Mercado de Trabalho e Carreira em Administração: Dicas Valiosas por Carolina Fouad

🎙️ Neste episódio especial, entrevistamos Carolina Fouad Kamhawy, uma renomada profissional com mais de 20 anos de experiência em administração. Descubra insights valiosos sobre o mercado de trabalho para jovens e como lidar com as diferentes gerações no ambiente profissional. Aprenda como entender e criar oportunidades para os mais jovens nesta conversa inspiradora. 🌟 Carolina Fouad Kamhawy compartilha sua sabedoria e conhecimento, oferecendo conselhos práticos para quem busca se destacar no mercado de trabalho. Explore tópicos importantes, como a importância da diversidade geracional, o papel da mentoria e como a resolução eficaz de problemas pode ser uma vantagem competitiva. 💡 Este episódio é um must-see para profissionais, empreendedores, estudantes e todos aqueles que desejam se preparar para o mercado de trabalho de hoje. Junte-se a nós para uma conversa enriquecedora que pode mudar sua perspectiva e impulsionar sua carreira.

Educação Financeira para Nova Geração: Lições de Rodrigo Salum

💫 No episódio de hoje, conhecemos Rodrigo, um adolescente de 14 anos que desde cedo já entende a importância da educação financeira. Descubra como ele compreende o valor do dinheiro e a importância da educação financeira em sua vida. 💡Além disso, ele compartilha suas experiências, o empoderamento que conquistou e fala sobre seus investimentos e doações . Junte-se a nós para explorar suas estratégias e dicas para alcançar o sucesso financeiro desde cedo. 🏆 💡Este é um episódio imperdível para pais, educadores e jovens que desejam aprender a tomar as rédeas de suas finanças desde cedo. 💰 Não perca a oportunidade de se inspirar com a história de Rodrigo e obter insights valiosos sobre como a educação financeira pode transformar vidas. 🌱 🚀 Não perca a chance de se inspirar e aprender com Rodrigo. Descubra a importância de compreender o valor do dinheiro desde cedo 💰🌱, e aprenda a lidar e administrar suas finanças, mesmo quando você é jovem. 💡✨

“A Boa Sorte”: Sophia entrou na faculdade com apenas 16 anos inspirada por livro

Junte-se a nós em uma jornada inspiradora pela vida de Sophia Brenneken. Uma jovem adolescente que conseguiu passar no vestibular em Comunicação e Publicidade com apenas 16 anos! 💫 Descubra como Sophia , através do livro “A boa sorte “ encontra forcas para conseguir lutar por aquilo que ela mais desejava na vida , com ajuda de amigos , família, conhecimento e força de vontade. 🏆🎓 📚 Sobre o Livro: “A Boa Sorte”, escrito por Alex Rovira, é uma obra-prima literária que nos leva a uma viagem fascinante através das vidas de seus personagens, explorando temas como amizade, destino, e as escolhas que moldam nossas jornadas. Neste livro emocionante, Rovira nos lembra do poder que temos em nossas próprias mãos para criar nosso destino e encontrar a verdadeira felicidade. Neste episódio, entendemos como Sophia Brenneken. alcançou seus objetivos e sonhos, abrindo mão de parte de seu tempo de lazer para estudar e passar no vestibular. 💡🎨 Ouça, enquanto ela compartilha sua jornada, desde a imersão nos estudos para entrar na universidade e como a literatura pode influenciar de forma positiva alcançar seus sonhos e metas. 🚀 Aproveite a chance para se inspirar e aprender com a história de Sophia, que ao mesmo tempo que desbrava caminhos, contribui com sua historia ajudando pessoas a passar pelas mesmas experiências que ela mesma passou 🔬✨

