Você possui inteligência emocional financeira? Faça o teste e descubra
Uma forma divertida de colocar o tema em discussão vem de uma tendência viral do TikTok A expressão “inteligência emocional” ficou popular por meio do psicólogo e jornalista norte-americano Daniel Goleman, que lançou um livro de mesmo nome em 1995. Desde então, o conceito se tornou amplamente usado no mundo dos negócios. Uma forma divertida de colocar em discussão a inteligência emocional na vida financeira tem sido espalhada, nas últimas semanas, em tendência viral do TikTok chamada ‘Girl Math’. Vários vídeos engraçados mostram a matemática de contas mentais contraditórias usada para justificar gastos excessivos. Uma garota, por exemplo, explica a compra de um vestido caríssimo, acima de seu orçamento, como vantagem de ‘custo-benefício’ ao alegar que usará a mesma peça em quatro festas seguidas. Com isso, ela terá retorno sobre o investimento na roupa. O teste Para cada pergunta, escolha a alternativa que melhor descreve sua reação ou comportamento na situação: 1. Quando você enfrenta uma decepção, como costuma reagir? a. Fica facilmente frustrado (a) e busca formas de compensar o que está sentindo com algo prazeroso, como comprar ou apostar; b. Busca soluções para se acalmar antes de agir. Procura desenvolver autoconhecimento para lidar com as emoções sem precisar de compensações. 2. Ao perceber uma situação de instabilidade financeira na economia ou em sua vida, você: a. Fecha totalmente a “torneira dos gastos” e mobiliza toda a família a fazer o mesmo, para guardar tudo o que puder; b. Entende que a vida é feita de “altos e baixos” e que por isso deve seguir regularmente um orçamento que permita organizar mensalmente seus gastos e investir. Adapta com flexibilidade e equilíbrio o estilo de vida às diversas circunstâncias, para ter sempre uma reserva de emergência e poder enfrentar com tranquilidade cenários difíceis. 3. Se você está em um site de compras ou no shopping e vê o “produto dos seus sonhos” que tem um preço bem acima da sua realidade financeira, você: a. Compra, mesmo sem ter o dinheiro, utilizando-se de contas e argumentos mentais, para justificar a si mesmo(a) as vantagens da decisão, com pensamentos do tipo: “eu mereço”, “é só parcelar”, “está em oferta”; b. Coloca o item na sua lista de desejos, analisa prioridades e estabelece uma meta de economia mensal para comprar o produto. Espera até conseguir ter o valor integral para comprar, sem comprometer o orçamento. 4. Como você lida com conselhos financeiros? a. Se vê satisfeito(a) com a opinião de alguém que falou aquilo que você já queria fazer; b. Busca diversidade de opiniões e conhecimentos em fontes seguras e confiáveis. Aceita críticas construtivas e toma decisões financeiras importantes mediante análises técnicas e com gestão de riscos. 5. Quando estimulado(a) a praticar a doação em dinheiro, de forma regular, o que você faz? a. Desconsidera o assunto. Afinal, o dinheiro que tem mal dá para cuidar de si mesmo(a) e você já faz doação de roupas e itens que não servem mais; b. Doa, com alegria, um percentual de sua receita mensal, por entender que seus ganhos podem contribuir ajudando outros também. Percebe que, se for bem organizado(a) financeiramente, é possível praticar a doação sem comprometer a própria saúde financeira. 6. Perante a forma de ganhar dinheiro, você: a. Está de olho em todas as oportunidades para enriquecer e fica atrás de dicas arrojadas de investimentos que tragam altos retornos em prazos mais curtos. Afinal de contas, “quem não arrisca não petisca”; b. Entende que o principal capital é consequência do trabalho bem-feito, com qualidade e propósito. Perante os investimentos, mantém uma coerência de estratégia de carteira, no longo prazo, para ganhos de capital incrementais. 7. Quando você comete um erro financeiro importante, como costuma se tratar? a. Fica extremamente autocrítico(a) e se culpa muito. b. Aceita a responsabilidade, aprende com o erro e tenta não repeti-lo nas próximas decisões. Busca ajuda se necessário, para desenvolver novos repertórios comportamentais e evitar escolhas futuras erradas. Se a maioria de suas respostas estão ligadas à primeira alternativa de cada pergunta, pode indicar que você tem feito escolhas menos saudáveis em sua vida financeira. A segunda alternativa de cada teste estaria conectada a respostas mais saudáveis, indicando habilidades de inteligência emocional mais maduras e autocontroladas nas finanças pessoais. É claro que esse teste é apenas uma introdução e não substitui uma avaliação completa de um profissional de psicologia. E, por falar em testes psicológicos, aproveito para cumprimentar meus colegas de profissão pelo dia 27 de agosto, quando é celebrado o Dia do Psicólogo. Feliz dia a todos os profissionais da área, que se dedicam com amor a ouvir, acolher, orientar, apoiar e analisar sentimentos, pensamentos e comportamentos humanos.
