5 dicas de como levar seu filho de potencial à potência

Neste Dia das Crianças, veja como você pode ajudar um filho a ter a luz própria no mundo A primeira grande e boa notícia que quero dar a você, pai ou mãe, que iniciou a leitura deste artigo é: seu filho já é uma potência! Passei anos da minha vida como líder em corporações. Em uma delas, responsável pela área de RH como Diretora Administrativo-Financeira de uma empresa com mais de 1,5 mil funcionários, observando de perto os jovens de alto potencial. Hoje, como psicóloga, orientando jovens, líderes e pais, vejo como ponto de atenção o lugar de ansiedade que essa busca ocupa. A palavra potencial é sempre uma referência ao futuro, algo que ainda não aconteceu e no qual se deposita alto nível de expectativa. Mas esse é uma fórmula repleta de ansiedade, pronta para o fracasso! Diz-se que a satisfação é igual à qualidade, dividida por expectativa. Ou seja, quanto maior for a expectativa do potencial, menor será a percepção da qualidade da entrega. Inclusive a satisfação pode tender a zero, se a expectativa for altíssima! Talvez seja esse conjunto de ansiedade, expectativa e pressão da sociedade atual, uma das causas disparadoras nos jovens de transtornos mentais, como síndrome do pânico, depressão, tiques nervosos, automutilação ou até mesmo tentativas de suicídio. Cada um de nós já nasceu com luz própria para brilhar. Seu filho ou filha também! Como sugestão para o Dia das Crianças, aqui vão 5 dicas que você pode presentear filhos: 1. Conheça a luz do seu filho, aceite e admire como ela é. Em vez de depositar expectativas, desenhar caminhos ou consertar defeitos, evite projetar em seu filho algo que não pertença a ele. Ao contrário, conheça-o profundamente e apaixone-se pelo que essa pessoa que está ao seu lado no mundo verdadeiramente é! 2. Fracassos e frustrações são parte da vida e o brilho está em saber lidar com estresses cotidianos. Mas, se todos nós sabemos disso, por que muitos pais buscam proteger filhos das adversidades em vez de ensiná-los a lidar com elas? E por que alguns pais ficam tão decepcionados com dificuldades dos seus filhos, como por exemplo o dito “fracasso escolar”, em vez de ter calma, paciência na trajetória celebrando as pequenas vitórias? Para haver brilho é preciso saber destacar mais as qualidades do que os defeitos e ter leveza perante adversidades. 3. Luz para propagar precisa de superfície refletora! Ou seja, qualquer potencial precisa de um ambiente favorável, positivo e incentivador para brilhar. Ambientes críticos, coercitivos, punitivos vão ofuscar e podem apagar uma luz. Elogie, incentive, mostre, ajude seu filho ou filha a descobrir seus talentos e motivações. Foque nos elogios, jogue luz nas habilidades interpessoais e incentive iniciativas sem se preocupar tanto com o resultado. Todo comportamento existe em função de algo. Se há um “mau” comportamento, possivelmente há oportunidade de ajuste no meio e nas relações. 4. A fórmula da Potência, segundo a definição da física, é igual à quantidade de trabalho em um intervalo de tempo (aqui vem meu lado engenheira): então dê tempo ao tempo e ensine seu filho a persistir. É muito comum, e bastante prejudicial, pais interromperem ou permitirem desistência rápida de atividades extracurriculares de seus filhos, sem completarem ciclos. Para exercer a potência, filhos precisam desenvolver a visão do trabalho no tempo. Desenvolver autocontrole, que nada mais é que o compromisso com as conquistas maiores do longo prazo. 5. Ajude seu filho(a) a ter autonomia e não precisar mais de você. Tanto a palavra potencial como potência vêm do latim “Potens”, que significa poder. Ajude seu filho(a) a empoderar-se. O melhor presente que você pode dar a seu filho, não só no Dia das Crianças, mas para a vida inteira, é a ajudá-lo a conhecer as próprias habilidades, ensiná-lo a lidar com os estresses da vida cotidiana, a estimulá-lo a usar suas habilidades de forma produtiva para colaborar com a sociedade. Se você achou esse presente maravilhoso, saiba que esta última frase não é minha! Trata-se da definição de saúde mental dada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso significa, então, ajudar seu filho a brilhar em sua potência, com saúde mental e integral. Desejo, no Dia das Crianças, hoje e sempre, muito sucesso, felicidade e vida longa aos nossos filhos!