Os efeitos de um ambiente empresarial tóxico nas finanças dos trabalhadores

Já é provado que ambientes podem oferecer condições para que pessoas adotem bons ou maus hábitos Já é provado pela psicologia experimental que ambientes podem oferecer condições para que pessoas adotem bons ou maus hábitos. Ambientes organizados, com boa governança e bons valores, favorecem que indivíduos se comportem de forma positiva naturalmente, enquanto ambientes tóxicos favorecem o comportamento contrário. Daí vêm as seguintes reflexões: esse raciocínio vale também para o problema do endividamento, que causa tantos estragos à vida das pessoas e famílias? Seria o endividamento uma questão restrita ao comportamento individual quanto ao descontrole, falta de preparação técnica ou psicológica, ou atribuída à influência do ambiente? Um estudo feito na Suécia – publicado em 2018 na coluna VoxEu, pelo Centro de Pesquisa de Política Econômica (The Centre for Economic Policy Research – CEPR) sobre atitudes em relação ao endividamento – apontou que as normas sociais relacionadas à dívida podem tanto aumentar quanto diminuir o comportamento de endividamento, e é um importante fator a ser considerado nas intervenções de saúde financeira de grupos. Isso significa que a cultura de uma empresa pode estimular a saúde ou contribuir danosamente ao adoecimento financeiro de sua equipe. É comum existir uma retroalimentação entre uma cultura empresarial que prejudica a saúde financeira dos colaboradores e o endividamento dos funcionários que prejudica os resultados da empresa. Existe uma relação forte e intrínseca entre saúde mental, saúde financeira e produtividade, muitas vezes não óbvia, mas perfeitamente mensurável. Problemas financeiros dos colaboradores geram impacto na produtividade das empresas por absenteísmo, aumento de fraudes, perda de foco e produtividade e por horas dispensadas para resolver questões financeiras pessoais, além de problemas de saúde mental como crises de ansiedade e depressão. Que fatores gestores precisam estar atentos para avaliar o adoecimento financeiro e mental de sua equipe? Cito alguns: Crédito consignado Entre as várias formas de conseguir acesso a um empréstimo, está o crédito consignado, conhecido pela praticidade do desconto direto na folha salarial e pelo baixo risco para a instituição financeira que empresta, uma vez que o recebimento está atrelado ao salário. Existe uma lenda de que o crédito consignado privado seria um “benefício” oferecido pelas empresas aos funcionários para “ajudá-los” a ter mais dinheiro disponível, a uma taxa de juros mais baixa que o mercado em geral. O assunto já começa polêmico, quando ocorre a venda ou alienação pela empresa da folha de pagamento a um banco privado. Por um determinado período, a empresa ganha benefícios monetários ou em serviços da instituição financeira, porém o que não fica mensurado é o quanto essa aparente vantagem é anulada ou revertida em prejuízos ligados ao endividamento de sua equipe, uma vez que esta é a forma pela qual o banco se remunera. Ambiente competitivo, mas ausência de propósito O foco no desenvolvimento contínuo, o reconhecimento pelo bom uso dos talentos e competências dos funcionários, o incentivo à cultura de senso de contribuição e propósito estimulam comportamentos e decisões financeiras saudáveis na própria pessoa física dos colaboradores, além do impacto positivo que estas iniciativas trazem ao clima organizacional, e por consequência à saúde mental do time. Uma empresa com visão, incentivos e práticas direcionadas ao longo prazo funciona como uma desenvolvedora de repertório comportamental também de longo prazo em sua equipe. Isso leva a um ciclo virtuoso com impactos nas saúdes mental e financeira dos funcionários e, por consequência, nos resultados financeiros da própria companhia. Em contrapartida, ambientes com práticas financeiras pouco rígidas, alta alavancagem, muito competitivo, com incentivos a metas e vantagens individuais de curto prazo, cuja cultura enfatiza a comparação e notoriedade, culminam no estímulo da impulsividade e comportamentos negativos. Em dissertação de mestrado defendida por mim perante banca da USP, foi demostrado por pesquisa que é mais fácil para um indivíduo mudar seu comportamento para uma escolha autocontrolada e mais vantajosa no longo prazo se for estimulado pelo senso de contribuição e uso dos talentos, do que pelo estímulo dos reforçadores de status social e remuneração que favorecem comportamentos impulsivos. Teste de impacto da cultura corporativa sobre a saúde financeira da equipe Para evitar uma conclusão superficial sobre quem é o mocinho e quem é o vilão, é recomendável fazer um diagnóstico completo do impacto da cultura corporativa sobre a saúde financeira e mental da equipe e seus respectivos impactos nos resultados da empresa. É possível fazer um rastreamento estatístico de variáveis como os valores da empresa, alinhamento de missão e propósito, estratégia de remuneração, avaliação de visão de curto e longo prazo da liderança e equipe. Avaliar a estrutura de benefícios oferecidos como plano de previdência, iniciativas de treinamento em educação financeira versus nível de endividamento dos colaboradores, volume de crédito consignado assumido, e medir o impacto na produtividade, clima organizacional e saúde mental da organização como um todo. A partir de um diagnóstico preciso, é possível construir intervenções e “nudges” que possam colaborar não apenas para dar mais qualidade de vida aos colaboradores, mas também para a melhoria dos resultados financeiros da organização.