Os efeitos de um ambiente empresarial tóxico nas finanças dos trabalhadores
Já é provado que ambientes podem oferecer condições para que pessoas adotem bons ou maus hábitos Já é provado pela psicologia experimental que ambientes podem oferecer condições para que pessoas adotem bons ou maus hábitos. Ambientes organizados, com boa governança e bons valores, favorecem que indivíduos se comportem de forma positiva naturalmente, enquanto ambientes tóxicos favorecem o comportamento contrário. Daí vêm as seguintes reflexões: esse raciocínio vale também para o problema do endividamento, que causa tantos estragos à vida das pessoas e famílias? Seria o endividamento uma questão restrita ao comportamento individual quanto ao descontrole, falta de preparação técnica ou psicológica, ou atribuída à influência do ambiente? Um estudo feito na Suécia – publicado em 2018 na coluna VoxEu, pelo Centro de Pesquisa de Política Econômica (The Centre for Economic Policy Research – CEPR) sobre atitudes em relação ao endividamento – apontou que as normas sociais relacionadas à dívida podem tanto aumentar quanto diminuir o comportamento de endividamento, e é um importante fator a ser considerado nas intervenções de saúde financeira de grupos. Isso significa que a cultura de uma empresa pode estimular a saúde ou contribuir danosamente ao adoecimento financeiro de sua equipe. É comum existir uma retroalimentação entre uma cultura empresarial que prejudica a saúde financeira dos colaboradores e o endividamento dos funcionários que prejudica os resultados da empresa. Existe uma relação forte e intrínseca entre saúde mental, saúde financeira e produtividade, muitas vezes não óbvia, mas perfeitamente mensurável. Problemas financeiros dos colaboradores geram impacto na produtividade das empresas por absenteísmo, aumento de fraudes, perda de foco e produtividade e por horas dispensadas para resolver questões financeiras pessoais, além de problemas de saúde mental como crises de ansiedade e depressão. Que fatores gestores precisam estar atentos para avaliar o adoecimento financeiro e mental de sua equipe? Cito alguns: Crédito consignado Entre as várias formas de conseguir acesso a um empréstimo, está o crédito consignado, conhecido pela praticidade do desconto direto na folha salarial e pelo baixo risco para a instituição financeira que empresta, uma vez que o recebimento está atrelado ao salário. Existe uma lenda de que o crédito consignado privado seria um “benefício” oferecido pelas empresas aos funcionários para “ajudá-los” a ter mais dinheiro disponível, a uma taxa de juros mais baixa que o mercado em geral. O assunto já começa polêmico, quando ocorre a venda ou alienação pela empresa da folha de pagamento a um banco privado. Por um determinado período, a empresa ganha benefícios monetários ou em serviços da instituição financeira, porém o que não fica mensurado é o quanto essa aparente vantagem é anulada ou revertida em prejuízos ligados ao endividamento de sua equipe, uma vez que esta é a forma pela qual o banco se remunera. Ambiente competitivo, mas ausência de propósito O foco no desenvolvimento contínuo, o reconhecimento pelo bom uso dos talentos e competências dos funcionários, o incentivo à cultura de senso de contribuição e propósito estimulam comportamentos e decisões financeiras saudáveis na própria pessoa física dos colaboradores, além do impacto positivo que estas iniciativas trazem ao clima organizacional, e por consequência à saúde mental do time. Uma empresa com visão, incentivos e práticas direcionadas ao longo prazo funciona como uma desenvolvedora de repertório comportamental também de longo prazo em sua equipe. Isso leva a um ciclo virtuoso com impactos nas saúdes mental e financeira dos funcionários e, por consequência, nos resultados financeiros da própria companhia. Em contrapartida, ambientes com práticas financeiras pouco rígidas, alta alavancagem, muito competitivo, com incentivos a metas e vantagens individuais de curto prazo, cuja cultura enfatiza a comparação e notoriedade, culminam no estímulo da impulsividade e comportamentos negativos. Em dissertação de mestrado defendida por mim perante banca da USP, foi demostrado por pesquisa que é mais fácil para um indivíduo mudar seu comportamento para uma escolha autocontrolada e mais vantajosa no longo prazo se for estimulado pelo senso de contribuição e uso dos talentos, do que pelo estímulo dos reforçadores de status social e remuneração que favorecem comportamentos impulsivos. Teste de impacto da cultura corporativa sobre a saúde financeira da equipe Para evitar uma conclusão superficial sobre quem é o mocinho e quem é o vilão, é recomendável fazer um diagnóstico completo do impacto da cultura corporativa sobre a saúde financeira e mental da equipe e seus respectivos impactos nos resultados da empresa. É possível fazer um rastreamento estatístico de variáveis como os valores da empresa, alinhamento de missão e propósito, estratégia de remuneração, avaliação de visão de curto e longo prazo da liderança e equipe. Avaliar a estrutura de benefícios oferecidos como plano de previdência, iniciativas de treinamento em educação financeira versus nível de endividamento dos colaboradores, volume de crédito consignado assumido, e medir o impacto na produtividade, clima organizacional e saúde mental da organização como um todo. A partir de um diagnóstico preciso, é possível construir intervenções e “nudges” que possam colaborar não apenas para dar mais qualidade de vida aos colaboradores, mas também para a melhoria dos resultados financeiros da organização.