A educação financeira pode te ajudar a parar de fumar; veja como

Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Veja como você poderia economizar ao deixar de fumar Você sabia que a educação financeira contribui para parar de fumar? Uma pesquisa feita no Japão com mais de 3.700 pessoas mostrou que o conhecimento de investimentos e a educação financeira têm relação direta na redução do hábito. O estudo mostrou que pessoas alfabetizadas e educadas financeiramente são menos propensas a fumar porque aumentam sua capacidade de tomar decisões mais racionais, desenvolvem melhor avaliação de riscos e de visão de longo prazo. É claro que não podemos simplificar ou generalizar a conclusão da pesquisa, pois levantaria uma falsa premissa. Seria o mesmo que dizer que não há fumantes entre investidores ou profissionais do mercado financeiro. No entanto, o estudo traz evidências de que o aumento da capacidade de tomar decisões racionais, o desenvolvimento do autocontrole, o desenvolvimento de visão de futuro e de capacidade de planejamento são redutores de ansiedade, e por consequência redutores de vícios. No dia de hoje, 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, trago alguns números para ampliar a informação e a sensibilização sobre o impacto do mau hábito nas finanças. Quanto você gasta com cigarro? Imagine uma pessoa com o hábito de fumar meio maço de cigarros por dia, a um custo de R$ 10,75 o maço. Em uma conta simples, o gasto aproximado seria de R$ 1.960,00 em um ano. Mas, se estamos em um artigo para investidores, o cálculo correto deve ser feito a juros compostos. Portando, considerando a taxa de juros de 15% ao ano (factível de ser conseguida em renda fixa no dia de hoje), pro rata (proporcional) ao dia, calcula-se que a pessoa conseguiria guardar quase R$ 2.100,00 ao longo de um ano se deixasse de ser fumante e investisse o equivalente a meio maço de cigarros, todos os dias. Veja na tabela abaixo mais simulações quanto à economia no orçamento e aumento nas reservas, apenas deixando de fumar: Quantidade de maços por dia sem fumar Valor equivalente aos maços economizados investido por dia Patrimônio acumulado investindo o equivalente todos os dias, após um ano Patrimônio acumulado investindo o equivalente todos os dias, por 5 anos 0,5 maço /dia R$ 5,38/dia R$ 2.080,00 R$ 14.000,00 1 maço/dia R$ 10,75/dia R$ 4.150,00 R$ 28.000,00 2 maços / dia R$ 21,50/dia R$ 8.300,00 R$ 56. 000,00 *Os números acima foram calculados a taxa de 15 % a.a. pro rata ao dia e valor do maço assumido de R$ 10,75. Números foram arredondados para fins didáticos. A conta ainda ficaria mais impressionante, em potencial de economia, se calculássemos equivalências com gastos maiores em outras fontes de nicotina, como cigarros eletrônicos e charutos. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 20 milhões de brasileiros fazem uso de produtos derivados do tabaco. Outro estudo do IBGE, em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontou taxas crescentes de experimentação de narguilé, cigarro eletrônico e outros produtos do tabaco entre adolescentes de 13 a 17 anos. O contato precoce com a nicotina é capaz de mudar o funcionamento cerebral, tornando adultos mais propensos a desenvolver transtornos de ansiedade, depressão e pensamentos suicidas. O tabagismo não somente afeta à saúde física, mental e financeira das pessoas, com também atinge os cofres públicos. Dados do Ministério da Saúde apontam gastos superiores a R$ 120 bilhões por ano na prevenção, controle e tratamento de doenças decorrentes do tabaco pelo sistema de saúde brasileiro. Parar de fumar traz muito ganhos quando o assunto é dinheiro. Não somente relativos aos cálculos diretos apresentados acima, mas também ganhos indiretos como a melhoria na produtividade, foco, qualidade de vida e na economia com gastos pessoais futuros em saúde. Se é tão benéfico ficar longe do cigarro, por que as pessoas seguem fumando? Humanos nem sempre somos guiados pela racionalidade, e isso pode ser observado também em comportamentos financeiros quanto a compras, investimentos e até mesmo na prática de doações. Mudar hábitos tóxicos envolve decisão e escolhas, estabelecimento de metas fatiadas em ações diárias, apoio familiar e psicoterapêutico. O treinamento de comportamentos saudáveis autocontrolados passa pelo desenvolvimento de aptidões como a sensibilidade à visão de longo prazo, apuração do olhar na avaliação de riscos, senso de propósito e a ressignificação da sensação de felicidade que impacta na resiliência para enfrentar os obstáculos diários. A soma desses fatores é que realmente pode reduzir a necessidade da compensação por vícios.