O que Titanic, submarino e Americanas (AMER3) dizem sobre fracasso

Diferenciar motivadores que trazem impactos positivos dos que podem gerar sérios danos requer muita sabedoria A expressão “grande demais para falir” (“Too big to fail”) ficou bastante popular durante a crise financeira de 2008. Ela se referia a algumas instituições financeiras consideradas tão relevantes, em tamanho e impacto sistêmico, que suas falências eram vistas como eventos impossíveis de acontecer. Especialistas em economia e finanças entendiam que governos e outras entidades do mercado financeiro evitariam a todo custo as consequências graves de um colapso dessas companhias, por meio de aportes e medidas que impedissem uma reação em cadeia de efeitos negativos em todo sistema financeiro. “Grande e majestoso demais para falhar ou afundar”, assim era visto o Titanic, o maior transatlântico da época. Em linha com o mesmo pensamento de grandeza, Stockton Rush, fundador da OceanGate, proprietária do Titan e morto na implosão do submarino durante sua expedição até o naufrágio do Titanic, disse em entrevista anterior ao trágico acidente que “a cápsula do submersível era indestrutível”. Na mesma lógica de magnitude “grande demais para vir à tona”, pode ter sido esse o raciocínio dos fraudadores das Americanas (AMER3) ao manterem, por anos, lançamentos contábeis enganosos? Ou até de auditores, acionistas e bancos que indiretamente alimentaram a dívida bilionária da companhia sem grandes questionamentos? Excesso de confiança Bill Gates disse: “O sucesso é um péssimo professor. Ele faz com que pessoas inteligentes acreditem que não vão perder nunca”. O viés de excesso de confiança tem sido amplamente estudado. Um dos pesquisadores pioneiros foi Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2002. Em colaboração com Amos Tversky na década de 70, descobriu que pessoas tendem a superestimar suas próprias habilidades, conhecimentos e crenças. O excesso de confiança é um fenômeno no qual indivíduos acreditam excessivamente em suas próprias opiniões e capacidades, subestimando riscos e incertezas. Essa atitude pode gerar impactos negativos significativos na vida das pessoas, causar estragos para investidores, levando a decisões imprudentes e com má avaliação de riscos. Erros cometidos na gestão de riscos Em seu livro Psicologia Financeira, Morgan Housel fez a seguinte afirmação: “A linha que separa o ‘inspiradoramente ousado’ do ‘estupidamente imprudente’ pode ter um milímetro de espessura e ser visível apenas em retrospectiva”. Então, como lições, em retrospecto, dos casos Titanic, da implosão do submarino ou das perdas nas Americanas, pode-se identificar três importantes erros comuns na gestão de riscos a serem evitados: 1. Ignorar a importância de antecipar, reconhecer e criar uma matriz de riscos; 2. Não se aprofundar nas informações e em pesquisas quanto aos riscos; 3. Desconsiderar os eventos de alto potencial. Necessidade de notoriedade A mãe de uma das cinco vítimas do submarino contou que seu filho Suleman Dawood, obcecado por cubo mágico, levou o brinquedo no submersível porque queria quebrar o recorde mundial debaixo d’água. A motivação por bater recordes é gerada por uma combinação de fatores, entre eles a busca por reconhecimento, notoriedade e fama. Conseguir diferenciar motivadores que trazem impactos positivos a si próprio e aos outros – como superação pessoal, vontade de explorar o potencial humano para contribuir com a sociedade – dos que podem gerar sérios danos, como ser movido por comparação e prestígio social, requer muita sabedoria e autoconhecimento. Autorreflexão Vários memes circularam nas redes sociais a respeito do trágico acidente do submarino. Talvez o humor, aparentemente contraditório à compaixão esperada frente a uma tragédia, seja uma forma de atenuar a comoção, a tristeza ou o medo perante a fragilidade humana. Ou mesmo uma forma de expressar indignação pelo fato de as vítimas terem muito dinheiro (o que mostra que ricos também cometem imprudências e erros graves) e terem escolhido desperdiçar muitos recursos e a própria vida por diversão, enquanto grande parte da população mundial luta para viver. Não importa se a função do humor dos memes seja uma expressão de autoproteção, comoção ou indignação. Importante, sim, para cada um de nós é fazer uma sincera reflexão sobre os próprios comportamentos e decisões, para identificar a frequência do uso de vieses cognitivos, como os casos do excesso de confiança, da prática de má avaliação de riscos e da busca de notoriedade a serviço da conquista de sucesso, satisfação e felicidade. Pois, como também diz Housel: “Suficiente é perceber que o oposto disso – ter um apetite insaciável por mais – vai levá-lo até o ponto do arrependimento”.