O que Titanic, submarino e Americanas (AMER3) dizem sobre fracasso
Diferenciar motivadores que trazem impactos positivos dos que podem gerar sérios danos requer muita sabedoria A expressão “grande demais para falir” (“Too big to fail”) ficou bastante popular durante a crise financeira de 2008. Ela se referia a algumas instituições financeiras consideradas tão relevantes, em tamanho e impacto sistêmico, que suas falências eram vistas como eventos impossíveis de acontecer. Especialistas em economia e finanças entendiam que governos e outras entidades do mercado financeiro evitariam a todo custo as consequências graves de um colapso dessas companhias, por meio de aportes e medidas que impedissem uma reação em cadeia de efeitos negativos em todo sistema financeiro. “Grande e majestoso demais para falhar ou afundar”, assim era visto o Titanic, o maior transatlântico da época. Em linha com o mesmo pensamento de grandeza, Stockton Rush, fundador da OceanGate, proprietária do Titan e morto na implosão do submarino durante sua expedição até o naufrágio do Titanic, disse em entrevista anterior ao trágico acidente que “a cápsula do submersível era indestrutível”. Na mesma lógica de magnitude “grande demais para vir à tona”, pode ter sido esse o raciocínio dos fraudadores das Americanas (AMER3) ao manterem, por anos, lançamentos contábeis enganosos? Ou até de auditores, acionistas e bancos que indiretamente alimentaram a dívida bilionária da companhia sem grandes questionamentos? Excesso de confiança Bill Gates disse: “O sucesso é um péssimo professor. Ele faz com que pessoas inteligentes acreditem que não vão perder nunca”. O viés de excesso de confiança tem sido amplamente estudado. Um dos pesquisadores pioneiros foi Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2002. Em colaboração com Amos Tversky na década de 70, descobriu que pessoas tendem a superestimar suas próprias habilidades, conhecimentos e crenças. O excesso de confiança é um fenômeno no qual indivíduos acreditam excessivamente em suas próprias opiniões e capacidades, subestimando riscos e incertezas. Essa atitude pode gerar impactos negativos significativos na vida das pessoas, causar estragos para investidores, levando a decisões imprudentes e com má avaliação de riscos. Erros cometidos na gestão de riscos Em seu livro Psicologia Financeira, Morgan Housel fez a seguinte afirmação: “A linha que separa o ‘inspiradoramente ousado’ do ‘estupidamente imprudente’ pode ter um milímetro de espessura e ser visível apenas em retrospectiva”. Então, como lições, em retrospecto, dos casos Titanic, da implosão do submarino ou das perdas nas Americanas, pode-se identificar três importantes erros comuns na gestão de riscos a serem evitados: 1. Ignorar a importância de antecipar, reconhecer e criar uma matriz de riscos; 2. Não se aprofundar nas informações e em pesquisas quanto aos riscos; 3. Desconsiderar os eventos de alto potencial. Necessidade de notoriedade A mãe de uma das cinco vítimas do submarino contou que seu filho Suleman Dawood, obcecado por cubo mágico, levou o brinquedo no submersível porque queria quebrar o recorde mundial debaixo d’água. A motivação por bater recordes é gerada por uma combinação de fatores, entre eles a busca por reconhecimento, notoriedade e fama. Conseguir diferenciar motivadores que trazem impactos positivos a si próprio e aos outros – como superação pessoal, vontade de explorar o potencial humano para contribuir com a sociedade – dos que podem gerar sérios danos, como ser movido por comparação e prestígio social, requer muita sabedoria e autoconhecimento. Autorreflexão Vários memes circularam nas redes sociais a respeito do trágico acidente do submarino. Talvez o humor, aparentemente contraditório à compaixão esperada frente a uma tragédia, seja uma forma de atenuar a comoção, a tristeza ou o medo perante a fragilidade humana. Ou mesmo uma forma de expressar indignação pelo fato de as vítimas terem muito dinheiro (o que mostra que ricos também cometem imprudências e erros graves) e terem escolhido desperdiçar muitos recursos e a própria vida por diversão, enquanto grande parte da população mundial luta para viver. Não importa se a função do humor dos memes seja uma expressão de autoproteção, comoção ou indignação. Importante, sim, para cada um de nós é fazer uma sincera reflexão sobre os próprios comportamentos e decisões, para identificar a frequência do uso de vieses cognitivos, como os casos do excesso de confiança, da prática de má avaliação de riscos e da busca de notoriedade a serviço da conquista de sucesso, satisfação e felicidade. Pois, como também diz Housel: “Suficiente é perceber que o oposto disso – ter um apetite insaciável por mais – vai levá-lo até o ponto do arrependimento”.