Você sofre de “Fomo” financeira? Conheça os sintomas

Transtorno pode causar falta de concentração em geral, no trabalho ou dirigindo, insônia e pesadelos O fenômeno Fomo – abreviatura de “fear of missing out”, expressão em inglês traduzida como “medo de ficar de fora” – surgiu como uma patologia psicológica do mundo contemporâneo tecnológico. O comportamento caracterizado por forte ansiedade e pela necessidade intensa de saber o que outras pessoas estão fazendo, impacta negativamente as atividades diárias, o contexto familiar e a produtividade no trabalho. E quando o medo de ficar de fora refere-se aos investimentos? Ao medo de perder a bola da vez, as melhores oportunidades em ações, criptos ou nos derivados? A Fomo financeira é notada naqueles que não desgrudam da tela da Bolsa, em busca de bater (fechar negócio com a melhor oferta de compra disponível) ou tomar (com a melhor oferta de venda disponível). E ainda, naquelas pessoas consumidoras contumazes de todos os cursos de investimentos disponíveis, seguidoras de qualquer blogueiro ou vizinho que fale sobre as melhores dicas para investir. O comportamento também é observado em pessoas que constantemente buscam praticar e/ou publicar em roda de amigos e nas redes sociais seus feitos com swing trade (operações de curto prazo na bolsa, para aproveitar o sobe e desce do mercado durante alguns dias), ou naqueles que precisam seguir sem parar os blogueiros financeiros que as publicam. Alguns sintomas característicos da Fomo financeira são: * Dedicar muito tempo às telas operacionais; * Consumir excessivamente cursos ou dicas de blogueiros; * Ter dificuldade em viver o momento e preocupar-se constantemente com a situação do mercado; * Prejudicar-se nas relações sociais ou profissionais por preocupação com as finanças; * Falta de concentração em geral, no trabalho ou dirigindo, insônia, pesadelos ou prejuízo nas refeições; * Sofrer crises de ansiedade, pânico, forte angústia ou depressão; * Abuso de álcool ou drogas em busca de alívio; * Assumir riscos excessivos; * Já ter caído em algum golpe financeiro; * Perder o sentido de existência ou propósito. Algumas sugestões para minimizar os sintomas e até mesmo para prevenir a síndrome são: * Montar estratégia de longo prazo e de reservas com distinta liquidez para reduzir o acompanhamento diário do mercado; * Ter em mente que as publicações geralmente refletem estímulos e gatilhos de impulsividade e funcionam para capturar seu cérebro; * Lembrar que não existe dinheiro rápido e fácil e um bom investimento é aquele que cumpre seus objetivos ao longo do tempo com consistência e fundamentos; * Evitar comparar-se com os demais (que provavelmente também estão na mesma que você), focar sua energia em buscar remuneração por meio de atividades profissionais que usem seus talentos de forma produtiva e contributiva; * Praticar meditação e inserir na rotina atividades esportivas e ao ar livre. Se você está com alguns desses sintomas ou conhece alguém com características de Fomo financeira, note que apenas um profissional psicólogo qualificado pode diagnosticar transtornos mentais e prescrever o tratamento adequado.