5 dicas para fazer a gestão da restituição do Imposto de Renda

Apesar de a crença popular afirmar que “Dinheiro não tem carimbo”, a economia comportamental mostra outra realidade Os psicólogos Daniel Kahneman (Prêmio Nobel de Economia) em parceria com Amos Tversky, em 1979, desenvolveram uma teoria, baseada em pesquisas científicas, que demonstra que a dor da perda é duas vezes maior que a satisfação em ganhar. Ou seja: a percepção do cérebro sobre um mesmo valor financeiro é diferente, caso o carimbo mental atribuído a ele represente perda ou ganho. A proposta deste artigo é dar dicas sobre como fazer um bom uso da restituição do Imposto de Renda. Então aqui vai uma primeira e importante reflexão: como você enxerga o valor da restituição, como um dinheiro extra ou considera que já era seu e voltou? Dependendo da sua classificação mental e do carimbo que você mesmo atribui ao dinheiro, poderá ter mais ou menos probabilidade psicológica de cuidar desse recurso importante. Se o valor for percebido como uma entrada extra, e não como uma devolução do que já era seu, você terá duas vezes menos chance de cuidar bem do dinheiro que será depositado na sua conta. Dito isso, vamos a algumas dicas para uma boa administração desse recurso sazonal: 1. Atribua o significado correto ao valor recebido: essa recomendação está relacionada à reflexão inicial. Restituição, por definição do dicionário, significa devolução de algo a quem realmente pertence. Então esse dinheiro já era seu, não é extra e, portanto, merece ser bem gerido. 2. Priorize destinar o valor para formação da reserva de emergência: ter uma proteção, um “colchão” para emergências, representa empoderamento, autonomia de decisão, proteção contra crises financeiras e contribui com a saúde mental porque ajuda a reduzir ansiedade e medo dos imprevistos. Dependendo do seu perfil e do tipo de atividade laboral, o número ideal recomendado para totalizar uma reserva de emergência varia de 4 meses a 1 ano equivalentes aos seus gastos. Use a restituição para completar esse valor. 3. Se tiver dívidas, é um bom momento para quitá-las: o dinheiro mais caro que existe certamente são os juros das dívidas. Então, se você recebeu um recurso não recorrente como é o caso da restituição, este é um bom momento para renegociar e saldar dívidas com ele. 4. Pense na sua aposentadoria: embora seja a reserva mais negligenciada, ela é uma das mais importantes. Lembre-se que o dia de se aposentar chegará e ter recursos para sua longevidade física, quando não estiver ou não puder mais trabalhar, é fundamental. Um excelente uso da restituição do Imposto de Renda é destiná-la à formação da reserva de aposentadoria. 5. Exercite seu direito de realizar sonhos: sonhar é um motor da vida e ver sonhos realizados faz parte do significado de ser feliz. Portanto, esse recurso que não está previsto como entrada do seu orçamento mensal pode ser sim ser destinado a realizar algum projeto sonhado! Mas use para algo realmente importante, que valha a pena como registro mental de felicidade. Se, ao final deste texto, você ficou com dúvida sobre qual das 4 dicas finais você deveria seguir primeiro, em grau de prioridade, sugiro a seguinte ordem: quite dívidas e depois monte sua reserva de emergência. Caso você não tenha dívidas e já tenha o valor satisfatório para emergências, distribua a restituição entre 50% para realizar sonhos e 50% para montar a reserva de aposentadoria. Desejo que você cuide bem do dinheiro que volta para sua gestão, sempre vigilante em conhecimento e informação para fazer bons investimentos e bom uso da restituição do Imposto de Renda, com muita sabedoria!