5 dicas para fazer a gestão da restituição do Imposto de Renda
Apesar de a crença popular afirmar que “Dinheiro não tem carimbo”, a economia comportamental mostra outra realidade Os psicólogos Daniel Kahneman (Prêmio Nobel de Economia) em parceria com Amos Tversky, em 1979, desenvolveram uma teoria, baseada em pesquisas científicas, que demonstra que a dor da perda é duas vezes maior que a satisfação em ganhar. Ou seja: a percepção do cérebro sobre um mesmo valor financeiro é diferente, caso o carimbo mental atribuído a ele represente perda ou ganho. A proposta deste artigo é dar dicas sobre como fazer um bom uso da restituição do Imposto de Renda. Então aqui vai uma primeira e importante reflexão: como você enxerga o valor da restituição, como um dinheiro extra ou considera que já era seu e voltou? Dependendo da sua classificação mental e do carimbo que você mesmo atribui ao dinheiro, poderá ter mais ou menos probabilidade psicológica de cuidar desse recurso importante. Se o valor for percebido como uma entrada extra, e não como uma devolução do que já era seu, você terá duas vezes menos chance de cuidar bem do dinheiro que será depositado na sua conta. Dito isso, vamos a algumas dicas para uma boa administração desse recurso sazonal: 1. Atribua o significado correto ao valor recebido: essa recomendação está relacionada à reflexão inicial. Restituição, por definição do dicionário, significa devolução de algo a quem realmente pertence. Então esse dinheiro já era seu, não é extra e, portanto, merece ser bem gerido. 2. Priorize destinar o valor para formação da reserva de emergência: ter uma proteção, um “colchão” para emergências, representa empoderamento, autonomia de decisão, proteção contra crises financeiras e contribui com a saúde mental porque ajuda a reduzir ansiedade e medo dos imprevistos. Dependendo do seu perfil e do tipo de atividade laboral, o número ideal recomendado para totalizar uma reserva de emergência varia de 4 meses a 1 ano equivalentes aos seus gastos. Use a restituição para completar esse valor. 3. Se tiver dívidas, é um bom momento para quitá-las: o dinheiro mais caro que existe certamente são os juros das dívidas. Então, se você recebeu um recurso não recorrente como é o caso da restituição, este é um bom momento para renegociar e saldar dívidas com ele. 4. Pense na sua aposentadoria: embora seja a reserva mais negligenciada, ela é uma das mais importantes. Lembre-se que o dia de se aposentar chegará e ter recursos para sua longevidade física, quando não estiver ou não puder mais trabalhar, é fundamental. Um excelente uso da restituição do Imposto de Renda é destiná-la à formação da reserva de aposentadoria. 5. Exercite seu direito de realizar sonhos: sonhar é um motor da vida e ver sonhos realizados faz parte do significado de ser feliz. Portanto, esse recurso que não está previsto como entrada do seu orçamento mensal pode ser sim ser destinado a realizar algum projeto sonhado! Mas use para algo realmente importante, que valha a pena como registro mental de felicidade. Se, ao final deste texto, você ficou com dúvida sobre qual das 4 dicas finais você deveria seguir primeiro, em grau de prioridade, sugiro a seguinte ordem: quite dívidas e depois monte sua reserva de emergência. Caso você não tenha dívidas e já tenha o valor satisfatório para emergências, distribua a restituição entre 50% para realizar sonhos e 50% para montar a reserva de aposentadoria. Desejo que você cuide bem do dinheiro que volta para sua gestão, sempre vigilante em conhecimento e informação para fazer bons investimentos e bom uso da restituição do Imposto de Renda, com muita sabedoria!