Entenda por que as carreiras do futuro serão caleidoscópicas

As diversas habilidades de um profissional poderão ser fundamentais para a conquista de novas oportunidades Houve um tempo, na Idade Média, em que a tradição familiar do ofício, passada de pai para filho (e não para filhas), era tão forte que os sobrenomes tinham origem nas profissões: os Baker eram da família de padeiros; os pastores de ovelhas eram os Shepherd e Carneiros; Ferrari, os ferreiros; Schumacher e Zapatero, os sapateiros, entre outros. Aliás, os Lombardos, Lombardis, eram os banqueiros, cambistas mercadores, ou seja, os investidores. Escolhas profissionais são carregadas de símbolos e significados construídos a partir do grupo social de origem. Por isso pais — e felizmente, cada vez mais, também mães e mulheres — têm a oportunidade de serem exemplos de vida profissional e influenciar seus filhos. Mas como se dará a referência da escolha profissional, de agora em diante, se nem os próprios pais sabem se suas profissões irão desaparecer nos próximos anos? Uma pessoa que começa a vida profissional hoje provavelmente não irá se aposentar na mesma atividade. Mudará muitas vezes de trajetória ao longo de sua vida. Inclusive há forte tendência do crescimento dos profissionais slashs (atividades separadas por barras), nome dado aos profissionais que exercem várias atividades simultâneas. O exemplo disso está presente nas redes sociais profissionais em descrições como historiador/professor/escritor/palestrante. Se por um lado, para um jovem, é tranquilizante saber que a escolha de uma faculdade não é mais uma definição eterna do que ele será quando crescer, por outro o grau de incerteza do mercado de trabalho e a quantidade de opções presentes e futuras —ou a ausência delas — aumentam drasticamente a ansiedade. Outrora o emprego estruturava a sociedade, mas falar de desemprego ou informalidade está perdendo o sentido diante das mudanças nas relações de contrato de trabalho, com o movimento autônomo, empreendedor e até mesmo iniciativas daqueles que não querem mais trabalhar, como visto recentemente nos Estados Unidos e no movimento social Tang Ping, na China, contra o trabalho duro e excessivo. A carreira linear está se transformando em carreira caleidoscópica. Assim como um caleidoscópio, formado de componentes coloridos, a depender do ângulo da luz, reflete variadas imagens através de seus espelhos, que resultam em magníficas combinações visuais. Uma carreira caleidoscópica pode usar múltiplas habilidades e conhecimentos e refletir distintas contribuições para a sociedade em diferentes momentos, a depender da maré, de onde sopra o vento e da situação do mercado em cada fase da vida. O modelo conhecido como carreira caleidoscópica estuda como os indivíduos desenham suas carreiras segundo três parâmetros: crescimento, balanço e autenticidade, que podem se alternar em diferentes momentos. Um jovem pode priorizar o crescimento financeiro ou intelectual no início de sua vida profissional, mas em determinada altura da vida muito provavelmente vai buscar mais equilíbrio entre os diferentes papeis sociais, como o cuidado com a família ou decidir mudar de rumo guiado pela autenticidade. As decisões serão mais ligado aos valores pessoais, ao propósito e senso de contribuição, do que na tarefa em si ou na remuneração. Dificilmente será possível ter os três parâmetros simultaneamente, mas é perfeitamente possível desfrutar de todos eles – crescimento, balanço e autenticidade – distribuídos ao longo da vida. Por isso é tão importante fazer um planejamento da vida profissional juntamente com o planejamento financeiro que poderão dar tranquilidade às escolhas de cada etapa. Fundamental também é buscar autoconhecimento para ser capaz de valorizar o melhor a ser extraído a cada faixa etária e a cada momento de vida. Autoconhecimento e planejamento juntos podem ajudar em sua autoestima, no aperfeiçoamento de seus potenciais e tornar possível brilhar os componentes coloridos de sua carreira caleidoscópica da melhor maneira a se adaptar aos diferentes ângulos de luz apresentados ao longo da vida. Fazendo isso, o resultado desta combinação será certamente de lindas imagens no caleidoscópio da sua trajetória profissional.

Mamãe Falei: por que sexo e dinheiro muitas vezes andam juntos

Declarações sexistas enfatizam exacerbação disfuncional sobre o uso do poder relativo ao dinheiro e ao sexo Na visão de Freud, “as questões de dinheiro são tratadas da mesma maneira que as questões sexuais: com a mesma incoerência, pudor e hipocrisia”. Freud, fundador da psicanálise, em sua última longa entrevista, declarou: “Quando alguém percebe o egoísmo por trás de toda conduta humana, não sente o menor desejo de renascer”. Acredito que a maioria de nós sentiu o mesmo dissabor de Freud frente ao comportamento desumano revelado pelas declarações do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), conhecido como Mamãe Falei. Em áudio compartilhado com um grupo de amigos, ele disse que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres” e que, então, “cidades mais pobres são as melhores”. Na visão de Freud, “as questões de dinheiro são tratadas da mesma maneira que as questões sexuais: com a mesma incoerência, pudor e hipocrisia”. Por que sexo e dinheiro muitas vezes andam juntos? Em um estudo sobre a escala de atitudes frente ao dinheiro, Yamauchi e Templer encontraram três pilares simbólicos na relação humana com o dinheiro: poder, prazer e segurança. Repare que as mesmas simbologias também podem ser  atribuídas às pulsões sexuais. Poder, prazer e segurança são atributos humanos positivos quando usados para o empoderamento, felicidade, preservação e proteção da espécie. São positivos quando envolvem olhar empático com outros indivíduos >perante  seus sentimentos, com respeito à dignidade da condição humana. Declarações sexistas, como as do deputado, fundamentadas na discriminação de gênero de uma pessoa, lançam ao extremo da exacerbação disfuncional sobre o uso do poder relativo ao dinheiro e ao sexo. Toda vulnerabilidade de condição de pobreza, ampliada pelo trágico cenário de guerra, foi retratada de maneira exploratória e humilhante ao se referir de forma indigna às mulheres ucranianas. Não é à toa que no mês de março comemora-se o Dia Internacional da  Mulher, data significativa para a reparação histórica da dominação masculina predominante na maioria das culturas. Manifestações hostis de sexismo como as de Arthur do Val foram usadas de forma ideológica e agressiva para estabelecer dominação e subjugação feminina. Mas é preciso ter atenção também às manifestações benevolentes e disfarçadas de sexismo e controle coercitivo. Um exemplo disso é a fala sequencial do deputado, justificando seu ato pelo contexto no qual foi gravado o áudio. Muitas vezes atitudes aparentemente gentis, educadas e revestidas de pseudorromantismo podem alimentar a dependência econômica e psicológica, característica de controle coercitivos de relacionamentos abusivos. Mamãe Falei acredita ser socialmente aceito referir-se às mulheres de forma depreciativa e desumana em um grupo privado de amigos e ter outro comportamento distinto em sua fala pública. Em sua crença, é percebida a ausência da sensibilidade ao sofrimento de seus semelhantes, em situação tão trágica como a guerra que estamos vendo, e ausência da percepção de que sua fala alimenta a desigualdade de gênero, algo que a sociedade atual clama pelo fim. O erro de Mamãe Falei – aliás, o próprio pseudônimo de Arthur do Val já pode estar passando a mensagem equivocada – pode servir de exemplo para cada um de nós. Mais uma oportunidade para analisar as nossas próprias crenças e comportamentos e para fazer uma autoavaliação de quais as atitudes frente ao dinheiro e ao próximo podemos mudar.