Água a R$ 93: qual é o limite ético da lei da oferta e da procura?

Catástrofe provocada pelas chuvas no litoral paulista nos faz refletir sobre o limite na busca por lucro É frequente na educação financeira explicar a jovens e adolescentes o modelo da lei da oferta e da demanda como um mecanismo natural, de livre mercado, na determinação de preços. O que fica muito difícil explicar é uma garrafinha de água custar R$ 93 em meio a uma das maiores tragédias provocadas pelas chuvas no litoral norte de São Paulo, quando pessoas morreram soterradas e outras passam sede e fome ou adoeceram e ficaram desabrigadas. A lei da oferta e da procura não é prescrita por autoridade, muito menos um ato normativo de processo legislativo. Funciona do mesmo modo que a lei da gravidade, como um fenômeno que espontaneamente ocorre na natureza econômica. O entendimento é simples: se tem mais gente querendo comprar e menos produto ofertado, os preços sobem. Ao contrário, se há mais produtos oferecidos à venda e menos interesse de compra, então os preços caem. O raciocínio vale para explicar o fenômeno da inflação, a paridade das moedas, o preço dos ativos financeiros e o mecanismo de leilões de mercadorias. Apesar de natural e saudável regulação do livre mercado, a lei da oferta e da procura causa ruído moral quando nos esbarramos em seu efeito diante de uma tragédia humana, simbolicamente personificada nos R$ 93 cobrados por uma garrafa de água. Apesar de haver menos garrafas e mais pessoas precisando, qual é o limite ético de seu uso? Neste caso a disputa entre oferta e procura esbarra filosoficamente na mesma disputa entre o “eu” (ego) e “o outro” (alter), entre egoísmo e altruísmo. Deveria o livre mercado, assim como o livre arbítrio humano, ter em si uma autorregulagem do olhar pelo próximo, da empatia, do coletivo, do olhar humanizado? Quando se oferece uma garrafa de R$ 93 ou empréstimo a taxas de juros iguais ou superiores a 10% ao mês a uma população vulnerável em recursos financeiros e em conhecimento, em situação de carência social, sanitária, de saúde e/ou de educação, o ser humano mostra sua faceta mais cruel da falta de cuidado com a própria espécie. Não estamos falando aqui sobre sistemas políticos e organizacionais, sobre mais ou menos intervenção do Estado ou sobre a disputa entre modelos econômicos capitalistas ou socialistas. O ponto, sim, é a própria consciência individual e, quiçá, a preocupação na transmissão cultural dentro das famílias, das comunidades em que vivemos, das empresas em que trabalhamos, do país a que pertencemos sob o olhar espontâneo da lei, também natural, do amar ao próximo como a si mesmo. Por isso, incentivo tanto, como educadora financeira e psicóloga, a prática da doação dentro da organização das finanças pessoais e do orçamento mensal. Está provado cientificamente que pessoas que praticam a doação regularmente, tanto de tempo quanto de dinheiro, aumentam sua capacidade e equilíbrio emocional para lidar com suas próprias finanças e se tornam poupadores e investidores mais sábios porque, ao cuidar do outro hoje, conseguem cuidar melhor do seu “eu do futuro”. Há um grande segredo de sucesso e felicidade quando se consegue perceber e exercitar atitudes que podem parecer paradoxais como essas abaixo:

Demissão humanizada é desafio para líderes e organizações

Humanizar processos de demissão nas grandes empresas pode ajudar a tornar o processo menos traumático Entre os motivos mais citados para demissões estão: resistência à mudança, conflitos, problemas de comunicação, absenteísmo, falta de engajamento ou de atingimento de resultados. Qualquer que seja a razão que motive a demissão, líderes precisam saber que o problema pode não estar somente no funcionário, pois comportamentos negativos podem ser disparados por questões culturais da empresa ou da equipe, pela postura da liderança, por falta de clareza na estratégia, nas metas ou nas avaliações, por falta de estímulos positivos, que muitas vezes, poderiam ser resolvidos com elogios ou reconhecimento. Infelizmente, nos últimos meses e semanas, demissões em massa têm acontecido no mercado financeiro brasileiro, como no caso do C6 Bank, da XP Inc., das empresas de influenciadores financeiros como Me Poupe! e Grupo Primo, que levaram a debates polêmicos nas redes sociais. Entre as explicações dadas para demissões coletivas estão: reestruturações, mudança de estratégia, crises financeiras, redução de custos, problemas tecnológicos e fusões de empresas. Em outros setores e países, como no caso das empresas de tecnologia, a onda de demissões em massa também tem causado comoção. “Trauma e choro” é a descrição do processo de quem viveu ou acompanhou algumas dessas situações. Se a demissão for feita de forma traumática, pode causar feridas emocionais e marcas profundas na vida de quem foi demitido, com impacto direto na autoestima, na qualidade de vida, na produtividade, nos relacionamentos e na saúde emocional da pessoa. Mas os prejuízos acompanham quem demite também. Companhias que decidem pela demissão em massa perdem valor no preço de ações na Bolsa; e, independentemente da quantidade de pessoas demitidas, dispensas mal geridas, geram impactos negativos de curto e longo prazo nas empresas como um todo, pois provocam insegurança, medo, falta de confiança na gestão, perda de atratividade de novos talentos, queda na produtividade e prejuízos na imagem da marca. É preciso saber demitir! Assim como é necessário cuidar de quem fica também é importante ter atenção e cuidado com quem deixa a empresa. É necessário humanizar as demissões. Apresento aqui algumas boas atitudes características de demissões humanizadas: 1. Mesmo que a demissão seja coletiva, ter a compreensão de que cada pessoa é única: isso envolve colocar-se no lugar do outro com empatia, entender e respeitar sentimentos despertados pela situação; 2. Oferecer acolhimento: mesmo sendo uma situação difícil também para quem demite, mesmo tendo os motivos para fazê-la, o simples fato de reconhecer sua própria vulnerabilidade e o sofrimento do próximo já são formas de acolhimento; 3. Evitar demitir por telefone, mensagem gravada ou vídeo conferência e, de forma alguma, expor publicamente o funcionário: esta é uma das situações que nem a tecnologia, nem o modelo remoto substituem o presencial. Parece algo bastante óbvio, mas há vários relatos recentes de demissões por WhatsApp. Além disso, o ato de demitir é algo privado, uma conversa que não deve ser feita publicamente; 4. Estabelecer uma rotina de diálogo contínuo com transparência: compartilhar dificuldades e/ou mudanças na estratégia da empresa no dia a dia, fazer avaliações efetivas e construtivas com periodicidade e envolver colaboradores nas decisões aumentam a confiança, a credibilidade e compreensão do funcionário sobre qualquer decisão a ser tomada, mesmo que esta seja seu próprio desligamento; 5. Elogiar, de forma genuína, as qualidades da pessoa demitida: sim, é possível elogiar, mesmo que a demissão seja por performance. Todos os indivíduos possuem qualidades e, com certeza, uma parte positiva e grande esforço foram depositados pelo funcionário ao longo de seu trabalho. É injusto não reconhecer isso. Se você é líder e, ao demitir, não consegue enxergar o que de bom foi trazido pelo funcionário, isso diz mais sobre seu olhar crítico do que sobre a pessoa demitida. Veja que nenhuma dessas atitudes dizem respeito a dinheiro ou acordo sindical. Vale também lembrar que um colaborador ou ex-funcionário também pode ser um cliente, um investidor e um formador de opinião sobre a marca da empresa. Assim como contratar, demitir faz parte dos processos ligados à gestão de pessoas. No entanto, definitivamente, a competência de demitir de forma humanizada também precisa ser foco do desenvolvimento da liderança de toda empresa comprometida com sua longevidade e com o seu impacto positivo na sociedade. De toda empresa empenhada em fidelizar clientes, em reter pessoas, na gestão positiva e sustentável de sua marca. Para atrair investidores de longo prazo, é preciso que uma empresa esteja comprometida com os pilares ESG. Demitir de forma humanizada é parte importante da boa governança e da boa gestão social.