Herança de Gugu: entenda o caso por outro ponto de vista
O assunto é complexo e não se resume ao patrimônio, pois há muitos fenômenos afetivos envolvidos A herança de Augusto Liberato, o Gugu, está sob análise na Justiça, já que a mãe dos filhos dele, Rose Miriam Souza Di Matteo, tenta provar que tinha uma união estável com o apresentador, morto em 2019. Assim sendo, ela teria direito a 50% do patrimônio que Gugu deixou. Em documento de 2016 incorporado ao processo de reconhecimento de União Estável, Gugu teria dito: “Eu, Antônio Augusto Moraes Liberato, tenho uma companheira de muitos anos, Rose Miriam Souza Di Matteo, que é a mãe dos meus três filhos”, com o objetivo de conseguir a permanência legal nos Estados Unidos para toda família. Cinco anos antes, no entanto, o apresentador registrou em testamento a distribuição de 75% do patrimônio para os três filhos e 25% para os cinco sobrinhos, sem incluir Rose na divisão. As discussões sobre sexo, dinheiro e poder permeiam argumentos dos advogados das partes envolvidas na partilha e dividem a opinião pública. Segundo Freud, considerado o pai da psicanálise, “as questões de dinheiro são tratadas da mesma maneira que as questões sexuais: com a mesma incoerência, pudor e hipocrisia”. Em pesquisa feita sobre a escala de atitudes frente ao dinheiro em 1982, Yamauchi e Templer sintetizaram três pilares simbólicos na relação humana com o dinheiro: poder, prazer e segurança, que são atribuídas por Freud também às pulsões sexuais. Desta maneira, sexo, dinheiro, poder e segurança estão intimamente, ou psicologicamente, interligados. Se nas relações humanas indivíduos conseguirem lidar com esses aspectos de forma positiva e com equilíbrio, abrirão espaço virtuoso de empoderamento, amor, felicidade, preservação e proteção da rede envolvida. Se prevalecerem emoções e comportamentos negativos, poderão surgir os relacionamentos abusivos e o controle coercitivo (forma de controle psicológico sobre alguém, dependências e codependência), transtorno emocional caracterizado por dependência excessiva de uma pessoa em relação aos comportamentos disfuncionais do outro. O assunto da herança de Gugu é complexo e não se resume ao patrimônio, pois há muitos fenômenos afetivos envolvidos em torno do tema. Há as relações familiares e seus tipos de apego, há a dor do luto e os conflitos das relações continuadas. Há ainda o reflexo e a projeção da subjetividade e da própria história de vida das pessoas que trabalham no assunto, como advogados, peritos etc., além da subjetividade do juiz que terá que tomar uma decisão sobre o caso. Talvez nem o próprio Gugu tivesse uma opinião clara sobre qual o desfecho ideal da distribuição do dinheiro, dada a variação de sentimentos e emoções que poderiam vir à tona a cada nova informação ou evento apresentado. O importante para quem acompanha o assunto ou se vê em alguns dos personagens dessa história é fazer as seguintes reflexões: 1) Se você tem um patrimônio a distribuir, lembre-se da importância em dar clareza, em vida, à distribuição dele. Faça uma análise sobre a saúde de seus laços familiares e o quanto seus sentimentos ao lidar com o dinheiro fortalecem ou atrapalham a saúde mental e o relacionamento com as pessoas envolvidas. Lembre-se de buscar o caminho sincero do autoconhecimento para essa avaliação. 2) Se você tem uma herança a receber ou já recebeu, esteja atento para preservar seus valores e suas motivações positivas originais, incluindo seu propósito de vida. Muitas vezes, acompanhando a dádiva da herança, surgem problemas operacionais e gerenciais não desejados, conflitos relacionais doloridos e mudanças negativas dos próprios comportamentos. Busque também preparo técnico e emocional para lidar com a nova situação, para que o evento realmente lhe traga felicidade, paz e potencialize seus objetivos e projetos de vida. 3) Se você não tem nenhum patrimônio a receber ou a distribuir, não se sinta infeliz por isso! Mantenha-se firme em seu propósito, no uso de seus talentos como contribuição à sociedade de forma produtiva. Cultive seus relacionamentos, cuide da sua saúde mental e financeira. Como diz Cora Coralina, “não importa o ponto de partida, mas sim a caminhada. Caminhando, semeando ‘e poupando’ (vou usar aqui da minha liberdade literária e acrescentar o poupar à frase de Cora), no fim, sempre terás o que colher”.