Metaverso: decifre-o ou seja devorado por ele

Quais podem ser as implicações psicológicas do Metaverso? Nós, humanos, temos a capacidade extraordinária de interpretar fatos e estímulos do mundo, atribuir significados e registrar experiências vividas na memória. Temos também a incrível habilidade de projetar cenários em nossas mentes, através de simulações. Simulações mentais fazem parte da rotina do nosso dia a dia, quando planejamos atividades, organizamos decisões de curto, médio e longo prazo e visualizamos o futuro. Tudo isso sem sair do lugar. Para haver simulação mental é necessário usar a imaginação e ter foco na autoconsciência, ou seja, usar concentração e atenção nos pensamentos e eventos na mente. Os ensaios mentais são práticas tão valiosas que são considerados divisores de águas para que um atleta atinja a alta performance. Por meio de treino mental, pode-se efetuar mudanças no  comportamento e auxiliar o processo de aprendizagem. Um atleta pode pensar, imaginar eventos e treinar habilidades sem qualquer ação de movimento real. Por outro lado, a simulação mental, que é tão preciosa para tomada de decisões e resolução de  problemas, pode se tornar desadaptativa e prejudicial se for praticada de maneira ansiosa com distorções da realidade. Ficar preso a pensamentos ruminativos e distorcidos pode gerar intenso sofrimento. Em uma linha tênue do uso ruminativo e disfuncional das simulações mentais está a alucinação, que ocorre quando o indivíduo identifica algo que não existe como parte da realidade por meio de distorção de percepção. Durante um episódio de alucinação, a pessoa que sofre desse transtorno psicológico vivência como reais fatos totalmente impossíveis e chega a ouvir vozes, ver objetos, sentir  gostos, cheiros inexistentes e ter sensações táteis. E como fica o Metaverso nisso tudo? Se, atualmente, as redes sociais funcionam como veículos para o ambiente virtual, no Metaverso haverá muito mais imersão. Ao colocar os óculos de realidade virtual, equipados com fones de ouvido e sensores, indivíduos mergulharão em um mundo fictício, de realidade aumentada, onde os órgãos dos sentidos serão intensamente estimulados por meios audiovisuais, sensoriais, por imagens, objetos e avatares holográficos tridimensionais. Em termos psicológicos, o Metaverso representará profundas experiências de simulações mentais, que poderão impactar no registro afetivo de memórias, no desenvolvimento de comportamentos, nas interações sociais e na construção de percepções da realidade. Ao mesmo tempo em que o Metaverso poderá ajudar nos processos de aprendizagem e de mudança  comportamental positiva, poderá conduzir a situações de distorções do contato humano com a realidade. Os pontos de atenção da nova tecnologia estão na captura da mente, do foco atencional para uma simulação manipulada e não escolhida, além da intensidade em que tudo isso poderá acontecer. Imaginar e fantasiar são fundamentais desde a infância, para ampliar a visão de mundo e ter contato com sentimentos e emoções. Mas, para que isso ocorra de forma saudável, é necessário a liberdade de fazê-lo junto com a troca social das interações humanas que mediam e estabelecem uma negociação e limites entre a visão interna e a existência do outro. Skinner, importante psicólogo norte-americano, dizia que é impossível libertar-se do controle que o ambiente externo exerce sobre você, mas que o autoconhecimento pode permitir que você faça escolhas pelos melhores ambientes e situações nas quais você se coloca e, assim, conseguir atingir a liberdade de controlar aquilo que te controla e obter melhor qualidade de vida. Sendo assim, através do Metaverso, abre-se à nossa frente mais uma tecnologia disruptiva que irá exigir de nós humanos uma capacidade ampliada de autoconhecimento e autocontrole. “Decifra-me ou te devoro” já fazia parte do desafio da Esfinge de Tebas, na mitologia grega.