Responda a essas perguntas e veja se é hora de pedir demissão

Manter-se no emprego apenas pelo salário não é uma boa opção para a saúde e muito menos para o bolso Demitir-se ou não se demitir, eis a questão! Um fenômeno recente, que viralizou nas redes sociais, principalmente entre os mais jovens, foi o “quiet quitting”, a famosa demissão silenciosa. É o comportamento no qual o funcionário faz apenas o necessário, nem mais nem menos, para manter seu emprego. Uma das justificativas para a adoção dessa atitude, por quem a pratica, é tida como uma forma de estabelecer limites às horas extras de trabalho, em busca de mais qualidade de vida. No entanto, o resultado pode ser inverso, uma vez que a desconexão afetiva do sentido de propósito no trabalho pode levar ao burnout. A percepção de trabalho produtivo é um pilar importante da saúde mental, pois o significado de trabalhar tem um vínculo intrínseco ao sentido de existência e identidade dos seres humanos. Quando avaliar o pedido de demissão? Entre as motivações mais frequentes para a mudança de emprego estão: a desconexão entre a cultura e os valores da empresa e os seus próprios, ambiente tóxico, desalinhamento de metas e de objetivos, falta de oportunidade de crescimento, de autonomia ou aprendizado, insatisfação com aquilo que faz ou com a liderança, perda do sentido de contribuição, de reconhecimento ou prejuízos à qualidade de vida e saúde mental. Se este é p seu caso, é hora de avaliar um pedido real de demissão. Manter-se no emprego apenas pelo salário não é uma boa opção para a saúde, nem para a felicidade e muito menos para o bolso, pois a situação não é sustentável no longo prazo e, portanto, não trará bons resultados. Como se preparar para a mudança? Para evitar agir por impulso e ter arrependimentos futuros é importante avaliar se realmente a percepção dos fatos não está enviesada. Você pode começar fazendo-se perguntas como: O que realmente desejo? Os pontos pelos quais estou insatisfeito podem melhorar de alguma forma? É possível ressignificá-los? No médio prazo, as coisas poderiam melhorar? Quais são os pontos fortes e desvantagens de onde trabalho? O que pesa mais entre vantagens ou pontos fracos? As questões que me incomodam dizem mais ao meu respeito ou ao ambiente externo? Há opções melhores? Consigo enxergar meu valor e minha contribuição independentemente de onde trabalho? Você pode fazer essa avaliação sozinho ou pedir a ajuda de um profissional. Caso a conclusão seja pela mudança, é importante planejar a transição. Não é recomendável pedir demissão sem outra opção de ocupação. De qualquer forma, é imprescindível uma reserva financeira de pelo menos 6 meses equivalentes aos seus gastos orçamentários mensais. Monte um plano, organize-se, desenhe as alternativas antes de se desligar. Qual é melhor forma de fazer? Trabalhar mal para forçar a demissão não faz bem a você mesmo. Seu senso de autoeficácia, o valor de seu próprio trabalho e a sua imagem valem muito mais que qualquer compensação financeira imediata das verbas rescisórias de ser demitido. Se a decisão de sair do emprego partiu de você, honre essa escolha. A boa notícia é que, por meio da reforma trabalhista que passou a vigorar em 2017, está prevista nova modalidade de demissão por acordo trabalhista. Ela permite que ocorra negociação para consenso entre o empregador e o empregado, chamada de demissão consensual. Nesse modelo de rescisão do contrato de trabalho, é permitido uma saída na qual ambas as partes aceitam o fim do vínculo empregatício. Nessa modalidade, o profissional recebe o saldo de salário; aviso prévio pela metade; 13º proporcional; férias proporcionais + ⅓; férias vencidas + ⅓; 20% de multa sobre o saldo do FGTS; também adquire o direito de movimentar 80% do valor disponível do seu FGTS. Só não tem direito ao seguro-desemprego. A melhor forma de saída é sempre a mais colaborativa, pacífica e acordada. Com isso você construirá não somente seu caminho escolhido imediato, mas também fortalecerá sua autoestima e manterá portas abertas para oportunidades futuras.