Apostas on-line: uma tragédia financeira iminente
Tenho visto, com tristeza, o crescimento do problema em meu consultório “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.” Se Machado de Assis expressou tamanho sentimento negativo no livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), o que ele diria hoje, sobre a vida, cenário e o legado a deixar aos jovens nos tempos atuais? Pais se preocupam com o desenvolvimento e bem-estar de seus filhos, assim como líderes precisam estar atentos à saúde física e mental de suas equipes. Temas como desempenho acadêmico, produtividade, envolvimento com drogas, álcool, comportamento sexual irresponsável, bullying, assédio e questões envolvendo estresse, ansiedade e burnout demandam atenção de pais e líderes atualmente. Mas há outro grande problema tomando corpo, capturando na surdina nossos jovens adolescentes e jovens adultos de forma silenciosa e voraz: os jogos de apostas online. No mundo A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, em 2016, que apostadores perdem US$ 400 bilhões por ano no mundo. Uma pesquisa Associação Nacional de Administradores para Serviços de Jogo Desordenado feita em 2020 apontou 5,7 milhões de americanos com transtorno de jogo. No Reino Unido, a Comissão de Jogos estimou, em 2021, a prevalência do distúrbio do jogo compulsivo em 1% da população economicamente ativa, o que está mobilizando o governo inglês a promover uma grande reforma das leis de jogos de azar para proteger usuários vulneráveis, entre eles os jovens até 24 anos que, segundo as evidências, correm maior risco de sofrerem danos. O problema cresce na era dos telefones celulares, uma vez que a tecnologia possibilita apostar 24 horas por dia, 7 dias por semana, por meio de “cassinos virtuais móveis”. Embora muitas pessoas façam uso apenas recreativo da atividade, cresce o número de casos de dependência, com relatos de trágicas perdas financeiras e até mesmo suicídio. As taxas de jogo problemático são mais altas em quem frequenta cassino on-line do que para aqueles que jogam em salas de bingo ou cassinos presenciais. No Brasil Desde 1946, cassinos físicos são proibidos no Brasil, mas a lei não se aplica aos cassinos on-line. Se o jogador tiver mais de 18 anos e o cassino online não estiver sediado no país, é permitido o jogo. Dessa forma, cresce no Brasil o número de jovens apostadores, incluindo menores de 18 anos. Tenho visto, com tristeza, o crescimento do problema em meu consultório, tanto em número de clientes quanto em valores apostados. O que no início era indicado pelos jovens clientes como uma atividade de lazer e com percentual baixo de alocação saiu da percepção da categoria de despesa para receita. Isso ocorre mesmo que não haja ganhos líquidos e as perdas sejam crescentes, muitas vezes comprometendo 100% dos recursos mensais e até endividamento entre pares adolescentes. Ainda vejo um deslocamento de outras atividades destinadas a lazer, como cinema, lanchonetes e shows, para uso exclusivo em jogos, com privação de outras formas de diversão e interação social. Tais evidências orçamentárias e comportamentais são fortes indicadores da necessidade de intervenção clínica e acompanhamento psicoterapêutico. Os jogos de aposta preferidos entre os jovens brasileiros são as apostas esportivas on-line, que, diferentemente de outras formas de jogo, são mais viciantes. Dada a cultura brasileira muito ligada ao esporte, e em especial ao futebol, muitas vezes as apostas esportivas fogem do radar de risco dos apostadores e familiares, por serem consideradas mais seguras. Na crença de serem guiados mais por seus próprios conhecimentos e habilidades e menos pela sorte, apostadores esportivos apresentam uma falsa ilusão de controle. Não raro, a própria família é incentivadora quando acredita erroneamente haver similaridade entre competências de performance dos apostadores esportivos com as competências dos investidores em renda variável. Gatilhos emocionais Estudos da psicologia comportamental mostram que a redução no atraso entre risco e recompensa, característicos das apostas de jogos ao vivo, provoca aumento na velocidade e frequência do apostar. Também a alternância entre perder e ganhar, chamada tecnicamente de reforçamento intermitente, estimula o forte estabelecimento do padrão de comportamento e grande dificuldade em extingui-lo. Funcionam como reforçadores, além do dinheiro (que exerce papel importante na satisfação generalizada de necessidades, inclusive em continuar jogando), o incentivo em pertencer a um grupo social que participa ativamente do jogar e, não menos impactante, os atraentes recursos sonoros e visuais que os aplicativos ‘gamificados’ de apostas oferecem. O jogo de azar é um grande problema quando se torna patológico. A quinta revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais , DSM-V, incluiu o diagnóstico do Jogo Patológico na classificação de Transtornos Relacionados a Substâncias e Outros Vícios, pela semelhança comportamental com a dependência química. Quando devo me preocupar? Fique atento se em você ou em uma pessoa conhecida são identificados pelo menos cinco dos padrões comportamentais a seguir. Eles indicariam potencial diagnóstico do jogo patológico e a necessidade de buscar acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico.
