e chegou a ser expulso da escola por razões atribuídas ao racismo estrutural do sistema de ensino do país em que nasceu. Teve oportunidade de desenvolver seu talento em um dos esportes mais caros e mais inacessíveis financeiramente, graças ao esforço de seu pai, que trabalhava em três empregos para investir na carreira de seu filho. Hamilton deu um show de resiliência no final de semana no Grande Prêmio Brasil de F1 e serve de inspiração para todo investidor e para cada brasileiro que se emocionou ao ver a bandeira do Brasil ser erguida por um piloto que compartilha das lutas financeiras e da superação no meio das adversidades. Resiliência é a capacidade de passar por uma adversidade ou situação traumática com superação e fortalecimento. “Nunca podemos desistir”, diz o piloto após inúmeras ultrapassagens, para recuperar consecutivos rebaixamentos de posição e alcançar a vitória histórica. Para chegar ao sucesso profissional e investir bem, é preciso resiliência, tomar consciência de que o caminho tem sobressaltos, reveses, crises, mas que é possível “continuar lutando”, como ensina Hamilton, para obter a vitória. Pessoas resilientes conseguem estabelecer estratégias perante situações estressoras e são capazes de usar recursos próprios ou do ambiente para resolver conflitos. A boa notícia é que qualquer pessoa pode desenvolver resiliência, através do trabalho de sua autoestima, do aprendizado, da troca de experiências humanas em contribuir e receber, do treinamento da disciplina, da responsabilidade, da flexibilidade e da tolerância ao erro e à frustração. A resiliência não é uma capacidade que se constrói sozinha. É necessário o outro para que isso aconteça. Contar com pessoas em quem confiar, que colocam limites para estimular o aprendizado, que forneçam apoio e afeto e por quem se tem apreço, respeito e, também, contribuição. Hamilton teve o suporte de seu pai ao longo da vida, conta com sua equipe de escuderia e agora tem a admiração de grande parte dos brasileiros, sensíveis pelas causas que ele defende, relativas à diversidade e ao impacto ambiental. Investidores podem se espelhar nesse lindo exemplo de humanidade que traz a vitória para saber que não precisam estar sozinhos, que podem e devem contar com apoio tanto técnico como psicológico para percorrerem suas corridas financeiras e sua trajetória de vida. “Você consegue alcançar tudo aquilo que acredita”, ensina Hamilton, que foi além de superar uma penalidade de 25 posições e vencer brilhantemente uma corrida, contagiando todos com a esperança que há em cada ser humano de usar suas capacidades e lutar por um propósito.