Sete passos para conciliar a vida profissional e a pessoal

Estabelecer limites entre o trabalho e outras áreas da vida é complexo, mas necessário Estabelecer limites entre o trabalho e outras áreas da vida está cada vez mais complexo. A pandemia, as mudanças no mercado, novas relações laborais e o crescimento na taxa de desemprego aumentam a pressão sobre o trabalhador. O impacto desse desequilíbrio na saúde mental é tamanho que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recentemente adicionou a Síndrome de Burnoutao CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) como doença ocupacional, definida como um estresse crônico no ambiente de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. Dado que o conceito de sucesso profissional, para muitos, está intimamente ligado ao equilíbrio entre carreira e vida pessoal, quando deveria começar uma e terminar outra?  Qual deveria ser a linha de corte entre pessoal e profissional? Se você vive o desafio de equilibrar esses dois lados de sua vida, seguem algumas reflexões que podem facilitar seu caminho: Repense o significado do trabalho: Por ser um papel social, o trabalho está intimamente ligado à identidade dos indivíduos. Não é à toa que pessoas descrevem-se contando o que fazem e onde trabalham. Normalmente é visto como o lugar onde se obtém a remuneração. A psicologia amplia o conceito de trabalho, incluindo outros papéis sociais como ser progenitor, filho, irmão, amigo, membro de clube ou de igreja etc. como atividades em que o homem também desempenha funções. Já o lazer, por definição de dicionário, refere-se a um tempo livre e prazeroso. Dessa forma, se o trabalho que faço ou o papel social que desempenho, independentemente de qual seja, remunerado ou não, for prazeroso e estiver alinhado às minha motivações, prioridades, talentos, valores pessoais, e a uma contribuição claramente percebida, a linha tênue entre pessoal e profissional passa a não ter tanta relevância. “Conheça-te a ti mesmo” A lacuna de autoconhecimento, a desconexão de si próprio e a fusão com as influências do meio por comparação, pressão e culpa alimentam a projeção de insatisfações na dimensão profissional. Quando tentamos viver da forma da qual nos falam que devemos ou de acordo com algum ideal irreal que construímos, nos desconectamos de nós mesmos. Por isso, conhecer as próprias habilidades, ter clareza de prioridades e propósitos são fundamentais para a autorrealização. Desenvolva a flexibilidade psicológica Aceitar aquilo que é possível, em vez de agarrar-se ao idealizado, elimina a culpa, aumenta o nível de satisfação e gratidão. Avalie se a régua de equilíbrio estabelecida não está muito exigente. Avalie seu grau de confiança nas pessoas Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicado este mês diz que apenas 4,7% dos brasileiros acreditam uns nos outros, índice abaixo da média mundial, de 25%, e dos países ricos da OCDE (41%). O mesmo estudo mostra que, quanto menor a confiança, menores serão a produtividade, inovação e formalização do mercado de trabalho. Buscar maior conexão e a empatia com as pessoas, estar inteiro onde estiver, seja em família, com amigos ou no trabalho, trará aumento da confiança, da generosidade e do equilíbrio na percepção de felicidade. Viva o aqui e agora Respirar, focar no momento presente, buscar conexão com a natureza são formas de alcançar relaxamento e ajudam a reduzir as interferências dos pensamentos acelerados, dos vícios, do tempo excessivo dispendido nas redes sociais e de tudo aquilo que captura nosso cérebro e rouba a qualidade do nosso tempo. Estabeleça rotinas Embora a flexibilidade de agenda seja a solução mais desejada para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ela é uma das explicações para o aumento do estresse relativo ao trabalho. Equipes virtuais, com agendas flexíveis e assíncronas, a flexibilização dos contratos de trabalho, com maior número de autônomos e menos CLTs e o crescimento do trabalho em sistema de “home office” (de casa) diminuem as concretudes físicas e temporais, reduzem o contato humano. A rotina é reguladora emocional e colabora para reduzir os níveis de incerteza, instabilidade, medo e consequentemente de estresse. Exercite gestão do tempo com visão de longo prazo O equilíbrio pode ser visto como uma média ao longo da vida e não como uma exigência diária.  Organizar a agenda, assumindo compromisso com seus objetivos prioritários, reduz o grau de procrastinação e aumenta a percepção de um trabalho bem-feito. A harmonia entre vida pessoal e profissional envolve gestão de tempo e dinheiro, mas principalmente gestão emocional. Ainda que a a modernidade líquida, descrita pelo polonês Zygmunt Bauman, agrava-se pouco a pouco para uma modernidade gasosa, de um mundo volátil nas relações, nas informações, no tempo e no trabalho, a resposta para seu equilíbrio pode estar no aprendizado da melhor forma de interagir com o meio e principalmente na mudança de percepção dentro de si.