As lições inspiradoras dos pais de Michael Jordan no filme ‘Air’
Deloris Jordan, interpretada pela fabulosa Viola Davis, foi fundamental na vida financeira do filho Cada mãe e pai exerce sua parentalidade à sua maneira. Mas, se há diferenças nos perfis deles, entre aquilo que os aproxima estão o amor, a vontade de acertar e de ver seu filho bem-sucedido e feliz! Formas de amar e critérios para o sucesso e a felicidade também podem ser relativos, além de depender do contexto ou do conjunto de crenças de cada indivíduo. De qualquer forma, todo ser humano necessita se sentir seguro física e emocionalmente; se sentir aceito, visto, compreendido, validado e amado para ter saúde integral, que inclui a financeira. Os pais são os primeiros responsáveis pela socialização financeira, por ensinar e transmitir princípios e valores ligados ao dinheiro, que vão além dos conhecimentos técnicos financeiros. O ciclo do dinheiro inclui o ganho através do trabalho como principal e mais importante fonte de renda, além do ato de usá-lo com sabedoria; do doar como exercício de olhar coletivo e de equilíbrio emocional diante das posses; do poupar como prática de cuidado com o futuro e do investir com preservação, otimização e aumento incremental dos ganhos. O filme “Air: A História por Trás do Logo”, em cartaz nos cinemas, conta a história da construção do império em torno do tênis Air Jordan após a contratação do jogador de basquete Michael Jordan pela Nike. A produção mostra com protagonismo especial a participação de seus pais neste caminho, em especial de sua mãe, Deloris Jordan, interpretada pela fabulosa Viola Davis. Como fonte de inspiração para o Dia das Mães, destaco aqui algumas lições dos pais de Jordan. Deloris, depois de criar seus filhos, se tornou autora de livros infantis e do livro “Família em Primeiro Lugar: Vencendo o Jogo dos Pais” que traz sete princípios da paternidade, segundo sua visão. Se você ainda não assistiu ao filme “Air: A História por trás do Logo”, incentivo a fazê-lo. Dele, pode-se extrair lições simples e factíveis ao alcance de qualquer pai e mãe. Pois você não precisa ser um grande revolucionário ou revolucionária de nenhuma indústria para ajudar seu filho a estabelecer uma relação saudável consigo mesmo, com a sociedade e com o dinheiro.
Como a fé, razão e o dinheiro se relacionam com a Mega-Sena da Páscoa
Colunista debate se a liberdade financeira realmente deve estar ancorada em apostas na Mega “Senhores e Senhoras, façam suas apostas!” A Mega-Sena da Páscoa pode pagar R$ 47 milhões no sábado, dia 8. A expectativa de um apostador de se tornar um milionário, da noite para a dia, é dotada de imenso significado psicológico. Seria apenas a sorte, o elemento a ser celebrado? Não! Com ela vem bastante dinheiro. Mas por que ganhar muito dinheiro traria tanta alegria? Ora! Com o dinheiro, conquista-se liberdade financeira para ser e fazer o que quiser. “Pois onde estiver seu tesouro, ali estará seu coração” diz a Bíblia. O feriado da Páscoa é celebrado por muitas religiões. Judeus comemoram a libertação da escravidão do Egito de milhares de israelitas, feita pela travessia do Mar Vermelho, passagem aberta milagrosamente por Deus. Cristãos comemoram a libertação da escravidão do pecado, alcançada por meio da morte e ressurreição de Cristo para a vida eterna. Podemos dizer, portanto, que a Mega-Sena e Páscoa são dotadas do mesmo significado subjetivo: alcançar a liberdade. Ambas carregam em si energia, motivações e esperanças de indivíduos. Mas qual seria a diferença principal entre elas? Eventos Controláveis x Eventos Incontroláveis Vou me limitar a analisar os fenômenos apenas dos pontos de vista da psicologia e da educação financeira, uma vez que essa coluna não se propõe a debater aspectos religiosos. A fé, a espiritualidade são comportamentos humanos, vistos como fenômenos psicológicos que dão estrutura às pessoas para lidarem com o imponderável, com a angústia existencial, com o sofrimento, com as adversidades. Ter fé, praticar a espiritualidade, são importantes para se ter saúde mental. Já o comportamento de apostar, de empenhar recursos, contando com o acaso e com a sorte, é enquadrado na psicologia como um comportamento supersticioso, ou seja, quando você faz uma ação esperando um resultado, que não tem relação direta a ação feita. Um exemplo disso seria acreditar que apostando em tais números, em tais datas, com certa frequência, aumentaria as chances de ganhar o prêmio do jogo. Na perspectiva da psicologia, a espiritualidade é um recurso saudável para se lidar com eventos incontroláveis, enquanto apostar é uma tentativa frustrante de se ter controle de algo aleatório. Apenas como ilustração, segundo a CEF (Caixa Econômica Federal), a probabilidade de acertar as seis dezenas com o jogo da Mega-Sena da Páscoa é de uma em 15,89 milhões, em uma aposta simples com seis números marcados. Com uma aposta com sete números marcados, a probabilidade de acerto é de uma em 2,27 milhões.