Carta aberta do investidor ao próximo Presidente

Os pedidos e as recomendações que um investidor faria para o novo governo presidencial em uma carta aberta Domingo, dia 30 de outubro, será conhecido o nome do presidente eleito para o próximo mandato. Quatro anos são suficientes para uma criança completar o fundamental 1 ou 2, para um adolescente completar o ensino médio, para um jovem cursar a faculdade, para um adulto completar mestrado ou doutorado. Podem ser suficientes para um casal se apaixonar, namorar, casar e sonhar uma vida melhor. Para um jovem adulto ser promovido. Para um empreendedor ver sua empresa lucrar e retornar seus investimentos. Não são suficientes para crescer uma árvore adulta, mas sim para engordar um boi. Cabem também em vencimentos de títulos do governo no tesouro direto pré ou pós-fixados. Nos meus atendimentos a jovens, quando pergunto sobre seus sonhos para uma vida feliz, as respostas que recebo, via de regra, são: concluir curso superior, construir uma família, viajar, ser bem-sucedido profissionalmente, construir um patrimônio, deixar um legado. Acredito que a maioria de nós, brasileiros, temos sonhos em comum. Investidores também. Por isso, imagino uma carta de um investidor sendo entregue ao nosso futuro presidente dizendo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Parabéns por sua eleição! Por ter conquistado a confiança da maioria dos brasileiros através do processo democrático. Meu primeiro desejo como investidor e brasileiro é que o senhor seja iluminado para ser digno da confiança depositada em seu mandato. Sabe-se, no mercado financeiro, a importância do ativo confiança. Investimentos se tornam escassos na ausência dela. Sem ela, o consumo fica abalado, os custos das transações sobem, empresas são prejudicadas, aumenta-se o desemprego, o dinheiro some e a taxa de juros sobe. Uma vez que não existe relacionamento saudável sem ela, a mesma lógica funciona para relacionar-se com investidores. Inclusive os mais distantes e estrangeiros. Que suas palavras e ações, então, inspirem sempre confiança. Como investidor preciso me esforçar todos os dias para gastar dentro do meu orçamento e formar reservas para o futuro. Então, assim como faço minha lição de casa, desejo que o senhor também faça a sua e mantenha as despesas do governo dentro do teto de gastos. Que seu governo não aumente a dívida e cuide bem das reservas. Assim também ajudará no meu próprio empenho de cuidar da minha aposentadoria. Por falar em futuro, estudos mostram que investidores que pensam no longo prazo conseguem resultados melhores para sua carteira. Desejo então, presidente, que sua visão seja de longo alcance, bem estratégica, muito além dos quatro anos, pensando no melhor para o país. Que seu compromisso de longo prazo sirva de modelo para cada brasileiro estabelecer o mesmo padrão de ação. Que gere possibilidades para um jovem comum se organizar, planejar, realizar sonhos; que gere oportunidades para um empreendedor investir e seguir um plano de negócios, sem oscilações, sem crises, sem inflação alta; que inspire a todos a investir com confiança e visão de futuro. Por falar em estudos, desejo, senhor presidente, que o seu governo acredite e invista na ciência. E inclusive invista na educação, para que crianças também possam ser investidoras futuras como eu sou. Que saibam o que são números decimais, calcular frações, percentuais e entendam o que são juros compostos. Assim, quem sabe, pode-se reduzir a desigualdade que tão mal faz para nossa sociedade. Estudos mostram (mais uma vez vem a importância dos estudos, das pesquisas, da ciência e da educação) que a desigualdade social tem impacto direto na instabilidade social, no ingresso de atividades ilegais, na violação da propriedade privada, no aumento da violência, no desrespeito a contratos. A baixa estabilidade aumenta custos de oportunidades privados e públicos, eleva gastos com saúde e segurança, abala a credibilidade das instituições e do sistema legal. E esse cenário não é nada bom para investimentos, que dirá para as pessoas. Ah! Por favor, inclua no pacote de redução de desigualdades o acesso mais igualitário ao crédito para todos também! Quando falo de créditos, penso nos créditos de carbono. E aí me faz voltar ao assunto do crescimento e preservação das árvores, e pensar no cuidado com o meio ambiente. Claro! Precisamos de uma atmosfera boa para investir e para respirar! Mas, falar em crédito, me faz voltar também ao tema credibilidade, confiança e pensar na transparência de um governo. Mas aí acho que já estou sendo repetitivo, o que não é bom. Por isso desejo ao senhor presidente, que também não o seja. Por que repetir, principalmente os erros, não faz bem a ninguém e tampouco ao país. Termino essa carta desejando que todos esses votos se realizem. Desta forma, todos os sonhos que os brasileiros são merecedores para uma vida normal, feliz e terrena poderão também se realizar. Que nossos sonhos brasileiros possam encontrar, nos próximos quatro anos, terreno fértil para florescer. Que seu governo proporcione terreno fértil para sonhos e árvores crescerem em nosso solo, em nossa terra adorada, em nosso pátria amada, Brasil.