5 passos para vencer a preguiça e a procrastinação no novo ano

Chegou o momento para colocar em ação tudo aquilo que você adiou em 2021 Foi dada a largada de 2022. Segunda-feira, primeiro dia útil do ano, data oficial para tudo começar: atividades físicas, dieta, um novo curso e, é claro, a organização financeira! Chegou o momento para colocar em ação tudo aquilo que você adiou e deixou para começar neste ano. Mas ao deparar-se com o momento de iniciar uma meta importante, dar partida em um projeto sonhado e virar o jogo, surgem a preguiça e a concorrência com outras atividades mais prazerosas, mais urgentes ou mais fáceis (ou um pouco de cada uma dessas coisas). Procrastinar – o ato de adiar algo, atrasar, prorrogar, o popular “empurrar com a barriga” – é um comportamento muito comum, que pode ser bastante prejudicial se for frequente. Na vida financeira, pode trazer muitos prejuízos. Sabe aquele dinheiro parado que você está adiando investir? Ou ter a conta sempre no vermelho por nunca fazer a organização da planilha de orçamento e de controle de custos? Dívidas que você vê acumular como bola de neve, mas não se dedica a montar um plano de renegociação e pagamento? A revisão da carteira de investimentos que ficou parada, embora a Selic (taxa básica de juros) já tenha mudado várias vezes? Projetos profissionais que poderiam alavancar sua carreira, trazer mais felicidade, mais propósito e resultados, mas nunca são elaborados e colocados em ação? O nome disso é procrastinação! O comportamento de procrastinar, quando crônico, tem origem em razões psicológicas relacionadas ao medo, insegurança, ansiedade, baixa autoestima, desorganização mental e tendência à impulsividade. Esses fatores nos levam a adiar tarefas, perder prazos, estar sempre devedor e no sufoco, o que retroalimenta e intensifica o ciclo psicológico da frustração e da sensação de incapacidade. Mas é possível interromper o comportamento disfuncional de procrastinar e caminhar na direção da saúde integral. Aqui vão alguns passos: Perceber e reconhecer que possui atitudes procrastinadoras já é meio caminho andado no sentido da mudança. Vale o esforço para começar um ano diferente, com muitas realizações e conquistas, tanto pessoais como profissionais e financeiras. Siga as dicas e busque ajuda, em vez de deixar tudo para o ano que vem!

Cinco erros financeiros cometidos por amor

O entendimento equivocado do amor e de conceitos financeiros pode acarretar erros graves para o bolso Sentir-se amado (a) é uma necessidade primária humana. A busca do olhar amoroso está em todas as pessoas. Isso explica a crueldade em ser vítima de abandono, preconceitos, discriminações e racismo, pois quando alguém não se sente visto, aceito e reconhecido é sua existência como ser humano que está em jogo. Todos sabem do amor, mas ele é de definição confusa e entendido de diversas maneiras. Em sua concepção mais sublime, mais perfeita e divina, é incondicional, paciente e não espera nada em troca. A grande beleza, mas também o maior conflito que está contido no amor é ser composto de dois elementos: ele sempre envolve o outro; e além de ser um sentimento é também ação. E é no momento de sua prática, que surgem os obstáculos, as contrariedades, os desentendimentos, também os equívocos. Tanto o amor como o dinheiro são elementos presentes constantemente na vida. Em vários momentos, o lidar com ambos se cruza no dia a dia. Dessa forma, o entendimento equivocado do amor e de conceitos financeiros juntos pode acarretar alguns erros com consequências graves para a saúde emocional e para o bolso. A seguir, alguns deles: 1 – Manter a relação baseada no dinheiro Pode ser alimentada pelas duas pontas, a do provedor e a de quem é provido. Aqui moram a superproteção, a dependência financeira e as relações abusivas. São comportamentos mobilizados pelo medo de perder a pessoa ou deixar de ser amad@. 2 – Colocar-se como salvador(a) Para ajudar, agir inadequadamente assumindo obrigações que não cabem a si. Movid@ por sentimento de culpa ou de responsabilidade de terceiros, passa a cobrir a dívida dos outros, emprestar a conta bancária ou o próprio CPF para pessoas próximas. 3 – Endividar-se por amor O medo de ser deixad@ ou a vontade de fazer a pessoa amada feliz pode levar a dívidas através do presentear em demasia, de oferecer agrados não compatíveis com seu orçamento e por esconder a situação financeira real. Tudo isso para fazer com que @ outr@ se sinta satisfeit@, realizad@ e seja retribuid@ também com amor. 4 – Deixar a própria vida e os sonhos Tanto do lado de quem se dedica a resgatar problemas da pessoa amada como de quem tem a dificuldade, ambos acabam perdendo a condução da própria vida, e comprometendo sua autonomia e o próprio ganhar financeiro. A pessoa que busca excesso de controle desenvolve uma obsessão que alimenta o sentimento de dependência e incapacidade do outr@. Ambos são prejudicados e deixam de viver seus sonhos, por estabelecerem uma relação sufocante. O medo de ser abandonad@ também pode ser um disparador desse comportamento. 5 – Desenvolver vícios financeiros As compras compulsivas, a busca de emoções ou ganhos extraordinários nos investimentos podem ser comportamentos desencadeados por desilusão amorosa ou pela tentativa de manter o objeto amado por perto. A saúde no amor e no dinheiro está em estabelecer uma relação saudável consigo mesm@ e com @ outr@, um verdadeiro equilíbrio entre amar o próximo como a si própri@. Está em conquistar uma relação justa.