Saiba como elevar a autoestima e melhorar sua saúde financeira
Embora muitas vezes ignorada, ter uma boa autoestima é fundamental para uma vida financeira saudável É muito comum a associação do conceito de autoestima ao aspecto físico. Mas o assunto vai muito mais além e impacta inclusive na vida financeira. O que significa baixa autoestima e qual sua causa? A autoestima baixa – imagem negativa de si próprio – é resultado das experiências ao longo da história de vida de cada indivíduo e é comumente encontrada em pessoas que sofreram abuso físico, sexual e/ou emocional. Pessoas com pais muito críticos, exigentes, controladores ou que passaram por desamparo na infância e adolescência costumam construir uma percepção de si mesmos com desvalor, com sentimentos de incapacidade, de vergonha, medo, culpa, ansiedade e invalidação. Como identificar a autoestima baixa? São sinais a sensação de ser um impostor, falta de confiança em si, o perfeccionismo, a autossabotagem e a procrastinação. Pessoas com baixa autoestima são mais suscetíveis a desenvolver depressão e crises de ansiedade, podem ter dificuldade de relacionar-se de forma saudável, muitas vezes impõem-se a si mesmo e aos outros uma autocobrança excessiva, têm dificuldade de expressar seus sentimentos, dificuldade de tomar decisões satisfatórias e podem desenvolver comportamentos autodestrutivos como abuso de álcool e drogas, desequilíbrios financeiro e alimentar. Quais impactos da autoestima baixa na vida financeira? A autossabotagem proveniente de uma opinião negativa sobre si pode atingir em cheio a vida financeira em todos os aspectos dela. É muito comum pessoas com baixa autoestima comprarem por impulso e excessivamente, como um mecanismo de fuga e compensação pelo sofrimento e frustração consigo mesmo. Transtornos como o consumismo financeiro, o vício em jogos e apostas financeiras, presentear de forma exagerada para agradar aos outros, o endividamento crônico, a avareza ou economia patológica e os workaholics – viciados em trabalho – são comportamentos característicos de pessoas com autoestima baixa. Como melhorar a autoestima? Tenha um autoconceito positivo reflete diretamente na saúde mental e financeira. Aqui vão 5 atitudes que podem ajudar a aumentar sua autoestima: Carls Rogers (1902-1987), psicólogo humanista norte-americano dizia: “Se há um paradoxo curioso é que, quando me aceito como sou, eu mudo!”. O primeiro passo para a mudança vem da aceitação da situação e de si mesmo. A baixa autoestima e o seu impacto em comportamentos financeiros disfuncionais podem ser cuidados. Adotando estratégias pessoais mais saudáveis e com ajuda profissional, por meio de psicoterapia, é possível alcançar uma vida financeira mais saudável, equilibrada e feliz!
5 lições imperdíveis da série ‘Rainhas da Bolsa’ no Mês da Mulher
A produção baseada em fatos reais conta a história de duas mulheres árabes pioneiras no mercado de ações Março é dedicado, em muitos países, à celebração do Mês da História da Mulher. Em 1977, o dia 8 de março foi oficialmente adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Mulher. Vários eventos influenciaram a criação da data. Entre eles, um incêndio em uma fábrica em Nova York, em março de 1911, tragédia que matou 123 mulheres e apontou para as terríveis condições de trabalho feminino à época. Outro evento importante foi a marcha das mulheres russas por pão e paz, em 8 de março de 1917, pedindo melhores condições de vida. No Brasil, as mulheres tiveram direito ao voto somente em 1932. Até 1962, mulheres casadas só podiam trabalhar fora se o marido permitisse, pois o Código Civil de 1916 previa que mulheres casadas eram consideradas “incapazes”. Essa determinação também impedia mulheres de abrir conta em banco. Somente na Constituição de 1988 ficou estabelecida a igualdade de direitos e deveres entre mulheres e homens. Recentemente foi lançada, na Netflix, a série Rainhas da Bolsa. Baseada em fatos reais, conta a história de duas mulheres árabes pioneiras em trabalhar no hostil e masculino mercado financeiro de ações, nos anos de 1980. Sem a intenção de dar muito “spoiler” – sem revelações do conteúdo antecipado e sem contar o final -, trago aqui neste mês, em homenagem à todas as mulheres, alguns aprendizados que podem inspirar nossas vidas, a partir deste drama passado no Kwait: Se você não assistiu à série, recomendo. Além das excelentes lições observadas, é diversão garantida. Sem falar no inusitado e o mais criativo “circuit breaker” – mecanismo de segurança utilizado pela Bolsa de Valores para paralisar negociações quando o mercado está muito nervoso e com queda superior a 10% – que já pude presenciar. Termino este texto com os mesmos votos que coloquei em minhas redes sociais no Dia Internacional da Mulher, seguindo as palavras da líder inspiradora Jacinda Ardern: que toda mulher possa ser gentil, mas forte; empática, mas incisiva; otimista, mas focada. Que possa ser seu próprio tipo de líder. Que cada mulher não precise mais sentir limitações dadas por preconceitos, que possa usar suas habilidades para uma vida significativa e prazerosa.