Sete erros financeiros gerados pela ansiedade

Trago aqui, como um alerta, sete erros financeiros que ansiosos podem cometer Segundo dados da OMS, a ansiedade é um dos maiores males do século XXI. O Brasil, mesmo antes da pandemia, já era considerado o líder mundial na taxa de pessoas com transtornos ansiosos. “Não importa o quanto tentamos, nunca estaremos em dia com o que aparentemente nos é oferecido”, diz Zygmunt Bauman, autor do livro “Modernidade Líquida”. É um sentimento de desconforto por antecipação do perigo ou de expectativa futura que gera inquietação e pode ser acompanhada por tensão muscular, fadiga, sudorese, dores de cabeça, insônia, tontura e problemas de concentração. No primeiro texto desta coluna, foi levantada a questão de como o investidor pode se proteger de uma crise de ansiedade, se a própria lógica do mercado financeiro, já é montada a partir da antecipação de resultados, quando se trata de precificar investimentos. A ansiedade pode ser benéfica, quando, por exemplo, funciona como prontidão para uma prova ou entrevista de emprego, de modo passageiro e adaptativo. Mas, quando constante e intensa, é um dos principais fatores que desequilibra a relação com o dinheiro. Trago aqui, como um alerta, sete erros financeiros que ansiosos podem cometer: 1) Perder oportunidades de trabalho ou desistir de sonhosUm dos comportamentos mais prejudiciais e recorrentes que observo em meus atendimentos está em fugir ou evitar situações importantes, sonhos e oportunidades valiosas na vida pessoal e profissional, por avaliação desproporcional e superestimada das dificuldades, riscos ou perigos atrelados à conquista. Então, a pessoa cria para si, uma narrativa de desvalorização daquilo que desejava, por acreditar ser muito ameaçadora a trajetória. 2) Fugir do cuidado das próprias finançasA pessoa evita olhar o saldo da conta, acompanhar o extrato bancário ou os gastos da fatura do cartão. Recusa-se a fazer orçamento e utiliza-se de contas mentais de auto engano para justificar seu descuido. Fica paralisada quando tem que lidar com sua organização financeira. 3) Buscar excessivamente controlar e nunca relaxarA mente do indivíduo que precisa de controle opera sem parar e não oferece descanso. Independentemente da situação financeira, sempre haverá simulações mentais quanto a riscos, cenários possíveis, coisas a fazer para se proteger ou melhorar. A pessoa tem problemas com o sono, não é capaz de desfruta do lazer e nem de situações de relaxamento. 4) Tomar decisões erradas frente aos investimentosA ansiedade pode levar o investidor a realizar rapidamente ganhos, vendendo suas ações de forma prematura ou a manter a posição frente a prejuízos, por muito tempo, por paralisia e aversão à perda. 5) Ser impulsivo quanto aos ganhosA pessoa ansiosa faz escolhas imediatistas e renuncia a ganhos maiores e mais consistentes no longo prazo. Embarca na busca do “dinheiro rápido e fácil” e pode cair facilmente em promessas de enriquecimento e fórmulas mágicas golpistas. Assume riscos mal avaliados e toma decisões precipitadas. 6) Fazer dívidas por não conseguir esperarO ansioso tem dificuldade de focar no aqui e agora. Como a satisfação está no futuro, naquilo que não se tem, costuma fazer dívidas para antecipar realizações. 7) Buscar compensação nas compulsõesOs sintomas da ansiedade são bastante indesejáveis e como compensação, muitas vezes são desencadeadas as compulsões, que momentaneamente, apaziguam os sintomas. Na vida financeira, podem ser várias, como compras compulsivas, consumismo financeiro e o trabalho em excesso.Existem algumas dicas práticas para trabalhar a ansiedade como a rotina de atividade física, técnicas de relaxamento e o exercício da gratidão. No entanto, se você está percebendo que os sintomas descritos acontecem com frequência.